domingo, 28 de março de 2010

Selvagemente Selvagem - 3 Cenas


Selvagemente selvagem
Cena 1
Ríchar está de pé-de-pato, tanque de oxigênio, etc. Enfim, num completo traje de mergulhador.
— Psiu! Tô falando baixinho porque faz dias que estou tentando pegar uma destas rãs pra mostrar prucês mas tá difícil. São muito ariscas. Então um detetive, amigo meu, me emprestou este disfarce. Assim, fantasiado de homem-rã elas se sentirão mais à vontade comigo. Assim fica explicado o motivo deste equipamento de mergulhador, sendo que não dá pra mergulhar neste lodaçal raso.
Deu umas voltas e parou.
— Bicho! Não acredito! É um sapo-boi! Deixa ver se pego ele. Opa! O bicho pula muito. Parece que engoliu mola. Opa! Aqui! Arrá! Peguei!
Mostrando o sapo à câmera:
— Não acredito que achei este bicho lindo! É demais! Mas não vou segurar muito porque está na hora do acasalamento. Senão o Ibama cai em cima de mim. Pronto, pode ir atrás de tua sapa-vaca.
Soltou o bicho.
— Só não darei meu tradicional beijinho porque na última vez que dei um beijinho o sapo virou príncipe. Apareceu o príncipe Charles. Ninguém merece. Né?
Cena 2
Um repórter entrevistando:
— Estamos aqui, num furo de reportagem, com o promotor público e o funcionário do Ibama, que abriram uma ação contra o apresentador-animador Ríchar Rasmúncio. Senhor promotor, o que está acontecendo?
— Estamos abrindo uma ação contra Ríchar porque temos vários vídeos comprovando prática de zoofilia. Beija tartaruga, abraça cobra, faz declaração de amor a jacaré. Além do mais as crianças ficam imitando e pegando cobra, aranha, jacaré. Tá igual na época do seriado Duro na queda, onde todo mundo ficava fazendo rampa e se esborrachava. Agora todo mundo pula em brejo, abraça sucuri. Agora foi modo, no São-joão, as moças fazerem promessa pros sapos virarem príncipe, porque o santo não tá mais dando conta da demanda de achar homem.
— Então é com isso que o Ibama está preocupado?: Os sapos estão virando príncipes.
— Isso mesmo. Os sapos estão virando príncipe e por isso estão em risco de extinção. Não tem mais sapo. Já quase tudo virou príncipe. Nossos deputados já gastam mais que todas as famílias reais juntas, imaginem com tanto príncipe aí. O contribuinte não agüenta. Já conseguimos proibir os filmes de Tarzã, onde aparece matando jacaré a facada, leão, etc. É um incentivo à matança de jacaré no Pantanal. Agora queremos proibir o programa do Ríchar, que é um incentivo a ficar incomodando os bichos. Agora o mundo todo virou um zoológico e os bichos estão estressados.
— E tu, Ríchar: O que achas disso?
— Todas as telespectadoras solteironas estão me apoiando.
Cena 3
Ríchar encerrou o programa:
— Não percam, na semana que vem, nosso programa. Estou indo ao Pantanal. De passagem mostrarei pra vocês o primeiro bairro guei de Campo Grande, o Recanto dos Pintados. Quem sabe o motivo desse nome? Pois é isso que descobriremos então. Até lá.

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