João Bolão, vovó Zélia e o polvo Xerazade
Reflexões sobre a cororopa (pão e circo)
A camiseta de Portugal não era cor de vinho? Agora é vermelha?
Bola de ouro, chuteira e luva de ouro. E quem leva o frango de ouro? E o apito de lata enferrujada?
Diz que não teve arruaça na arquibancada por causa da presença maciça das mulheres. Que grande asneira! Foi por causa da política de impedir a entrada e deportar os arruaceiros. Briguento bêbado não está lá pra compor uma letra tipo garota de Ipanema e podem bater até na mãe.
Os ianques choraram a desclassificação? Pois Iraque e Afeganistão choram muito mais. Os jornais estamparam o gol mal-anulado. Também o fizeram na copa das Confederações, onde um dos do Brasil foi erradamente anulado?
Falam tanto no tal ferplei? Então por que a França não cedeu a vaga à Irlanda, já que se classificou com La main de Dieu (já que Maradona parece ter registrado a marca, não querendo imitadores). O próprio comentarista Neto, diante do drama ianque pra empatar, disse que em tal situação mandaria às favas o ferplei. Então pra que esse papo-furado todo? Tal qual o melancólico destino de O importante é competir, larga-mão de conversa mole!
E não Fifa não quer telão mostrando lances polêmicos pra não causar revolta no campo e na arquibancada. É muita cara-de-pau. Não fazem justiça porque não querem. Se não como manipular? Se o comentarista televisivo mostra instantaneamente os lances polêmicos por que não há um juiz-corregedor agindo por meio eletrônico?
Os jogadores fervem o sangue porque sabem que não há uma equipe encarregada de buscar justiça, que diga: A vós compete jogar bola. A nós recorrer contra as injustiças.
Se querem combater a violência por que não decidem por menor número de cartão e de falta em vez desse horror que é prorrogação e pênalti? Vai desempatando com saldo de gol, quem chutou mais a gol, tempo de posse de bola, menos cera, etc. E a violência marfinense ficará por isso mesmo? Era jogo ou luta? O cara mata o outro em campo e fica tudo na justiça desportiva. Me espanta até ditaduras admitindo esse absurdo poder das federações desportivas constituindo um estado dentro do estado, mais ou menos como acontece com o trânsito automobilístico.
Se criaram a Ola (significa onda) por que não criam uma ola sonora, uma vuvuzelada harmoniosa. Até quando as torcidas farão barulho de forma tão estúpida?
Depois das musas, que a tevê não mostra, o melhor foi o polvo Xerazade, vindo direto das 1001 noites. Paulo, o polvo vidente que foi adiando a ida à panela fazendo uma profecia após outra. Também se poderia chamar polvo Pelé, pois, como a rainha da Inglaterra, que soube sobreviver à era pós-guilhotina sem perder a majestade, conseguiu se tornar uma majestade num mundo furiosamente republicano.
Divertido, também, é ouvir as bobagens que os caras da tevê falam. Como o jogador da seleção tal joga no Hambúrguer (deve ser um time da McDonalds), que no programa tal de tal dia uma matéria sobre aneroxia, que a bola bateu nas duas traves e o goleiro ficou vendido (rendido) no lance (um goleiro corrupto?). Que tal [...] contra violência, droga e todo tipo de descriminação? Ou o locutor que acha chique pronunciar zúrique. A capital suíça é um nome alemão que significa retorno. Em alemão se pronuncia zî-rîk. Î como no francês buffet. Zúrique seria a pronúncia em inglês. Tudo bem que se queira arrotar cultura pronunciando no original, mas por que em inglês?
E o nome daquele jogador brasileiro, Juan, que pronunciam ruã. Juan é João em castelhano mas não se pronuncia assim, com R. Ficou um nome muito esdrúxulo prum brasileiro. Como Paola, pronunciado paôla. Ora, o nome italiano pra Paula, Paola, se pronuncia páola.
Parece que as equipes televisivas não se comunicam entre si. Uns diziam ter a Holanda maioria de torcida. Os mais bem informados disseram que os africanos odeiam os colonizadores batavos. O novo técnico? O comentarista Neto. Tá na hora de ver se o cara é bom também na prática. E nem precisa esquentar a cabeça porque na primeira que perder todos esquecerão toda a glória anterior e detonarão o cara na hora. Que tal Ratinho, Agnaldo Timóteo, Maradona ou, se vivo fosse, Clodovil?, pois a imprensa gosta mesmo é de barraco, fofoca e tititi.
E quando o Brasil parará de usar essa tática manjada de entregar o jogo se fazendo de imaturo, de perder a cabeça? Que engula essas quem nasceu ontem.
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