O direito de
manifestação é uma jóia preciosa que devemos lidar com cuidado e
responsabilidade. Tem de ter uma pauta de reivindicação importante, objetiva e
coerente. Nada de aderir porque é moda ou pra aparecer em foto no facebu.
Antes de
aderir pensar bem se é manifestação autêntica ou quinta-coluna estrangeira. Se não
sabes onde pisas, então és mau cidadão, irresponsável.
Os problemas
cruciais que temos não são decorrentes de determinado governo, seja efeagacista
entreguista ou de torturados profissionais, mas da mentalidade nacional que
precisa mudar.
Antes de
reencaminhar aquelas mensagens falando horrores da copa e do governo, leias
isto:
É hora do
governo se tocar de que a mentalidade arcaica de manter o povo na ignorância,
achando que a ignorância é ótimo cabresto, é uma faca de dois gumes, pois o
cidadão ignorante também é manipulado facilmente por uma superprepotência
estrangeira interessada em bagunçar tudo. Então fica do jeito que o Diabo
gosta, ou melhor, do jeito que o Grande Satã gosta.
Como no Chile,
o Grande Satã não conseguiu derrubar Allende no voto nem comprando os
militares, mas enfim conseguiu fazendo um canalha dar o golpe.
Aqui foi assim
também. Não sei como eram os posteriores. Que fale quem está mais dentro do
assunto. O fato é que tudo isso visava difamar os militares, criar ojeriza da
população contra essa classe vital. É por isso que não devemos cair nessa, pois
estaríamos fazendo o jogo dele, do Grande Satã.
Fazendo engenharia
civil na UFMS, em 1981, fiquei decepcionado com a carga de matérias humanas no
curso. Um colega disse que um empréstimo foi concedido sob a condição de
enfraquecer o ensino e que os professores de física me perseguiam porque
achavam que eu era comunista pelo que escrevia no jornal do diretório. Nunca fui.
Era até bem alienado aos 17 anos. Meu enfoque era a qualidade de ensino. Só isso.
Os professores de cálculo eram meus amigos mas os de física me perseguiam
mesmo, tanto que vivia reprovando.
É muito
estranho um curso de engenharia civil ficar carregado de ciências humanas. Então
a questão do enfraquecer o ensino é plausível, óbvia até.
Portanto escolhamos
logo: Continuar discutindo a ditadura, numa catarse sem fim, ou construir um
novo Brasil, longe do Grande Satã, pois só quem é muito ingênuo em geopolítica
se alia a ele, que solapa igualmente aliados ou inimigos, porque essa é a natureza
do Diabo.
Muitos não
gostam de ver outros pontos de vista históricos por se acomodar a seu ponto de
vista conformista ou contestatório-acomodado.
Os portugueses
não eram matadores de índio como os espanhóis, pois a mentalidade templária
difere radicalmente da católica. O catolicismo luso era só de fachada, se
equilibrando entre o calvinismo inglês e os estados papais, pois ambos eram
vitais pra sua sobrevivência. Assim conseguiram manter um território
gigantesco, miscigenando em vez de matar.
A cândida idéia
de que se os europeus não chegassem os índios viveriam em paz não resiste à
verificação histórica. Os índios viviam em pé-de-guerra, e se os europeus não
chegassem chegariam os incas, uma espécie de império romano sul-americano. O que
deu aos europeus vitória tão rápida foi a arma de fogo.
Os indianos
barraram o avanço de Alexandre Magno. Os soldados se assustaram com os rojões,
por isso se recusaram a avançar. Os mongóis foram tão terríveis porque inventaram
o canhão. Foram os portugueses que forneceram arma de fogo aos japoneses, que
assim puderam exterminar os samurais, que só tinham arma branca, e assim o Japão
foi finalmente unificado. Se não fosse o camicase, o vento divino, que duas
vezes os salvou contra os mongóis, teriam arma de fogo muito antes.
Os maoris
exterminaram o moa, uma ave maior que o avestruz, na Nova Zelândia. A idéia de
que só o europeu é anti-ecológico é ingênua.
Os escravos não
foram caçados como bicho selvagem, como no filme Raízes, Cunta Quintê. Entre eles havia mesmo realeza, povo vencido nas
guerras tribais e vendido pelo vencedor.
Os mulatos
desprezavam os negros, se julgando superiores por ter cruza com o branco. Isso é
fato. Mais ingenuidade.
Não é verdade
que os índios não se deixavam escravizar, e que o negro é que era submisso. Os índios
não tinham imunidade contra as doenças das rotas das especiarias porque viveram
isolados durante milênios. Os negros estavam na rota, vendidos como escravos
pelos árabes, por isso tinham imunidade. Os índios morriam em massa atacados
por qualquer gripe, varíola, etc., por isso não compensava escravizar.
Tendemos a nos
acomodar com nossas opiniões, porque é incômodo fazer muita analogia, comparar
muitas hipóteses. A maioria se acomoda naquela velha opinião formada sobre
tudo, quando é muito mais divertido e interessante manter uma espécie de opinião
virtual, de rascunho, uma metamorfose ambulante.
Assim se fica
com aquela surrada idéia, tipo aquelas bobocas da marcha das vadias, com o chavão
do homem como agressor, quando se sabe que tem muito homem que apanha da
mulher. Já vi caso de mulher que larga o casamento e vira sapatão, vai morar
com outra e dessa outra vive apanhando. E ninguém fala sobre isso, porque quem
bate tem que ser o homem e fim-de-papo!
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