sexta-feira, 6 de maio de 2016

Do acervo de Joanco
O número 1 do gibi que Joanco escaneava aleatoriamente
É dos melhores gibis que já vi. Estórias interessantes, criativas, encantadoras. Tom & Jerry e demais personagens na melhor fase.
Verdadeira jóia de todos os tempos

Enviado por Márcio Rodrigues
● Agora as provedoras querem abrir novos planos, com descarga limitada.
É porque querem se expandir sem investir.
A velha manha brasileira de ganhar sem trabalhar.
Como na energia elétrica. Já se viu empresa que vive pedindo pra não consumir o produto? Campanhas e mais campanhas pra economizar. Todo mundo troca as lâmpadas quentes por frias. E então? Então a empresa aumenta a tarifa. Todo mundo economizou, se modernizou e continua pagando o mesmo valor alto. E a empresa lucrando como se tivesse investido em mais linha.
Em O despertar dos magos, de Louis Pauwels e Jacques Bergier, este trecho:
Enquanto os homens alimentarem o sonho de obter seja o que for a troco de nada, dinheiro sem trabalhar, conhecimento sem estudo, poder sem sabedoria, virtude sem ascese, as sociedades supostamente secretas e esotéricas prosperarão, com suas hierarquias imitativas e seu rosnar que imita a linguagem secreta, quer dizer, técnica.
A picaretagem tomou conta.
A Águas Guariroba quer me cobrar uma conta prescrita. Pra isso lançou um débito a 2011, sendo que está cortado desde 2007. Abri um processo. Na audiência sustentam isso na maior cara-de-pau, como se inventar uma fatura fosse a coisa mais natural.
Em 2007, quando procurei o Procon, a atendente explicou que o problema é que o governo dá concessão a empresas européias, onde o salário é alto. A tarifa lá é condizente com o poder aquisitivo europeu, mas cobram o mesmo aqui, o que resulta num valor que cobra os olhos da cara.
Mudando de atitude
Busco uma mudança de atitude. Seja adequado ao caso ou não, não importa. É que mudar a atitude não é fácil. É preciso um rompante sob firme decisão. O caso é que ter sempre uma atitude de monge budista, mostrar classe, sabedoria, dar tapa com luva de pelica, responder com ironia sutil é extenuante e só funciona em casos específicos.
É tal o caudal de gente mal-educada, tosca mesmo, que vejo que estou fazendo o papel do lorde inglês que naufragou e precisa sobreviver na ilha dos macacos.
Começa a tratar os macacos com toda nobreza, civilidade e boa-educação.
— Com licença, senhor macaco. Queiras ter a gentileza…
Mas chega uma hora que enche o saco. De tanto dar indireta sutil, mostrar classe, dar exemplo edificante, sem êxito, acaba largando mão. Com o tempo vai aprendendo que esse comportamento é uma fantasia, um valor que só existe em sua cabeça. Pra sobreviver tem de fingir que é macaco também, pois os macacos só respeitam os valores macacônicos.
Como o naturalista que foi viver com lobos e percebeu que os lobos só respeitam o líder que come o pernil, a melhor parte. Não importa que o líder seja poderoso, que faça coisas que pra eles parece impossível. Se o líder não se apoderar do pernil o desprezam. Bem parecidos com o Homo sapiens, não é?
Em São Paulo uma atendente que parece um robô. Não responde, não interage. No Walmart daqui uma idêntica. A gente fica sem-graça de reclamar de coisa que parece tão boba. Aí fiquei pensando: Será que já tem protótipo de andróide sendo testado pra substituir as caixas? Será que estão dando vaga pra deficiente mental? Mas nesse caso tenho o direito de saber se sou atendido por gente, máquina ou bicho. Afinal não ficarei aborrecido porque o caixa automático não conversa comigo. E depois as caixas não poderão reclamar que os clientes são uns insensíveis que as tratam como máquina, como objeto.
Falei sobre o terrível atendimento campineiro, bem contrastante com o bogotano. Aqui é intermediário, mais pra campineiro. Em minha longa transição pra sair da síndrome do bonzinho, decidi não ignorar mais. Agora responderei na bucha. Não importa o risco de dar um fora. Vai no tranco.
Dia deste fui buscar uma encomenda no correio da rodoviária, o da lateral. A guria atende sem te olhar, com nariz empinado, como se fosse criança ou um bêbado pedindo dinheiro. Não responde ao bom dia e a uma pergunta interrompe com outra.
Uma vez uma madame dirigindo ao celular foi me amarrando desde o começo da Marechal Rondon, Mato Grosso, até a rua da Paz. Não sou de usar buzina mas desde então aprendi que quando um carro vai daquele jeito vagaroso e abobado é porque tem um filho-da-puta dirigindo ao celular. Então prego na buzina.
É motorista ao celular, fumante jogando bituca na rua, motorista jogando embalagem da janela do carro, que estaciona em vaga de deficiente ou idoso, que vira esquina e não dá sinal e quando dá é só na hora que está virando, vendedor ou amigo que avisa que fará uma visita e não aparece, que vai ligar e não liga, e aparece de surpresa, gente puritana e avarenta, que quer levar vantagem em tudo… Uma infinidade de ato de gente sem educação, num nível intelectual e psíquico muito baixo. Nem diria gente, mas bicho. Bicho que fala, imita gente como papagaio imita a fala, mas bicho.
O que dizer de altos políticos, até presidentes, que tramam corrupção via telefone? Como podem ser tão primários, tão estúpidos? Eu, que sou leigo, não converso coisa particular via telefone. E por quê roubam tanto? O que farão com tanto dinheiro? Se chega a um ponto que é compulsão, se fica enjoado. Há um ponto médio de satisfação, além do qual o prazer começa a declinar e vira compulsão.
Com esse tipo de gente não adianta mostrar classe, etc, pois são zumbis, que vivem quase só de instinto. Se comportam parecido com gente porque estão condicionados. Mas cachorro só respeita paulada.
Não adianta mostrar classe, dar indireta porque não conhece certos valores. Falar de gratidão, companheirismo, dar um alô de vez em quando, retribuição, então, nem pensar. Isso é coisa doutro mundo, que nem imaginam que existe. Porque esses valores são aprendidos na infância. Se os pais e professores não ensinarem, as crianças nunca aprenderão e serão essa multidão de homens-bicho que encontramos quase todo dia.
Quando alguém diz Bom dia. É apenas um cumprimento. Vez ou outra a pessoa se distrai e dá bom-dia na tarde ou boa-tarde na manhã. É de extrema falta de educação corrigir o cumprimento, como o é o que muitos mal-educados fazem ao corrigir um erro de ortografia num comentário quando, por exemplo, a página é um artigo de astronomia.
Por isso doravante se algum mal-educado ouvir meu bom-dia e responder Boa tarde! reclamarei na bucha sua descortesia e terei o direito de corrigir seus erros de preposição, pronome, conjugação, etc. É o mesmo que quando alguém me encontrar e dizer Olá, como vais? Eu responder:
— Ai! Tô mal. Uma dor aqui, perdi 200 reais, minha namorada me deu um pé-na-bunda e ainda peguei uma virose que quase me deixou de cama.
Vi muito na internete página onde o dono pedia colaboração mas era tão cheio de exigência e de quatro pesos, que parecia que estava pagando caro. Tinha uma página chilena que quase tratava o visitante a chicotada. Era uma página fechada pra 100 membros. E o dono ficava ameaçando quem não colaborasse, não comentasse, não clicasse nas propagandas, de ser excluído. As babaquices da internete.
Há pouco o dono da página Tebeos de factura hispana doou gibis à biblioteca regional de Múrcia e questionou o fato do lote doado não estar mais disponível ali. O diretor declarou que quem doa é porque quer, que pra doar não se pode impor condição e que pode dispor como quiser da doação.
Hoje entendo por quê certas páginas de sucesso de repente fecham, especialmente as de cinema, que creio que dão mais trabalho. Uma desilusão ao perceber que está dando pérolas aos porcos, se doando todo a um bando de zumbis controlados pela televisão, de gente sonolenta, hipnótica, que vive mais como bicho que como gente. Uma humanidade demasiado voltada aos baixos instintos, adoradora do sensorial. As agressivas propagandas de perversões sexuais pouco a pouco sendo institucionalizadas estão unipresentes pra deixar evidente essa torpe realidade.
O que vemos é a quase total parcela da humanidade imatura, infantil mesmo. Idéias pueris, gente totalmente governada pelo emocional, ávida de tudo, sem moderação, tresloucada. Por isso a Maçonaria e todos os iluminados da vida deitam e rolam, pois é muito fácil manipular esses zumbis.
Dias atrás estava estacionado no atacado Fort, dentro do carro, quando chegou o pessoal da camionete ao lado. A mulher do banco de passageiro dianteiro largou o carrinho de qualquer jeito, atrás de meu carro, impedindo a saída. Mas o carrinho deslizou e foi parar atrás da camionete, encostando no pára-choque.
— Senhora, o carrinho foi parar atrás da camionete. Precisas ter mais responsabilidade.
Em 1996 tive a primeira crise. Fiquei pensando de quê valia tanto escrever, tanto filosofar. Quem lerá? Quem entenderá? Se o público é assim, então pra quê? Era o nobre inglês naufragado na ilha dos macacos.
Hoje uma crise parecida. Enquanto se mantém a ilusão de que estou fazendo um trabalho voluntário solitário e solidário, pois tanta coisa extraio grátis da internete, tudo vai bem. A coisa desanda quando vem a desilusão, quando se percebe uma parcela significativa de gente que te usa, que te vê como máquina, que crê que os outros estão aqui pra os servir.
Como quando passas a vida toda acreditando que está numa família mosqueteira, um-por-todos-todos-por-um, mas que quando chega tua vez de ser beneficiado, chau!
Uma vez em meu serviço acertaram fazer mensalmente uma festinha pros aniversariantes do mês do térreo. Cada um contribuía cuma quantia mensal. À medida que o ano avançava o ânimo da festinha caía. Quando chegava minha vez, novembro, já nem tinha festinha. No ano seguinte retomaram a idéia em janeiro. Mesma coisa. No terceiro ano me recusei a aderir.
Sem falar das famigeradas fofocas, que todo mundo acredita e pensa que só falam dos outros.
Tinha uma funcionária tida como problemática, que passava em todos os setores. Sempre tinha uma estória sobre ela. Não detalharei a estória agora. Quando esteve em meu setor vi que é uma das com melhor caráter e mais corretas que já vi.
Um colega falava sobre um motorista, que seria muito ignorante, agressivo, bravo, etc. Quando estive no setor vi que era bem o contrário disso.
Comentaram que a lourinha da secretaria é a irmã do Beraldo do distribuidor. Beraldo era meu técnico de computador. Quando fui levar a máquina estava sua irmã o visitando, que não é loura nem mora em Campo Grande.
E como se preocupam com a sexualidade do colega. É uma obsessão. Pro cara não ficar falado tem de desfilar em todos os corredores cuma loura pelada no ombro uma vez por mês.
Quero acreditar que meu esforço vale apena, que é uma retribuição merecida a muitos que produzem, que os aproveitadores são minoria.
Mas os maus políticos não são minoria, como gostávamos de acreditar.
Mas seja como for, me recuso a crer que a humanidade é estúpida. Acredito que está imbecilizada de modo artificial, condicionada, e que pode sair desse marasmo.

3 comentários: