Coleção
de cartão-postal de Joanco
domingo, 26 de fevereiro de 2017
sábado, 25 de fevereiro de 2017
A linguagem
tem de ser depurada. A revista usa muito a forma O
que é que tem isso? Em vez de O
quê tem isso? De modo que é uma profusão de o que é que.
Por exemplo,
neste número, no conto Ultraviolento,
o enredo predomina entre três personagens: Floriano Slappey, Mórbido Watkins e
Willie Grease. Ora diz Floriano Slappey,
ora Floriano, ora dom Slappey. Noutros casos, além dos
nomes, alterna referência com o psicólogo,
o chinês, etc. É ruim pro leitor,
pois é mais cansativo e confuso. O certo é apresentar as personagens com o nome
completo e então padronizar. O uso doutra forma de referência, seja ou não mais
formal, quando é diálogo, a forma que outra personagem usa.
Não sei se o
autor ou o tradutor, mas a barafunda dessa múltipla referência nominal faz com
que a redação se confunda, não sei se obra do autor, do tradutor, e no meio da
trapalhada o revisor. Na tradução ao português, em papel:
[…] Mórbido e Watkins
contaram o ganho […]
Tem de ser Mórbido e Willie (ou Walkins e Grease), porque Mórbido e Watkins são a
mesma pessoa!
Além de ser
tremenda desarmonia estética se referir aleatoriamente às personagem com o
nome, ora sobrenome, ora ambos. E citando duas na mesma frase, uma com o nome e
a outra com o sobrenome, e trocando o sobrenome da segunda pelo do primeiro.
Outro problema
de tradução são as medidas. Não faz sentido o tradutor não converter medidas
como pés, milhas, jardas, polegadas, etc, ao sistema métrico. Acontece até o
absurdo de apresentar temperatura em grau farenaite.
Neste número
datilografei quatro páginas porque a impressão em papel nelas está muito ruim,
não obtendo boa leitura do OCR.
● Comunicado
de la NASA: 3 Exoplanetas habitables, uma farsa. Mas precisa dizer exo? Também vi manchetes tipo
extraterrenos doutros planetas. Dizer exoplanetas
é como dizer países estrangeiros.
● Os
apocalipsismaníacos disseram que Obama seria o último presidente, que o de 2016
seria o último natal, que a tal Elizabete a última rainha, que o atual seria o
último papa… Ainda bem que ninguém disse que este é o último carnaval.
Novo blogue de gibi
hispânico, de Hasieran
Micos de brasileiros
na visão dum ianque (e outras diferenças culturais)
Disse que lá
estranham ver brasileiro tirar foto de esquilo, pois é apenas um rato. Bom…
Capivara também é um roedor. Aqui ninguém hesitaria em fotografar as araras,
dizendo que é apenas um periquito. E quem fotografa esquilo pode o fazer pra
mostrar à sobrinha ou ao neto, que só conhece o Tico & Teco.
Que ianque não
escova dente depois do almoço e não consegue comer pitsa em guardanapo sem
comer o guardanapo. Fez lembrar que em Londres servem batata frita embrulhada
em jornal.
Disse que não
tem restaurante bom na praça Times. Pela
cara que fez o entrevistado, Kyle, que antes ouvi Caio, o Olive garden é uma droga.
Faz lembrar o
povo que pensa que Ferrero Rocher é bombom
chique. Também o que Vera A Buck contou no livro Histórias de mar, a droga que é ir ao Taiti.
Muito legal o
papo sobre diferenças culturais.
Coleção
de cartão-postal de Joanco
domingo, 19 de fevereiro de 2017
● Drácula não se
originou do príncipe Vlad Dracul (Dracul,
em romeno, dragão e também Diabo), apenas o nome. A personagem saiu da epidemia
de vampirismo (Que os racionalistas exaltados insistem em rotular como
superstição) que grassou na Europa oriental no século 18, causando um fascínio
que dura até hoje. O drácula real era um príncipe romeno, não conde, e nunca
poderia ser um vampiro póstumo, pois foi decapitado pelos turcos.
● Já falei muito
sobre a esquisitice do caráter típico do campo-grandense. Ramão, também nascido
aqui, pensa o mesmo. Muitas vezes discutiu com amigos, parentes, conhecidos e
desconhecidos, sempre criticando a pouca educação e nenhuma cultura do povo
daqui. Uma vez contou a mim:
— Campo-grandense
só fala com quem já conhece.
— Pois é. Então
como conhecer quem ainda não conhece?!
— Aonde a
gente vai ou está e chega um, o povo não dá bom-dia. Muitas vezes a gente diz bom dia! e a pessoa não
responde. Até olha com cara
feia. Só falta dizer Tens a ousadia de me dar bom-dia? Nem te conheço!
— Falta não. Quando
eu era criança, 1973, tinha nove anos, recém nos mudamos à vila Alba, que era
um fim-de-mundo, os casebres do BNH, na frente uma mureta de 1m de altura, de
cibloco. Eu brincava na calçada quando passou uma senhora de cerca de 60 anos. Eu
disse bom dia! Parou e
embrabeceu: Que negócio é esse
de bom-dia? Por acaso me conheces?, pra dizer bom-dia. Chames tua mãe, pois
quero saber. Saí de lado e a doida foi embora.
● Eis uma
série documentário criminal sobre delitos em aeroporto. Aqui casos em Lima. Gente
pega [pêga] tentando passar droga. É chocante. Mas é um exemplo do que já
croniquei. Vejas como são belas as peruanas, dão de 10x0 nas atrizes dos CSI:
Coleção
de cartão-postal de Joanco
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
●
Eu estava sentado numa sala-de-espera. Numa mureta na parede em frente, a alguns
metros, uma garrafa vazia que supus ser de uísque, com o nome aparentemente
alemão em letras góticas. Como sou míope não distinguia direito o nome. A figura
parecia uma caveira do protótipo do álien cinza, de cabeça oval, mais largo no
alto e fino no queixo. Pondo o óculos vi que era ilusão ótica. Na verdade era
um cervo, rena ou alce com grande galhada. O nome é Jägermeister (caçador-mestre).
Então pesquisei na internete. É um licor composto por 56
ervas. Diz que é a nona bebida mais consumida no mundo.
Conta a lenda que Huberto era um dos melhores caçadores de
sua época. Impiedoso e sistemático, ao entrar na mata se deparou cuma figura
lendária: Um cervo branco com enormes chifres reluzentes e uma cruz entre os
chifres. Na verdade tal cervo sem a cruz pode ser chamado de gamo-rei ou espírito-da-floresta,
tanto que aparece até no filme Branca-de-neve
e o caçador. Ao ver o veado sagrado, se converteu ao cristianismo. Após
a morte se tornou santo Huberto, o caçador-mestre. Depois de escolher o
nome foi a vez do lema, que seguiria o mesmo pensamento: A imagem do cervo
eminente, tal qual uma carranca na proa, estampa as garrafas até hoje. https://www.papodebar.com/conheca-o-jagermeister/
O cervo branco fantasmagórico é uma personagem recorrente no
lendário terrorífico. Em muitas lendas e contos aparece o cervo branco, que
engana e desgraça o caçador, mesmo nosso Anhangá,
raiz tupi, em guarani Anhá, de Anhangüera, o que tem parte com o Diabo.
Está explicado porquê
é uma bebida tão exitosa.
●
Sobre o mau-gosto do Abba, ou dos produtores. Era um grupo cujos componentes
tinham base muito sólida de conhecimento musical, mas como visava o público
mundial era muito brega. Gosto 50%.
Um vídeo iutúbico sobre a Suécia disse que o vestuário do
grupo era propositalmente brega pra não ser imitado pelo público sueco, pois
isso geraria cobrança de imposto. Coisa das leis deles lá. Sei-lá.
Mais
capas erradas
Português esculhambado já é ruim. Quando tem erro no índice
é pior. Mas erro na capa é de lascar. Como nas placas e cartões, se imagina que
o processo passa nas mãos de várias pessoas. Nenhuma aponta o erro?
Quando vejo um erro na conexão dalgo pra baixar, raciocino
logo que com tanta gente que baixa, inevitavelmente alguém avisará e logo
poderei voltar e estará corrigido. Mas os dias passam e tudo fica como está. A explicação
é a simplesmente a nada simples psicologia humana. Se tenho esse comodismo onipresente
tipo a expressão indignada Alguém tem de
fazer alguma coisa!, os outros também. É o mesmo fenômeno do garoto
talentoso, cujo professor, parentes e amigos vaticinam um futuro brilhante. Mas
esse êxito nunca chega porque um potencial mecenas acha que há muitos outros
mecenas, portanto inevitavelmente um caça-talento o descobrirá.
Quando é algo tipo na
base de, não tem crase: Pagamento a vista (Basta comparar com uma versão em
masculino: Pagamento a prazo, não ao prazo), fogão a lenha (Fogão a carvão, não ao carvão), barco a vela (Barco a
dísel, não ao dísel), trancado a
chave (Trancado a trinco, não ao trinco), desenho a mão, grifo a
caneta (Grifo a lápis, não ao lápis), atentado a bomba (Atentado à
bomba, só se a bomba for a vítima), assalto a mão armada (Idem), levado a força
(À força, só se for levado aonde tem
uma tal de força) pintura a óleo…
A capa do filme diz Canibais
humanóides ululantes demoníacos. Vendo a figura penso Se são canibais, então comem os de sua
espécie. Então é filme de terror pra eles. Não pra nós. É como a piada
do filme de terror pra frango, um bando de frangos no cinema, vendo uma cena
daquela máquina giratória que assa frango, a famosa televisão-pra-cachorro. Mas
o filme CHUD é sobre humanos, contaminados por lixo tóxico, por isso
convertidos em monstros antropófagos. Se são antropófagos, sejam o quê forem,
são terror pra nós.
Então se o adeene foi alterado, virando outra espécie, se são
antropófagos não são canibais.
Se o adeene permanece humano e são antropófagos, são
canibais.
Pois é o que acabei de falar: Autor, editor, revisor,
capista, etc. Ninguém sabe a diferença entre pedólatra e podólatra? Ou
seja: Entre os prefixos pedo e podo? Pior só aquele do contos peruanos.
Aqui posso errar, pois toda minha equipe é composta por Eu, mim
e me. Mas numa equipe, passando
vários estágios, ninguém percebe ou não se atreve?
Já falei sobre esse típico português-de-jornalista doendo
bem na capa.
Uma vez é busca pelo,
noutra tascam um busca de, em vez de busca ao.
Do avesso, pelo avesso, em vez de ao avesso.
Tão arbitrário e desarmônico e dolorido quanto os
arbitrários à noite, de dia, pela manhã.
Vícios que ocorrem também em castelhano.
Coleção
de cartão-postal de Joanco
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
A idéia de que pra ser bonito tem de ser branco não passa de condicionamento
cultural
● Nos iutubes da vida
vira-e-mexe reencontramos antigas séries que deixaram saudade. Mas também
descobrimos algumas que não sabíamos que existia. Então a gente não sabe se
lamenta não ter curtido antes ou se alegra por causa da descoberta.
É o caso do seriado Júlia, de 1968
Uma série tão divertida e interessante
quanto Jeannie é um gênio ou A feiticeira, por exemplo, sem magia
fantástica. Um grande momento é esse episódio, onde aparece o tio que é uma
figura! Quem não quer um tio assim? O namorado de Júlia é Don Marshall, do
elenco de Terra de gigante.
A estrela, Diahann Carroll (Os
nomes e pseudônimos em inglês, não só dos autores de contos policiais, são de
lascar. Mas na verdade são bem menos conservadores que nós na composição de
nome) parece uma versão negra de Barbara Eden.
Grande injustiça a série não
ser tão célebre quanto as que conhecemos (Um exemplo que já postei é Verão azul), mesmo porque a atriz não
carece de qualidade:
Embaixo, Gata Borralheira. O outro,
que não tem rabo de esquilo, não pode se chamar Marisa Gata Mansa, porque é
macho. Agora é Gato de Bota.
À
coleção Adeene neles!
A diferença entre bom-gosto e mau-gosto
Danny Bonaduce - Ferrugem
Pixinguinha - Seu Nenê
Coleção
de cartão-postal de Joanco
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017
Quando queiras, míster
Comecemos a murar, mas com embasamento histórico
● O livro Lobisomem, de Sabine Baring-Gould, tem
uma falha tipográfica. Falta a última linha do capítulo 2: […] gra-vada na imaginação dos orientais.
● No episódio 21 de Clube do terror, O fantasma congelado, a frase na legenda: Era o inverno mais frio que alguém
podia se lembrar nos últimos cem anos. (!)
● Só se pode tirar carteira de
motorista ao completar 18 anos. Mas não parece. São raros os motoristas com
comportamento adulto. Nem motoristas são, e sim pilotos, e de corrida. Parece que
estão num rali. O engraçado é que
quando se precisa que andem rápido, vão devagar. Pra virar na esquina parece a
primeira viagem em automóvel do motorista de carreta, pois precisam de espaço
enorme pra manobrar, e com tanto cuidado como se atravessando uma pinguela. Outra
coisa engraçada é que se consideram
tão ases do volante mas quando tem curva resvalam, invadem a outra faixa,
voltam, invadem o outro lado, como autênticos barbeiros, como se não tivesse
faixa ou como se tivesse gelo na curva. Mas não seria nisso que se mostrariam ases
no volante, justamente se mantendo na faixa?
● O estacionamento do Mercadão
de Campo Grande vivia lotado. Então alguém notou que não havia o correspondente
aumento na venda. Tinha uma quadrilha falsificando o carimbo dos vendedores. O sistema
funciona assim: Na entrada o porteiro anota a placa do carro e a hora, e o entrega
ao motorista. Tem direito a 1,5h de estacionamento grátis caso compre algo ali,
onde o vendedor carimba o papel de estacionamento. Então criaram um selo, pra
acabar com a pilantragem. Melhorou muito, pois já não é tão difícil achar vaga.
O estacionamento do Comper da
Tamandaré tem convênio com a igreja em frente. Ali nunca houve distúrbio de
vaga, pois parece que a hora de culto não conflita com a hora de compra.
Mas estranho muito o caso do
atacadão Fort da Presidente Vargas, bairro Santo Amaro. Estacionamento gigante
com enorme área coberta por teto de alumínio. Nunca tem vaga na área coberta. Num
mercado o esperado, o normal, é uns saindo e outros entrando. Quase não se vê
carro saindo. E muitas vezes o estacionamento coberto está lotado, semi-lotado
o a céu aberto, sendo esperado que a loja esteja cheia e longas filas nos
caixas, mas nem sempre. O volume de estacionamento não corresponde ao movimento
na loja.
● Um vídeo de Rimbel (David
Parcerisa) é sobre a origem dos palhaços.
Interessante informação sobre o
folclore europeu, mostrando que as criaturas que se estereotiparam na imagem do
palhaço atual eram ou são entidades macabras, ogros, enfim. No final o narrador
explicou que é esse, mais-ou-menos, o motivo de não gostar de palhaço.
Mas se seguirmos coerentemente
essa cadeia racional teremos de rejeitar os contos-de-fada e não ler
Gasparzinho. Todas as religiões também teriam de ser rejeitadas. Idem a muitas
descobertas científicas e realizações literárias, teatrais e cinematográficas.
Mesmo a quadrilha junina, que dizem
originada imitando as danças da corte de Versalhes, na verdade tem origem nos
sabás ou aquelarres das feiticeiras. Em Flor de acônito - Relatos, contos e
lendas de Dossier negro.pdf, obra
escaneada e traduzida já postada, O baile
dos selvagens, onde pus uma nota de rodapé apontando essa idéia. http://cheguavira.blogspot.com.br/2015/08/florde-aconito-relatos-cuentos-y.html
Talvez
as danças de Versalhes tenham essa origem, e a quadrilha idem indiretamente.
Coleção
de cartão-postal de Joanco
Esta
está desgarrada das 00073, do Taiti
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