segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


Um colonizador por excelência
Se tivesse de construir fortes pra proteger a Amazônia, seriam construídos nos mesmos lugares que os portugueses fizeram, tal a clarividência do português
General Augusto Heleno Pereira,
ex-comandante militar da Amazônia,
em entrevista ao Canal livre,
rede Bandeirantes
16.05.2011
Conversando cum amigo, eu disse que a independência do Brasil, pura e simples, foi um erro. Que se deveria ter criado uma comunidade lusa, tal qual a comunidade britânica.
Então começou a dizer que Portugal e Espanha são e foram uma nulidade, que não existe invenção portuguesa, que Portugal nunca colaborou com inovação, enquanto Eua tem patente que não acaba mais.
Citei a caravela, o nônio, o pirelióforo, o medicamento zebinix, o sistema de pagamento de portagem via verde, o multibanco, a espada preta de bordo, a balestilha, o método all-on-4.[1] Eua tem muita invenção boa mas também criou a aides e a dengue. Só reprocho Portugal por trazer essa religião horripilante e a escravatura. Mas tá perdoado: Trouxe também o Carnaval!
Disse que o Brasil estaria melhor se fosse colonizado por Holanda, Inglaterra, Itália ou França.
Eu disse que então estaríamos como Guiana, Suriname, Quênia, Serra Leoa, Etiópia ou Haiti. O colonizador inicial não é tão determinante, mais pesam as imigrações. Portugal era a potência medieval e a Inglaterra o país mais atrasado da Europa. Inglaterra era a albânia da época.
Eua não foi colonizado pela Inglaterra. O rei teve medo de avançar ao oeste, então os ianques, sob plano maçônico, resolveram avançar por conta própria.
Inglês não sabe colonizar, nunca foi colonizador. Sabe dominar, controlar. Colonizar não. Já o holandês é ainda pior. Extremamente racista, é odiado por todas as antigas colônias. São odiados pelo indonésios e pelos sul-africanos pela extrema crueldade. Na copa 2006 esses antigos colonizados torceram contra os holandeses. Enquanto Brasil, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde, por exemplo, chamam os portugueses de seus patrícios e torcem por eles como seu segundo país. Esse é um fator de união que os países hispano-americanos não têm. Quando, numa página de amigos chilenos, colombianos, etc, comentei que chamamos os portugueses de nossos patrícios sobreveio um silêncio de pasmo seguido de um bá!, uma expressão de mofa e espanto. Jamais um hispano-americano chamará os espanhóis de seus patrícios e nem consegue conceber tal coisa.
Antônio Leite Pessoa, no livro A origem da palavra Brasil, afirmou que Portugal é um exemplo, único na história, dum pequeno país, com escassa população, conseguir colonizar e manter uma área tão grande, dando origem a um país continental chamado Brasil. Isso se deve ao português não ser racista, não fazer questão de instalar famílias, não ter medo de se transformar. Miscigenando com índios e depois com escravos negros, conseguiu uma elasticidade impossível doutra forma. É graças a Portugal, especialmente à visão geopolítica de dom João VI, que o Brasil se manteve uno, enquanto os hispano-americanos se dividiram numa série de republiquetas: Geopolítica ianque-maçônica, de fracionar pra enfraquecer e dominar.
Os portugueses queriam unir Moçambique a Angola, criar uma espécie de Brasil na África. Só não deu porque os ingleses atrapalharam. Portugal é um país minúsculo que pensa grande, enquanto a Inglaterra só criou fragmento. Eua não é produto inglês, enquanto Canadá e Austrália são terras desérticas. E não adianta aquele bordão furado de que só vinham degredados. Não vinham presos criminosos. Vinham artistas marginalizados, refugiados da Inquisição, opositores políticos. Austrália era, de fato, uma prisão...
Seria muito lento o avanço em regiões de mata, especialmente Amazônia, sem a ajuda do índio. Foi o índio quem ensinou as rotas, quais os vegetais comestíveis, como sobreviver no inferno verde. É bem diferente de avançar no deserto matando índio e bisão e fazendo bangue-bangue.
Infelizmente, sob manipulação maçônica, o Brasil fez essa independência impetuosa, adolescente. Pra reforçar essa ruptura se criou a piada sobre português, derivada da piada sobre alentejano em Portugal. Mas a piada virou um belo tema folclórico e deve ser preservada, ainda mais que existe a contrapartida: Lá contam piada sobre brasileiro. Espanha e Portugal perderam suas colônias por serem nações católicas. A nova ordem era e é em benefício das nações protestantes. Através da imprensa se popularizou a estereotipada e caricata, pra reforçar a desunião. Não é por ser o dominador que se fez a piada e sim pra reforçar a secessão.
Elogiou o Japão e a Inglaterra, tão pequenos quanto. Que o Japão, com muito mais catástrofe, está muito melhor. Que é melhor admirar o Japão. Eu disse que esses são exemplos de países populosos, que precisavam se livrar do excesso de gente, os instalando em novas terras. Que um país de população pequena não tem como competir economicamente com um de grande população. Eu disse pra consultar a área e a população pra comparar. Rapidamente consultou na internete e concordou comigo:
— Realmente, o Japão é quatro vezes maior e é apinhado de gente.
Disse que Portugal era capacho da Inglaterra.
Eu disse que sendo pequeno e escassamente povoado, Portugal foi extremamente esperto em jogar magistralmente com a rivalidade anglo-espanhola. Apoiado pela Inglaterra conseguiu se manter independente da Espanha. Os ingleses e franceses, enfraquecidos pela guerra dos cem anos, ficaram muito tempo afastados de colonizar as Américas. Portugal precisava do apoio militar inglês e os ingleses se beneficiar dos segredos marítimos portugueses. Dos países ibéricos somente Portugal conseguiu se manter independente do império espanhol. Bascos, leoneses, catalães, etc, não conseguiram se livrar do domínio de Castela. Os catalães, por exemplo, poderiam jogar com a França, outro rival da Espanha, e assim ser independente. Os bascos poderiam se aliar à Holanda. Mas não. Quem conseguiu isso foi só Portugal, mesmo.
 Quando Napoleão invadiu a península ibérica a Espanha foi ocupada mas dom João foi enrolando os franceses. Quando Napoleão chegou viu que foi enganado. A capital já não estava mais ali. Escoltada por navios ingleses a corte portuguesa se mudara ao Rio de Janeiro, deixando napoleão a ver navios.
A esperteza lusitana já se manifestava no primórdio da nação. A ordem do Templo, dos famigerados cavaleiros templários, a mais poderosa e rica da idade média, foi exterminada pelo monarca francês Felipe O Belo. Só os portugueses não se curvaram à pressão pra aderir à perseguição. E a ordem se refugiou em Portugal. Foi assim que os portugueses herdaram os segredos das rotas marítimas, das terras cuja existência era secreta.
Herdeiro dos templários, Portugal mantinha a fachada católica pra sobreviver no cenário europeu. Aqui a Inquisição foi muito mais branda, e o português não era matador de índio como o espanhol.
A esperteza lusitana também se evidenciou quando treinaram Colombo a enganar os espanhóis, os fascinando com a descoberta de terras desconhecidas nas Américas, deixando assim Portugal livre pra sozinho explorar o oriente.
Eu disse que graças a dom João temos um Brasil uno, o jardim botânico, a biblioteca nacional e um só idioma em vez de dois como no Paraguai.
Disse que tudo o que Portugal fez foi explorar o ouro, levar nossas riquezas.
Mas não foi o que fizeram Inglaterra, Holanda, Espanha, Eua? Eua não enriqueceu a custa de explorar as Américas, de tráfico de arma e de guerra? E aqui não somos campeões mundiais de pagar imposto? Não temos internete, iptu, água, luz, carro, telefone caríssimos? Não somos brasileiros explorados pelo Brasil? Nossos políticos não são mais gastadores que a família real inglesa? Muito mais! O mundo é assim. Só os portugueses têm de ser diferentes?
Não Inglaterra, Espanha nem Eua. Portugal é uma nação suigêneris, singular. Só tem paralelo em pujança no único império que desde a antigüidade nunca ruiu: A China.

Comentário 1:

Como Português (e sem qualquer tipo de assomo de nacionalismo bacoco), quero dar os Parabéns por este magnifico texto. Acrescentaria a nossa revolução de 25 de Abril de 1974. Um case study em muitas universidades em todo mundo. Uma revolução brilhante do ponto de vista estratégico sem derramar sangue e onde os jipes com os militares paravam nos sinais vermelhos (verdade)
Recomendo este filme do youtube http://www.youtube.com/watch?v=U2pPSAAFSbk 
Comentário 2:

A pena é a divulgação deste tipo de informação ficar restrito. Ótima postagem. Obrigado.


2 comentários:

  1. Como Português (e sem qualquer tipo de assomo de nacionalismo bacoco), quero dar os Parabéns por este magnifico texto. Acrescentaria a nossa revolução de 25 de Abril de 1974. Um case study em muitas universidades em todo mundo. Uma revolução brilhante do ponto de vista estratégico sem derramar sangue e onde os jipes com os militares paravam nos sinais vermelhos (verdade)
    Recomendo este filme do youtube http://www.youtube.com/watch?v=U2pPSAAFSbk

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  2. A pena é a divulgação deste tipo de informação ficar restrito. Ótima postagem. Obrigado.

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