segunda-feira, 29 de abril de 2013


A língua esculhambada
Por uma gramática superior
Minha praia é mesmo a de ciências exatas. Comecei um curso de pedagogia e não deu pra engolir a coisa.
Primeiro as provas muito subjetivas. Interpretar conceitos da matéria estudada, respondendo a perguntas dúbias. Tudo muito subjetivo, de modo que estará certo conforme a boa-vontade do professor.
Em vão procurei um requisito que justificasse ser aquilo um curso superior, pois são matérias que se vê em qualquer curso elementar. Nenhuma abordagem muito avançada nem muito erudita. Nenhuma técnica avançada pra se ministrar com o ensino, conceitos novos de psicologia. Nada. Só o que caracteriza ser aquilo um curso superior é o fato de ser apresentado e reconhecido como tal.
Matemática não é ministrado ali!
Na matemática superior temos cálculo diferencial e integral, transformada, limite... Na gramática só repetição.
Não sei qual o sentido de se estudar gramática num curso pretensamente superior, se tudo o que se faz é repetir tudo o que já se estudou na escola.
A gramática do ginásio, com suas complicadas e emboladas dissecações de oração, é muito mais avançada!
Vejamos um esboço do que seria uma gramática superior:
1 ● Princípio da coerência. Não violar a lógica, o tempo verbal nem a concordância, evitar a múltipla negação.
Manchete de jornal costuma bagunçar o tempo verbal: Paulo é preso e diz:, em vez de Paulo foi preso e disse:. Em 1811 o marquês se mudou à casa construída há 300 anos. Então a casa tem 300 anos. Se a casa tinha 300 anos na época referida, então teria de se dizer Em 1811 o marquês se mudou à casa construída havia 300 anos.
Muitas vezes vemos, por exemplo, numa reportagem sobre os anos 50: O ex-presidente Juscelino... Ora! Se está sendo focada uma época, então é presidente. Ex- presidente quando focando a época quando deixou de ser presidente. Vejas o pesado que ficaria: Ex-rei Henrique VIII, ex-imperador Júlio César...
Ex-União Soviética. Menos ilógico seria União ex-soviética. Não existe nem existiu país ou império chamado Ex-União Soviética. O mesmo critério acima pra presidente. Correto seria A federação russa, ex-união soviética...
Quando se diz, usando jamais de forma viciosa, Este é o maior avião jamais construído. Então esse avião não existe, porque jamais foi construído! A frase deveria ser Este é o maior avião já construído.
2 ● Princípio da simplificação. Eliminar palavras supérfluas, preferência ao singular, usar apenas um verbo, redigir com objetividade.
Vício de dupla referência: A João lhe foi dito que..., Se agrediu a si mesmo (além da dupla referência o mesmo supérfluo)
Outros supérfluos viciosos: Qualquer, sequer.
Não encontrou qualquer referência
Não conseguiu uma referência sequer
Não usar verbo extra desnecessariamente:
Havia tido um defeito à Tivera um defeito
Notar que se usou o verbo ter duplicado, haver = ter, + tido
Não haveria de fazer isso à não faria isso
Chegam a usar 3 em 1!:
Logo iremos estar atendendo à Logo atenderemos
3 ● Observar a estética. Dar tratamento homogêneo e coerente à redação (isografia, isofonia).
João costuma passear à noite mas ontem passeou de tarde
Essas formas de frescura gramatical, À noite, de tarde, são produto de esnobismo gramatical equivocado. Parece elegante mas é errado. Primeiro notemos o tratamento heterogêneo a vocábulos-irmãos, noite e tarde. Noutras redações outras formas igualmente esdrúxulas, pela manhã. Além de ser anti-estético.
Observando o princípio da coerência vemos que o sujeito está contido na manhã, na tarde, na noite, no dia, etc. Está dentro. Então João costuma passear na noite mas ontem passeou na tarde.
Não sei pra quê os professores cobram tanto o aluno declamar conjugação, se depois todo mundo escreverá de forma esculhambada. O professor: Fulano, recitar o verbo andar no presente do indicativo. E o aluno: Eu ando, tu andas, ele anda, nós andamos, vós andais, eles andam.
Pra quê? Se nunca usam, e quando usam, usam errado! Então paremos de torturar as criancinhas. Se é, como alguns gramáticos dizem na tevê, o certo é como se usa, não precisa de professor nem gramático. Ambos ficarão sem emprego e nos entenderemos como pudermos.
Esqueceste a conjugação? Então relembres, pra não escrever besteira.
De onde você vem e para onde vai?
Analisemos esta esfarrapada frase. Primeiro eliminar a frescura gramatical de fazer questão de de onde, em um, etc, purismo exagerado. Então não é Na cidade e sim Em a cidade. O charme da língua portuguesa é justamente essa aglutinação harmoniosa, sem apóstrofo, que dá mais elegância e beleza à frase. Em segundo lugar o vocábulo você não existe no português culto, e de tão popularesco só serve pra bagunçar a conjugação e é supérfluo. Terceiro que o vocábulo para indica atribuição, não direção. Evitemos o uso vicioso desse vocábulo.
Eu venho, tu vens. É assim a conjugação do verbo vir. É assim que se fala com a segunda pessoa (com quem se fala). Vem e vai se referem à terceira ou quarta pessoa.
A frase, melhorada:
Donde vens e aonde vais?
Mas ainda há problema na frase. Por exemplo, vou, vai, vão, etc, não são futuro e sim presente. É um uso vicioso do verbo vir. Observando a conjugação obteremos a frase devidamente restaurada:
Donde vieste e aonde irás?
Ha erro de estética que na verdade são erros lógicos, como a negação de ordem par.
Quando dizemos Não encontrou qualquer referência. Alguém pode dizer Mas então pode ter encontrado determinada referência. Qualquer referência é uma referência fortuita, ao acaso, não específica. É por isso que se deve evitar esse tipo de vício.
Outras formas do vício: Não encontrou nenhuma referência, Não encontrou a mínima referência, Não encontrou a menor referência, Não encontrou sequer referência... Deveríamos oferecer um troféu à forma mais esdrúxula.
O uso aleatório de pronome é outro problema: Demóstenes afirmou que é amigo de Cachoeira e que este é o pior momento da vida dele.
Na oração Demóstenes é a terceira pessoa e Cachoeira a quarta. Dele se refere à quarta pessoa, pra se referir à terceira teria de ser seu. Portando está dizendo que é o pior momento da vida de Cachoeira. Se quisesse dizer que é o pior momento da vida de Demóstenes, teria de dizer Demóstenes afirmou que é amigo de Cachoeira e que este é o pior momento de sua vida.
Imagines Carlos contando a Pedro o seguinte: Ontem vi Susana chamar sua mãe e tirar da pasta minha caneta, teu lápis, seu isqueiro e a revista dela.
Carlos viu Susana chamar a mãe de Susana e tirar da pasta a caneta de Carlos, o lápis de Pedro, o isqueiro de Susana e a revista da mãe de Susana.
É assim que se usam os pronomes, de forma referencial-posicional.
Pra verificar se uma frase está bem construída a podemos decompor. Assim o erro de crase, muito comum em Portugal, se evidencia, como à = até a:
Chegou até à borda à Chegou até a a borda à chegou até até a borda
A repetição ressaltou o erro da frase. Portanto não pode ter a crase. Idem ao:
Chegou até ao limite à Chegou até a o limite à chegou até até o limite
Na frase Choverá por pelo menos uma semana, como pelo = por o, temos:
Choverá por por o menos uma semana. Portanto a frase está mal construída.
A frase correta, mais simples e elegante: Choverá ao menos uma durante semana.
Quando lemos num livro uma referência a outro livro e o autor diz este livro, está errado, porque este livro é o livro que o leitor está lendo. Deveria dizer esse livro.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

2 contos contidos na revista (.doc):
(Tradução ao castelhano, de Che Guavira)

Aqui é grátis
Não tem exploração
Cotação na Estante Virtual:

Em Flash Gordon uma aventura na Lua, se referindo ao lado escuro da Lua, um lugar sombrio. Mas que deturpação é essa? Conhecemos o lado oculto da Lua, sempre virado ao lado oposto. Por isso oculto, porque nunca podemos ver. Mas não é sombrio, pois é iluminado pelo Sol.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Obrigado a todos os comentaristas
Comentário de Pancho (Barchini):
ola, che,,,,,nossa lingua mater tem seus meandros. é sempre bom aprender um pouco com voce. realmente, é sempre bom aprender.
eu ja estou no ocaso da vida (vou completar 75 anos em novembro, e tenho uma neoplasia-nome bonito pra se apelidar o câncer.) mas me emociono quando vejo alguem falar algo sobre nossa lingua. algo bom. oxii,,,,,(oxiii?!?!?!?!?)(se existe acrobÁta e nao acrÓbata como se dizia antigamente, na grafia antiga a palavra era proparoxítona, agora á PARO (paro?!?!?!?, o marido da PARA?!?!?! ou foi nossa presidentA que criou essa palavra????e criou por decreto, ou por decerto????nossa, hoje estou atacado.) sabe che, voce falou na grafia antiga, na nossa lingua antiga, no nosso portugues antigo, que é lindo, sem os oxiss de agora, so lamentamos, talvez o hélio tambem lamente, esses "assassinatos" em nossa lingua, corroborado e enaltecido por varios orgãos de comunicaçao (de orgãos o nosso zé povinho so conhece os genitais e como fazem uso deles), criando coisas "lindas" como tezunami (tezunami refere-se a tesão ou maremoto??? grafei com "Z" devido a veemência do pronunciar de nossa antiga "ancora" do jornal nacional;hoje em dia,, minha memória esta muito falha. vai ver que meu HD esta eivado de virus que compromete o que la esta gravado, mas ha cerca de 6 anos atraz, estava ainda com boa memória. talvez o uso indevido de drogas (QUIMIOTERAPIA É UMA DROGA FABULOSA PRA MATAR O COITADO QUE TEM CANCER. O TRATAMENTO É PIOR QUE A DOENÇA. JUNTE-SE A ISSO, A RADIOTERAPIA. MELHOR SERIA RADIOAMADOR.kakaka) tenha ocasionado isso. se voce me permitir, che, em algum próximo comentário, escreverei alguma coisa sobre o nosso português tao maltratado e jogado ao léu. suas cronicas, che guavira, sao dignas de todos os elogios que possam ser dados a quem cultua e respeita a própria lingua, sem a deixar se imiscuir no "lixão" da sub cultura.
meus parabens, che, e um forte abraço.

barchini, ou pancho balboa


El presidente torpe
De la corresponsal chilena
¡Se cuenta cada anécdota sobre el presidente chileno!, que es un [censurado].
Cuando dijo que estaba feliz de visitar Checoslovaquia:
— ¿Cuantos años ya que se separó esa nación en dos?
Que Chile fue azotado por un marepoto [poto, en Chile, es nalga].
Increíble, pero vi en las noticias.
Va ver que le gustan tanto los potos.
Cuando fue a Alemania puso una frase nel libro de visita, que usaban los nazis.
¿Te imaginas?
Tuvo que pedir disculpa pública por su ignorancia, porque los alemanes estaban muy ofendidos, sobre todo la comunidad judía.
En Chillán, para el aniversario de nacimiento de Bernardo O'Higgins, el padre de la patria, dijo, en pleno discurso, que su padre don Ambrosio Rodríguez…
Vas a ver si el padre de O'Higgins sería un Rodríguez!
En un desfile se abajó de la tarima de las autoridades, fue a aplaudir y espantó los caballos, que iban desfilando, y quedó la grande.
O presidente trapalhão
Da correspondente chilena
Se conta cada anedota sobre o presidente chileno!, que é um [censurado].
Quando disse que estava feliz em visitar a Checoslováquia:
— Quantos anos faz que essa nação se separou em duas?
Que o Chile foi açoitado por um marepoto [marebunda, porque no Chile poto é bunda].
Incrível, mas vi no noticiário.
Decerto é tarado por bunda.
Na Alemanha pôs uma frase no livro de visita usado pelos nazistas.
Vê se pode!
Teve de pedir desculpa pública pela ignorância, porque os alemães ficaram ofendidos, sobretudo a comunidade judaica.
En Chilã, no aniversário de nascimento de Bernardo O'Higgins, o pai da pátria, disse, em pleno discurso, que seu pai dom Ambrosio Rodríguez…
Imagines se o pai de O'Higgins seria um Rodríguez!
Num desfile desceu do palanque das autoridades, foi aplaudir e espantou os cavalos que desfilavam, y ficou com cara de tacho.

domingo, 21 de abril de 2013

Saltando da hipérbole
Em dezembro de 2012 meu amigo Glauder apresentou a conexão http://www2.uol.com.br/JC/_1999/2006/br2006b.htm, onde se renova a teoria da viagem interestelar através de dobras espaciais, o que possibilitaria viagem a velocidade superior à da luz. Meu raciocínio foi o seguinte:
No domínio da anti-matéria, onde a velocidade é superior à da luz, o tempo corre a trás e o impossível é velocidade menor que a da luz. Os limites dos domínios material e anti-material são as assíntotas da função y=1/x, que são hipérboles. É possível se transferir ao outro domínio cum salto mas não continuamente.
Então o que esse surfe na dobra pode fazer é proporcionar esse salto. Mas a qual preço?
Viajar no espaço gasta tempo, viajar no tempo gasta espaço. Dalguma forma se movendo no espaço se moverá também no tempo. Um corpo só pode ser mover e ficar na posição seguinte instantes depois. É impossível estar em duas posições no mesmo instante. Pra se deslocar no tempo também se acaba deslocando no espaço.
Creio que pode ser o mesmo que viajar no tempo, que a rigor é impossível.
A viagem no tempo só é possível se entrando num universo paralelo, que é uma mínima variação deste. Por exemplo: Se eu for encontrar dom Pedro I posso chegar num domingo que saiu a cavalo, quando neste universo não saiu a cavalo naquele dia.
Mas a volta é impossível. Meu aqui-agora já passou, se extinguiu. Posso voltar a um universo que é uma mínima variação deste.
Assim quem aguardar meu regresso se frustrará porque não me verá voltar. Apenas um sósia no universo paralelo, cujo presente é uma mínima variação do presente daqui, é que me verá de volta.
Pode acontecer exatamente isso nessa viagem estelar na dobra.
A nave com destino a Aldebarã chegará a uma aldebarã opcional e voltará a uma terra opcional
De modo que a viagem só será proveitosa aos viajantes. Quem fica não os verá voltar.
É preciso tomar cuidado pra não cair em sofisma, como o exemplo no interessantíssimo livro de Roberto Casati, A descoberta da sombra, página 69-70, onde se prova que a velocidade da sombra é maior que a da luz:
As sombras parecem estáticas mas sabemos que a luz que a define se move. Existe um brinquedo pra gato, que projeta a sombra dum camundongo no vidro duma lanterna. Se apontarmos o feixe de luz a uma estrela criamos um buraco na luz. Tirando o camundongo a sombra acaba e começa a ser seguida pela luz que a delimita. E o feixe de luz continua viajando no espaço, levando a sombra, que, portanto, se move na direção da estrela, na velocidade da luz.
Paradoxalmente uma sombra pode viajar até mais depressa que a luz! Podemos girar a lanterna com o camundongo, a apontando primeiro a uma estrela e depois a fazendo se mover em direção a outra estrela. Tomemos duas estrelas que estão cerca da mesma distância da Terra, como Acruz do Cruzeiro do Sul e Belatriz de Órion, ambas a 360 anos-luz de nós. Apontemos a lanterna a Acrux e em seguida façamos o feixe deslizar lentamente a Belatriz. Daqui a 360 anos a sombra do camundongo, nessa altura gigantesco e rapidíssimo, alcançará Acruz e poucos segundos mais tarde estará em Belatriz, depois de percorrer um quarto da abóbada celeste a velocidade bem superior à da luz. As sombras fazem coisas fisicamente impossíveis?

sábado, 20 de abril de 2013

Comentário de Hélio
Mestre bom dia, gostei muito da aula de Português, e mais ainda do comentario do sr. joão Sleimam , se referindo a presidenta. otimo! hahaha!, de coração somente visitava este blog, para salvar ou baixar (o correto?) Gibis antigos, sem ler o que estava publicado. Hoje, por sorte, li a lingua esculhambadada Gramática. Gostei muito, muito mesmo, este blog a partir de hoje passa ser uma referencia. Muito grato mesmo
ps. caso encontre algum erro no comentario passa-a-régua, para evitar se repetir. Esta aula foi salvado ou baixado? Para futuras pesquisas dos netos.
um abraco
hélio
Obrigado, Hélio
Está respondido ali no comentário
A língua esculhambada
Quem não ousa não usa
As pessoas comuns vêem o idioma como uma instituição sagrada, com regras ocultas e misteriosas, extremamente complicadas, somente inteligíveis por uma inteligência superior. Assim reverenciam o gramático da moda como supremo guru a ser seguido, um papa da gramática.
O idioma não precisa ser um código matematicamente preciso mas também não deve ficar ao léu, ao sabor do gosto esquizofrênico da multidão.
Não só a pontuação, a disciplina toda, requer raciocínio lógico. É preciso ousar. Nossos pais ousaram e aportuguesaram. Será que somos mais burros? Claro que não. Sem exagerar, precisamos criar, desenvolver. E pra isso é preciso ousar.
As pessoas comuns vêem o dicionário com a bíblia do idioma. Um livro sagrado. Se uma palavra está no dicionário, existe. Se não está, não existe. Não exageremos. O dicionário registra o vocábulo raiz, normalmente o verbo. As flexões ficam por conta de se conhecer a estrutura do idioma. Assim o dicionário registra o vocábulo cantar mas não as flexões cantando, cantaria, cantava, pra poupar espaço.
As pessoas comuns não consultam o dicionário. Se guiam pelo hábito, pela imprensa, pelos outros. Como membro dum rebanho, não ousam, não questionam.
Um exemplo berrante, gritante, ululante foi a polêmica gerada quando o ministro Rogério Magri usou o vocábulo imexível. Que tal ministro, pasta ou não me lembro o quê era imexível. Foi um prato cheio à imprensa ignorante. Muita sátira, deboche, sempre expondo o ministro como ignorante bizarro ou, quando muito favorável, engraçado.
O que há de tão espantoso nesse vocábulo? Só por não estar na moda não o faz um bicho-de-sete-cabeças.
Todos temos o direito e devemos ousar. Sem isso não se criariam novos pratos, novos sabores. Nada evoluiria.
O dicionário registra o vocábulo mexer. Todas as metamorfoses do vocábulo devem obedecer a princípios do idioma. O prefixo in significa não. Assim o que não é destrutível é indestrutível, o que não é compreensível é incompreensível. Então o que não pode ser mexido é imexível.
Os criadores de videojogos ousaram e criaram o conceito de jogabilidade, que significa a fluência dum jogo em ser jogado. Um jogo bem elaborado tem alta jogabilidade, já um mal elaborado pode ter momento de travagem, ficar lento, etc. O vocábulo ajuda a se exprimir uma idéia sem longa explicação.
Será que pra criar um vocábulo se tem de reunir os deputados pra votar, ou fazer um plebiscito? Claro que não.
É o dicionário que deve correr atrás do que as pessoas dizem ou elas só devem dizer o que consta no dicionário?
Não uma nem outra. É uma interação entre ambos conceitos. Mas é melhor que seja uma interação inteligente, pra não degenerar o idioma.
Se deixar só por conta do populacho vira bagunça. Se uma ditadura do dicionário fica um idioma rígido e artificial, sem graça nem beleza.
É como um ecossistema onde o clima influencia as árvores que influenciam o clima. Um sistema interativo. Assim deve ser o idioma.
Uma vez, conversando em castelhano cuma correspondente hispânica, usei o vocábulo desnecesario. Ela logo avisou que a palavra é inecesario. Então percebi que em português é que está errado. Quando dizemos que algo não é necessário devemos dizer inecessário, porque o prefixo in indica não, o contrário, enquanto o prefixo des dá a idéia de reversão, desfazer, desmanchar. Desnecessitar seria fazer não mais se necessitar o que se necessitava.
Esse tipo de uso errado vai deturpando o idioma, que é cheio de exceção por derivar do latim errado falado pela soldadesca. A soldadesca de hoje é a imprensa.
Outro exemplo de erro desse tipo são duas flexões erradas de construir e destruir. Erro de terminação. São três as terminações verbais: Ar, er e ir. Alguém confundiu e usou a regra da 2ª terminação em vez da 3ª. O presente do indicativo do verbo roer é rói (2ª terminação, porque roer termina em er). Mas os verbos construir e destruir são da 3ª terminação, ir. Portanto o presente do indicativo dos respectivos verbos são construi e destrui. Constrói e destrói, constem ou não no dicionário, são uma aberração e não existem.
A regra da 2ª terminação: O presente do indicativo é obtido se retirando o R final do verbo: Comer, come. Ver, vê. Saber, sabe. Viver, vive...
A grafia antiga na terminação oer: Roer, roe. Doer, doe. Moer, moe.
Por isso a terminação oer ficou como uma espécie de caso pseudoespecial.
Roer, rói. Doer, dói. Moer, mói.
Ruir, rui (não rói, que é de roer). Evoluir, evolui (não evolói). Contituir, constitui (não constitói). Atribuir, atribui (não atribói). Fluir, flui (não flói). Intuir, intui (não intói).

domingo, 14 de abril de 2013

A língua esculhambada
Este é um artigo contestador
Não deve ser usado pra concurso, vestibular, etc.
Aportuguesar é preciso, viver não é preciso
Não adaptar termos alienígenas de uso corrente ao idioma (em nosso caso, aportuguesar) é um sintoma de decadência cultural. Os termos time, futebol, placar, blecaute, reveião, garção, e tantos outros vêm de línguas estrangeiras e foram aportuguesados porque a imprensa da época (até a década de 1960) tinha outra verve. Perdemos a personalidade e deixamos o idioma poluir, macaqueando.
Não se trata de patriotismo e sim de coerência, estética, praticidade e personalidade.
Creio que se estou falando num idioma tenho de usar palavras daquele idioma. Se estou conversando em castelhano não tem sentido entremear termos de inglês, português ou francês no vocabulário. Isso descaracteriza e vilipendia o idioma usado.
 Imagines se nunca tivéssemos aportuguesado café, Vênus, alfazema. Como escreveríamos palavras de origem árabe, grega ou chinesa? Usaríamos letras árabes pra escrever café?
Se imagina que são poucos barbarismos, mas são muitos. Não se percebe que é uma enxurrada, o que acaba poluindo o idioma.
 Sempre aportugueso neologismos em meus textos. Escrevo imeio, Maiame, lêiser... mas minha possibilidade de influenciar é nula. Pronuncio xeróx, pois xérox é pronúncia em língua inglesa.
Acho positivo termos como deletar, atachar... Isso enriquece o vocabulário. A barbárie está em pronunciar e escrever macaqueando.
Outro cacoete é o plural de sigla, notação científica e abreviação. Escrevem CDs, CD'S, MP3s, URVs (embora nunca R$s). Isso vem do macaqueamento do inglês, pois sigla, notação científica e abreviação não têm plural (tal como prefixos como extra e contra, por exemplo), pois se a intenção é simplificação e rapidez é uma estupidez pluralizar.
Não pode existir plural em sigla, abreviatura e notação científica. Seria um contra-senso.
Mesmo porque não é sempre que o plural é feito se acrescentando um S. O plural de qualquer é quaisquer, não qualqueres. Há vocábulos cujo plural é o mesmo, como lápis. Alguém escreve Tenho dois lápis’s?
Comumente vemos burrices como abreviar metro como MTS. Incluindo o ponto! Não faz sentido abreviar quando o resultado é quase do tamanho da palavra, ainda mais se tendo uma notação científica de apenas uma letra.
O mais estapafúrdio da moda, mostra dessa sandice, é a tal mudança de nome de países: outro macaqueamento do inglês. Que história é essa de que Bengala virou Bangladesh, Birmânia virou Miyanmar, Ceilão virou Sri Lanka? O nome do país insular ao sul da Índia, em língua portuguesa, é Ceilão. Só é admissível mudar isso quando o país se dividir e o nome duma parte se confundir com a outra. Mesmo assim a um termo em português. O país cujo nome em português é Alemanha, em alemão é Deutschland. Suécia é Sverige, Finlândia é Suomen Tasavalta, Albânia é Sqipni. Se chamamos Alto Volta de Burkina Fasso, então devemos chamar Estados Unidos de United States, Áustria de Oesterreich, Escócia de Scotland e Inglaterra de England. Então por que os países de língua inglesa escrevem Brazil em vez de Brasil?
Na idade áurea de Portugal, do Portugal pujante da era da navegação, até Lancaster era aportuguesado a Alencastro, Mainz virou Mogúncia, Michigan é Michigão, Glasgow é Glásgua... Tratar o idioma como lata de lixo, como espam de neologismo, é sintoma de baixa auto-estima, pouca pujança, subserviência, apatia, imaturidade. Somos um povo imaturo, apático e acomodado. Desculpe a sinceridade.
Hoje é chique pronunciar sempre proparoxítona. Côssovo em vez de Cosovo. Acham esdrúxulo Chechênia, mas muito mais esdrúxulo é Chicago ou Bóston, apenas que já acostumamos. Sempre que a palavra é desconhecida o locutor pedante acha elegante pronunciar em proparoxítona (influência do inglês), em vez de optar pela simplicidade. Assim os locutores pedantes quando mostram os gols (gols?, que plural é esse?) do time inglês Arsenal, pronunciam Ársenal. A maioria dos topônimos contemporâneos vindos de idiomas exóticos é uma adaptação ao inglês. Por que temos de usar grafia inglesa? Hong Kong é uma adaptação ao inglês. Por que não escrevemos Rongue Congue? Se escrevemos Pequim, Nanquim, Xangai.
Cada povo denomina um lugar numa palavra de seu próprio idioma. Assim a capital inglesa é chamada London em inglês, Londres em português e castelhano, Londra em italiano, por exemplo. O país que, em inglês, se chama England, em português e castelhano é chamado Inglaterra.
Adaptar ao idioma palavra estrangeira de uso corrente é característica de vitalidade, vigor, cultura, pujança, personalidade. Em nosso caso, aportuguesar. Como acontecia na idade áurea de Portugal. Macaquear, achar chique estrangeirismo,é sintoma de decadência cultural, embasbacamento, subserviência, complexo de inferioridade. O que ocorre hoje: Preguiça mental, minagem secreta, imaturidade, colonialismo, ignorância, burrice?
Com a imprensa americanizada, tomada por pessoas incultas, profissionais meia-sola, espécie de macdônal da comunicação, vemos, dentre tantas barbaridades, uma tremenda esquisitice, verdadeira burrice, com relação aos nomes de país.
(Como exemplo da incoerência terminológica temos o vocábulo anglófilo workaholic, designando o viciado em trabalho. O termo work (trabalho) + alcoholic (alcoôlmano) (o termo alcoólatra indica quem idolatra o álcool, não necessariamente ser viciado nele. Assim uma religião que adora o álcool não teria, necessariamente, fiéis viciados. Portanto o termo alcoólatra pra designar viciado é impróprio). Teria de se juntar a raiz trabalho + uma raiz vício, mania. Alcoólico não significa viciado em álcool e sim que contém álcool. Então um entregador de garrafa de uísque ou degustador exerceria um trabalho alcoólico. Portanto o termo workaholic, além de estrangeirismo é um estrangeirismo burro já na própria língua de origem. Podemos criar palavras muito mais interessantes e precisas pra designar o viciado em trabalho, como labutômano, não essa feia e estúpida workaholic.)
Um modismo capenga dos que acham chique chamar Birmânia de Mianmar, Bengala de Bangladesh, Ceilão de Sri Lanka, Alto-Volta de Burkina Fasso, Rodésia de Zimbabwe, etc.. Adotando, assim mesmo, grafia inglesa.
Dizem que tal país mudou de nome. Um golpe de estado, um toque de vaidade, e só porque mudaram lá, no idioma do tal país, macaqueamos aqui. No caso rodesiano, descobriram ruína de origem desconhecida, anterior aos negros, nem se sabe que povo construiu aquilo, e o novo regime resolve adotar aquele nome.
Não importa que nome tem, em sua língua oficial, tal país. O nome, em português, é tal e só se criará outro quando houver divisão ou desmembramento, de modo a se evitar confusão, como, por exemplo, Checoslováquia, se dividindo em República Checa e Eslováquia.
Afinal, quando Brazil passou a ser grafado Brasil, continuou a ser grafado com Z em inglês.
O que chamamos Suécia é Sverige em sueco. Alemanha é Deutschland e Áustria é Oesterreich ou Österreich em alemão. Albânia é Shqipni ou Shqipri em albanês. Finlândia é Suomen Tasavalta em finlandês. Em dinamarquês Copenhague é Kobehavn. Copenhagen é em inglês. Moscou é Moscú em castelhano, Moscovo em português luso e Moscou no Brasil (influência do inglês Moscow).
Então teremos de chamar França de France, tirar o acento de Itália, trocar Inglaterra por England, Escócia por Scotland, Espanha por España. Estados Unidos (País que não tem nome, só sigla, que nem é um país, é uma empresa) por United States. Qual idioma usaremos pra renomear a Suíça?
Então teremos de usar o alfabeto grego pra denominar a Grécia, o alfabeto cirílico pra denominar a Rússia e a Bulgária, por exemplo, o alfabeto árabe pra denominar os países árabes. Pior ficará a denominação da China, Japão, Coréia. E os planetas? Devemos esperar contatar com os alienígenas pra saber como chamar Mercúrio, Vênus, Marte...?
Estamos tão decadentes que esquecemos que Basra é Bássora, Bombai é Bombaim, Mainz é Mogúncia, Glasgow é Glásgua, Michigan é Michigão, Oregon é Oregão, Zmir é Esmirna, New Orleans ou Nouvelle Orléans é Nova Orleãs, Canterbury é Cantuária, Newfoundland é Terranova, Northumberland é Nortúmbria, Pearl Harbour é Porto Pérola,
E quando surge um nome novo, exótico, acham chique pronunciar em proparoxítona: Côsovo. O time de futebol inglês é pronunciado Ársenal pelos narradores e comentaristas. Já vi caso de palavra francesa ser pronunciada em proparoxítona, o que não existe em francês!
Como locutores ignorantes que dizem Zúrique. Ora, Zurique é da porção suíça de língua alemã e se pronuncia algo como zirrík. Donde sacou essa pérola de zúrique?
Nova Iorque os preciosistas da imprensa Nova York, de forma esdrúxula, híbrida: Metade numa língua, metade noutra. E a última moda, o mais chique (eles diriam chic) da imprensa aduladora do óscar: Pequim acham chique dizer e escrever Beijing. É muita frescura!
Achamos chique chamar vagalhão de tsuname, desfiladeiro de canyon, toucinho de bacon (Neste caso originário do francês, adaptado ao inglês. Então nossa burrice é ao quadrado), reveião de réveillon (só falta mudar carnaval a carnival).
Nossos antepassados imediatos eram mais sóbrios e menos preguiçosos: Enriqueceram o vocabulário mas aportuguesando: Stock virou estoque, placard virou placar, blackout virou blecaute, football virou futebol, volleyball virou voleibol ou vôlei, team virou time, maillot virou maiô, bikini virou biquíni, bulldog virou buldogue, penalty virou pênalti, nylon virou náilon. É assim que fazem os franceses, tão ciosos de seu idioma que quando Ed Motta chegou e foi falando inglês foi vaiado. Aqui, terra de jeca, é vergonha defender o idioma nacional. Fazem questão de usar a horrível palavra performance? Então escrevam perfórmance, oras bolas! Escrever site e pronunciar çaite ou online e dizer onláin. Até o sublinhado ficam chamando de underline! É de dar dor-de-barriga, de cabeça e de ouvido.
Mas até hoje, escrevemos show, pizza, diesel, software, performance, marketing, merchandising, internet... Preguiça mental, alienação?
Ou será que a enxurrada neologística é tão grande que como diz o ditado: Se o estupro é inevitável relaxes e aproveites. Mas quando o termo já existe só podemos taxar de crassa ignorância abandonar o vagalhão e embarcar no tsunami, por exemplo. Em vez de dizer que está no ar, ou que está conectado, dizer que está online [onláine, arre!]. Em vez de dizer descarga dizer download. Mau gosto ainda é eufemismo pra rotular quem faz isso. O povo chique não descarrega nem baixa, faz download. Será que o monitor dessa gente é todo emoldurado com purpurina?
Termos já vigentes como garção, cupão, roteiro, lema, estafa, numa involução viraram garçon, cupon, script, slogan, stress.
O conto Língua portunglesa apenas demonstra que pensamos que são só umas palavrinhas estrangeiras e não percebemos que é, na verdade, uma enxurrada, constituindo uma verdadeira poluição idiomática. Logo falaremos um inglês com uns e outros vocábulos portugueses.

sábado, 13 de abril de 2013

Papai Noel 46 - Tom & Jerry, 01.1956
Revisagem, restauragem e fotoxopagem de Che Guavira
Agora estou usando o Mega no lugar do Mediafire. O pessoal vem estranhando o sistema de baixar do mega, que em vez de apresentar o nome e a pasta pra se renomear e escolher o destino, primeiro baixa, e então faz isso. Nos outros primeiro salva e em seguida baixa, no Mega é esperar baixar e no final  salvar.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

A pessoa comum não tem obrigação de ser impecável no uso do idioma, assim como não tenho a obrigação de saber o que é vassoura-de-bruxa, mas um agrônomo tem. Mas, francamente, jornalista ruim de português é de lascar!
Se alguém está preste a se submeter a implantar uma ponte-safena e meia hora antes, conversando com o médico, percebe que ele é muito ruim de anatomia e confunde ventrículo com ventríloquo, sairá correndo, com certeza. Então como esse sujeito acredita nas reportagens e artigos de jornalistas ruins de português? E que tal um advogado que não conhece as leis?
Uma de minhas paixões é coletar relato de assombração. Com toda a ternura do mundo reviso e ajeito, porque a pessoa comum já está dando uma contribuição importante, mesmo única e fico muito grato de que conte, a seu modo e conforme sua possibilidade. Por isso discordo desses concursos literários pomposos e cheios de exigência, pois o verdadeiro pesquisador faz de tripa coração pra não deixar se perder um bem cultural único.
Mais um comentário de Sleiman:

alo, che. é o pancho balboa outra vez ( ou joao sleimam barchini)
consegui entrar no seu blog novamente. ontém e hoje. já esta se tornando ROTINA. (obrigado, net). o que é lamentável neste Brasil, que é de Deus (será que ele esta olhando pra obra Dele????) quero crer que nao, é que nosso povo tao sofrido do nordeste, acabam esculhambando com nossa língua; (oxiiiiiii). ha cerca de tres meses, estava conversando com um "representante norte americano", la de cima, e ele, enfaticamente, no calor da conversaçao, soltou essa palavra, que se voce a conhecesse, teria colocado junto as placas ridiculas....A MULHER É FRÁGIA. oxi, que me adiscurpe quem ta lendo.....fragia????atonces o home é FRÁGIO???? nesta terra que vale tudo, a presidente guerrilheira Dilma, decretou que fosse chamada de PRESIDENTA......PRESIDENTA???? NOVO VERBETE??? POR DECRETO??? a cristina, da argentina, é PRESIDENTE. a dilma é PRESIDENTA ! VALHA-ME DEUS. sera que quanto ela esteve hospitalizada, ela foi atendida por alguma SERVENTA??? havia alguma TENENTA lá?? nao tinha nenhuma REPORTERA da "grobo" pra anunciar??? afinal ela era uma DOENTA IMPORTANTA....
acho que meu velho professor, moises feitosa, deve estar se revirando na cova. sera que a nossa tao magnanima presidente nao sabe que o cargo é de PRESIDENTE?????? nossa, inguinoransia por decreto.....
che, sua coluna (o masculino de coluna é COLUNO????) é um deleite para os olhos. continue assim. nao esmoreça. é pelo dedo que se conhece o gigante (frase que me foi dita, a titulo de um elogio aos meus conhecimentos). assim, digo o mesmo a voce. so pra finalizar::::ANOS ATRAZ RASCUNHEI O QUE SERIA UM LIVRO DA GRAMÁTICA DO PORTUGUES. ficou bonitinho o rascunho, mas, como nao tenho sobrenome sarney (sobrenome ou alcunha??? por osmose, acabou virando sobrenome) ou outro qualquer, nao tive condiçoes de publica-lo. nos dias de hoje, com tanta barbaridade sendo falada e escrita,meu livro, coitadinho, seria ridicularizado e morreria de vergonha. talvez hoje, com a internet, eu conseguiria posta-lo em algum sitio ou blog. mas ele deve ter se perdido juntamente com as milhares de revistas em quadrinhos que eu colecionava e que se perderam quase todas. infelizmente. felizmente, existe um che guavira e um queiroz (do portal do gibi nostalgia) que nao deixam a peteca cair. saude para voce e seu blog.
e mais uma vez, parabens.
um forte abraço
barchini
ps. desculpe a falta de acentuaçao.
E um de Joanco:
PARABENS PELOS SEUS COMENTÁRIOS.
UMA VERDADEIRA AULA DE PORTUGUÊS.
FICO NO AGUARDO DE NOVOS.
VOU IMPRIMIR E COLOCAR NO MEIO
DO MEU DICIONÁRIO

quarta-feira, 10 de abril de 2013

À coleção Placas ridículas e curiosas
Ã! Dévi sê a refórlma horto-grâfica!
Ou culpa da mania de falá ingreis.
Como em inglês é tudo proparoxítona...
E pra quê esse ponto final?

Sinto muito
Sou a favor do filé

Se tem onça de ouro, deve ter de alumínio também
Né?
Ou é a nova outragrafia?

A língua esculhambada
Cacoetes de linguagem
Este é um artigo contestador
Não deve ser usado pra concurso, vestibular, etc.
Não são só Subir pra cima, descer pra baixo, entrar pra dentro, sair pra fora, mais maior os vícios de linguagem.

Redundância
Decidirá se viajará ou não
Se já é condicional. Ou não é, portanto, redundância.
Dizer Decidirá se viajará é o mesmo que dizer Decidirá se não viajará

Um tipo de redundância é a tautologia, que é a repetição duma idéia, de maneira viciosa, com palavras diferentes mas com o mesmo sentido.
Ana é mãe de três filhos
Alguém só pode ser mãe de filho. Já se viu alguém ser mãe do primo, do pai, no neto? As opções, então:
Ana é mãe de três
Ana tem três filhos

Deus ajuda quem cedo madruga
Madrugar já é cedo
Deus ajuda quem madruga

Se suicidar
Ninguém pode suicidar outro. A definição de suicidar é se matar. Se suicidar = Se se matar. Portanto excessivo.
Pegou o objeto e o levou consigo
Levar já é consigo, porque se levar sem ser consigo não está levando e sim enviando.
Venhas a cá - vir até aqui, vir àqui. Vir só pode ser até
Venha cá está faltando até, porque indica um movimento: Venhas a cá
Ficou correto quanto à preposição mas de qualquer forma é uma tautologia, porque vir só pode ser até aqui, se fosse até ali seria ir.
Até hoje a lei está vigente ou Hoje a lei está vigente
Se está, só pode ser atualmente. Se fosse no passado seria estava, se no futuro seria estará.
Mover os objetos dum lugar a outro (definição dum verbete em dicionário)
Estão esgotados todos os ingressos
A enchente levou entulho e pés de bananeira
Uma planta cujos frutos são bananeiras em vez de bananas
Aventura não isenta de arriscado perigo

Ana ficou esperando pela resposta
A preposição é excessiva
Ana espera por Maria significa que Maria estava esperando alguém ou algo, teve de interromper a espera e pediu a Ana que esperasse em seu lugar:
— Ana. Irei, rapidinho, ao banheiro. Esperes, aqui. Faças isso por mim, pois já voltarei.
Ana ficar esperando pela resposta fica um tanto esquisito
Impropriedade do termo
Escolher uma das alternativas abaixo
Alternativa é só uma. Do latim alter, trocar, alternar, inverter. Alternativa é sempre o contrário: Positivo–negativo, masculino–feminino, claro–escuro...
Alter ego: A personalidade oposta.
Numa questão de múltipla escolha devemos dizer Marcar a opção correta, Escolher uma das opções abaixo, nunca alternativa.

Foi passear ao invés de tomar banho
Invés significa ao contrário
Tomar banho não é o contrário de passear, portanto a frase tem de ser:
Foi passear em vez de tomar banho
Em vez significa no lugar
Ao invés só cabe entre opostos. Em vez cabe sempre. Portanto, na dúvida, usar em vez.

O convidado passou desapercebido
Desapercebido significa distraído
Despercebido significa sem ser percebido
A busca do ouro, A busca por ouro em vez de A busca ao ouro
À procura de ouro, à procura por ouro em vez de procurando ouro
Culto dos mortos em vez de Culto aos mortos
Atentado à bomba: Só se foi a bomba quem sofreu o atentado
A notícia disse que o menino foi enterrado com o uniforme do Homem-aranha, seu super-herói favorito. O certo seria dizer fantasia do Homem-aranha, já que uniforme é quando um grupo se veste de forma igual: Uniforme colegial, militar, trabalhista... Como o Homem-aranha é uma personagem única, não há outros homens-aranha, não se trata de uniforme.
O termo casal guei não tem cabimento. Se poderia dizer dupla ou par, nunca casal. Quando alguém responde a quem perguntou quantos filhos tem e responde: Tenho um casal, significa que tem um menino e uma menina. Tento dois meninos ou duas meninas não diria que tem um casal. Dois meninos ou duas meninas podem constituir uma dupla, um par, nunca um casal.
Pagamento a vista, porta fechada a chave, fogão a lenha, pintado a mão, riscado a caneta, levado a força. Tudo sem crase, por favor.
Excesso por retração
Agora é: Ou vai ou racha
Esse ou inicial é supérfluo
Nuca dizemos Eram duas: E Maria e Ana, e sim Eram duas: Maria e Ana.

Nem preto nem branco
Esse nem inicial é impróprio
Nem é um extensivo de não. Deve ficar assim: Não preto nem branco.

Neste caso o primeiro nem é supérfluo:
João não quis nem a primeira nem a segunda
João não quis a primeira nem a segunda

Neste exemplo a redação muito carregada. O nem deve ser usado uma vez, finalizando:
Não tem alicate, nem serrote, nem martelo, nem esquadro
Eliminando o supérfluo e simplificando a pontuação:
Não tem alicate, serrote, martelo nem esquadro
Tentativa de ênfase resultando inversão
Não tem nenhum problema ou Não tem problema nenhum
Quais não têm problema? Nenhum. Então todos tem!
O correto seria:
Não tem, nenhum, problema (nenhum como ênfase, embora supérfluo)
Não tem problema
Se não tem, então já é nenhum
Se tem nenhum, então já foi dito que não tem
Mas sem a vírgula, em vez de ênfase é inversão

Não existe nada lá
O que não existe? Nada
Então existe tudo
O certo é:
Não existe algo lá
ou
Nada existe lá

Onde ninguém jamais esteve
As opções:
Onde jamais alguém esteve
Onde ninguém, jamais, esteve

Onde ninguém jamais esteve = Onde, ao menos, alguém esteve. Nesse lugar já esteve alguém, ao menos. Ou mais pessoas.

Estou falando com você. Estou lhe dando seu cartão
Lhe e seu só se referem a uma terceira pessoa. Dele, dela, a uma quarta. A pessoa com quem se fala (segunda) recebe te, teu.
Ana diz a Vera:
— Fui à casa de Maria, entreguei teu livro a ela e lá encontrei tua mãe.
Ana entregou o livro de Vera a Maria e encontrou a mãe de Vera.
— Fui à casa de Maria, entreguei teu livro a ela e lá encontrei sua mãe.
Ana entregou o livro de Vera a Maria e encontrou a mãe de Maria.
— Fui à casa de Maria, entreguei teu livro a ela, que conversava com Odete, e lá encontrei a mãe dela.
Ana entregou o livro de Vera a Maria, que conversava com Odete, e encontrou a mãe de Odete.

Quando o namorado diz à namorada:
— A amo.
Ou
— A levarei até sua casa.
A amo se refere a uma terceira pessoa. Idem, a levarei até a casa de quem? Não à da namorada nem à dele. Teria de dizer:
— Te amo
ou
— Te levarei até tua casa.
Monteiro Lobato, no conto O colocador de pronome, satiriza essa esculhambação verbal:
O fazendeiro, manda-chuva do lugar, tinha uma filha bonita. A outra era feia. O poeta sonhador era apaixonado pela bonita. Certo dia mandou a ela o bilhete Amo-lhe. O fazendeiro interceptou o bilhete e chamou o poeta pra conversar:
— Vejas bem. Lhe se refere a uma terceira pessoa. Se mandaste a ela o bilhete dizendo Amo-lhe, então amas uma terceira pessoa. Aqui, de mulher, só tem minha esposa e minha outra filha. Como não admito desrespeito comigo, só pode se referir a minha outra filha!
Assim o poeta teve de se casar com a filha feia.
Bem feito! Quem manda não saber usar pronome!

Quando lemos num cartaz ou ouvimos na tevê:
Faça seu cadastro
Façam suas apostas
Isso é um erro grotesco e empobrecimento do idioma
Em contos, novelas e romances vemos pronomes, assim, errados, de modo que, em certos momentos, fica difícil discernir o que se está dizendo exatamente. Lamentável.
No colegial a professora de português costumava tomar a conjugação verbal:
Eu comprei, tu compraste, ele comprou, nós compramos, vós comprastes, eles compraram
A troco de quê? Se não se usa conjugação correta, nem no mais erudito dos livros. Até em livro escolar se usa pronome errado, conjugação errada!
É como fabricar carros que chegam a 250km/h mas não existe local onde se possa passar de 100km/h. Uma incoerência.
Se o certo é como o povo fala, então não precisa de profissionais do idioma nem professores. Então devemos abolir a conjugação e assumir de vez a esculhambação verbal total que vemos e ouvimos na imprensa.

Tenho de somar minhas horas extras
Extra é redução de extraordinário, portanto sem plural:
Tenho de somar minhas horas extra
O governo da Nicarágua rechaçou o ataque dos contra
(dos contra-revolucionários)
nunca dos contras

Frescura gramatical
Abriu a janela pela manhã
Quem abriu não está dentro da manhã? A frase acima diz que abriu a janela no lugar da manhã.
Preferem viajar à noite
É o cúmulo da frescura gramatical. Se anoiteceu então não se está dentro da noite? Então:
Preferem viajar na noite.
À noite = a a noite = até a noite. Indica ir em direção aonde está a noite.
Assistir o jogo: Presenciar, ver
Assistir ao jogo: Ajudar, dar assistência
Participar, interagir, dar assistência, ajudar é muito diferente de simplesmente presenciar, ver, testemunhar
E por que a frescura de se escrever em um, em uma, de um, de uma, em vez de num, numa, dum, duma? Então não deveria escrever Ana mora na cidade, e sim Ana mora em a cidade.
Hoje são 21 de maio
Teria de ser Hojes são 21 de maio, agora são 7 horas. Como hojes não existe, esse plural é absurdo.
21 de maio é uma posição, uma marca, uma medida, não quantidade. Portanto:
hoje é 21 de maio, agora é 7 horas

Ana viajou para Campinas
A preposição para  (pra) nunca indica direção e sim atribuição, intenção, finalidade. O certo é:
Ana viajou a Campinas
ou
Ana viajou até Campinas

Ana entregou o livro a Maria
Significa que Ana levou o livro até Maria
— Ana, eis teu livro.
Ana entregou o livro pra João
João tinha de entregar o livro a Maria mas torceu o pé e disse a Ana:
— Ana. Tenho de entregar este livro a Maria. É urgente. Podes entregar pra mim?
— Deixes comigo!
Então Ana entregou o livro pra João e Ana entregou o livro a Maria.
Ana entregou o livro a Maria, pra João

O juro subiu de 2% pra 3% ao mês
O certo é
O juro subiu de 2% a 3% ao mês
ou
O juro subiu de 2% até 3% ao mês

Barbarismo
Tsunami, canyon, slogan, bacon, performance, download, garçon, cupon, edredon, réveillon, expert...
(Download e performance são os mais horríveis.)
Em vez de: Vagalhão, desfiladeiro, lema, toucinho, desempenho, descarga, garção, cupão, edredão, reveião, experto...
Chegamos ao absurdo desses barbarismos constarem até no dicionário do Uorde!
Time, placar, blecaute, uísque, pênalti, futebol, estoque... são palavras, de origem inglesa, aportuguesadas. Até a década de 1960 era um português pujante. O que acontece hoje? Ficamos com preguiça? Mouse, drive, Miami... Onde se viu uma palavra tão corrente ainda ser escrita com sh e w: Show. Cruz-credo!
O idioma é um dos elementos máximos de identidade dum povo.
Saibas que o inglês nem é exatamente um idioma. Nem tem regra de pronúncia. Todas as palavras em inglês tem uma convenção prévia de pronúncia. Escrevas uma palavra nova e não se saberá como se pronuncia. O inglês todo é como o X português. Uma palavra nova com X, por exemplo axísquico, seria pronunciada achísquico, acsísquico, azísquico ou acísquico? O inglês é como uma língua ideográfica, no sentido que uma palavra nova teria de ter sua pronúncia pré-estabelecida. O inglês como língua universal é um absurdo. Mas isso é outra história.
As frases: A bijuteria não pretende se parecer com uma jóia
A bijuteria não pretende parecer uma jóia
A primeira diz que a bijuteria não pretende se parecer com determinada jóia, enquanto a segunda frase é genérica, diz que não pretende se parecer com jóia, seja qual for.
Plural arbitrário
Nozes, varizes, juros...
Plurais viciosos vão, paulatinamente, extinguindo o singular.
Nunca: Torta de nozes, suco de morangos, cirurgia de varizes, taxa de juros...
Sempre: Torta de noz, suco de morango, cirurgia de variz, taxa de juro...
Ao dizer: É autor de música. O termo música é genérico. Pode tanto ser autor de só uma música como de mais de uma. Quando for autor de só uma: É autor duma música.

Coletivos no plural
Cabelos, bagagens, munições, suprimentos.
Só posso dizer Minhas bagagens quando tenho uma bagagem num lugar e, ao menos, outra noutro lugar. Bagagem é um conjunto de malas, sacolas, caixas, pacotes, que se transporta.
Assim como não posso me referir a um grupo insular como arquipélagos, e sim como arquipélago. Arquipélagos somente quando me referir a, no mínimo, dois grupos, separados, de ilha.

Você não existe
Do português arcaico o termo formal Vossa Mercê virou Vosmecê e acabou virando você (logo virará ucê, decerto). É linguagem popular, não existe esse termo no português culto. Qualquer conjugação com você é algo muito esdrúxulo.
Minha correspondente colombiana me pediu pra ser menos formal quando usei o termo usted em lugar de , (usted é o correspondente a você no espanhol). Só que, em espanhol, usted é tratamento formal, não popularesco como o nosso horrível você.
Nunca uso você em meus textos. Em vez de Onde você estava? Digo Onde estavas? E assim vai... Toda frase prefiro simplificar ao máximo, como na matemática.
Também não gosto das próclises, ênclises e mesóclises. Pura frescura gramatical. Só servem pra enfear o texto, sobrecarregar o dicionário eletrônico e deixar a palavra muito longa.
Em vez de Ele sentou-se no banco, digo Se sentou no banco.
Se sentou, só pode ser ele. Não tem Eu se sentou no banco.
E nada de não poder começar frase com pronome. Essa regra é frescura gramatical.

Todos os vícios de linguagem que existem no português também existem no castelhano.
Por isso e outras me parece que o português nasceu forçado a partir do castelhano. Mas essa é outra história.

O ponto-e-vírgula é um sinal feio e quase supérfluo, que estraga a estética do texto. Seu uso é quase nunca. Somente num caso deve ser usado: Quando há uma subsubdivisão, caso em que não é ponto mas a vírgula requer uma submarcação.
Exemplo:
Os classificados são: O grupo vermelho, que deverá ostentar a bandeira; o grupo amarelo, que deverá ostentar a faixa de protesto; e o grupo azul, que encerrará o desfile.

A vírgula deve ser usada conforme a intenção do autor. Relendo pode perceber que a mensagem ficou dúbia. Então colocará vírgula pra deixar a frase mais explícita.
É bom reler e reler a frase, pois pode, inadvertidamente, dar uma mensagem pouco clara. Por exemplo:
Minha mãe não dormiu a noite toda.
A frase acima diz que ela não passou a noite inteira dormindo. Pode ter dormido apenas uma parte da noite. Quando na verdade quer dizer que ela passou a noite toda sem dormir. A frase deve ficar, então:
Minha mãe passou a noite toda sem dormir.
Uma vírgula pode resolver o caso, com simplicidade:
Minha mãe não dormiu, a noite toda.
Mas como se está dentro da noite, então, melhor:
Minha mãe não dormiu, na noite toda.
Melhor dizer, límpido e simples:
Mamãe passou a noite inteira acordada.

Maria também teve febre - Maria teve também febre - Maria teve febre também
Pode ser interpretado que Maria teve febre, além doutras coisas que lhe aconteceram ou que Maria, assim como outras pessoas, teve febre.
O primeiro sentido é o exato. Pra se dizer que, além doutras pessoa, Maria teve febre:
Maria, também, teve febre - Maria teve, também, febre - Maria teve febre, também

Muitas vezes, no contexto, cometemos gafe sem perceber.
Dia desses eu comentava, com uma correspondente, que sou bom pingue-pongue, etc. e tal, e que não tenho com quem jogar. Quando ouvi uma expressão tipo Bá! Caí na real. Percebi que a outra parte estava entendendo que estava me gabando, que não tenho mais adversário à altura. Então me apressei a explicar que não há adversário porque todas as pessoas que conheço não gostam de jogar pingue-pongue.

Por detrás, para além, namorando com, entrar para...
São tantos os vícios de linguagem. Até a década de 1970 era moda em vez de dizer mundo dizer universo. Hoje a moda é dizer planeta.
Um vício persistente, decorrente da influência do inglês, é pôr plural em tudo. Até em sigla, abreviatura e unidade de medida. Pra pluralizar põem um S no final. Quando e sigla um s. Quando unidade, ou sigla em minúsculo, põem um ‘s. Quanta bobeira!
Nem sempre o plural é com um S adicional. Nem no inglês. O plural de qualquer é quaisquer. Lápis não tem plural. Assim inventaram esse horroroso juniores. Ora, júnior, como lápis, não tem plural.
Só falta escrever Trouxe dois lápis’s.
Sigla e abreviatura são pra simplificar. Não faz sentido pôr um S, muitas vezes seguido de ponto, pra indicar plural. Sigla, abreviação e unidade de medida não têm plural. Muitas siglas são unidade de medida, como, por exemplo URV. E os pluralômanos faziam questão de escrever: 10 URVs ou 10 URV’s.
Há termos usados impropriamente. É o caso de alcoólatra. O termo correto pra viciado em álcool seria alcoôlmano, quem sofre de alcoolmania. Alcoólatra é adorador de álcool, seja admirador, degustador ou fiel religioso, não necessariamente que o bebe ou cheira.
Termos semelhantes até os profissionais da área confundem. Vimos freqüentemente médicos e enfermeiros confundirem medicamento com medicação. Medicamento é sinônimo de remédio. Medicação é ato de medicar: Atender com medicamento, tratar.
Siglas de uso corrente devem ser transformadas em palavra, do contrário o idioma fica feio, parecendo um texto técnico. Assim: Tevê, peeme, cedê, devedê, uteí.
Outra bobagem enfeante é e/ou. Pra quê essa barra? Melhor escrever e ou.
Se tiver água e ou vinho.
Mas a maior incoerência de todas é tratar Estados Unidos, Filipinas, ONU, etc., como plural.