Frankendracullanpoe
Eis uma
reflexão do autor do projeto Lovecraft e comentário do pessoal:
Lovecraft
é um discípulo de Poe. A qualidade desses autores ultrapassa a literatura. São também
mestres do realismo fantástico. Diferente de autores simplesmente fantasistas
como H. G. Wells. A ficção baseada no conhecimento científico, conforme a
concebe Jacques Bergier. Aventar ciências desconhecidas, postular o que é
impossível do que depende do avanço científico-tecnológico. A ficção verossímil
com ousadia que faz pensar.
O final
do conto Manuscrito encontrado numa
garrafa, de Poe, me chamou a atenção pela referência às entradas ao lado interno
da Terra, tal como em
Júlio Verne , que mais parece um cientista que expõe sua tese
disfarçada de ficção pra escapar do apedrejamento científico. Quando traduzi O sabujo, de Lovecraft, me chamou a
atenção a descrição do monstrengo, a ponto de fazer uma nota de rodapé:
Entrevista
feita em Canóvanas, Porto Rico, por Lucy Plá e José Manuel Rodríguez, em 20 de
março de 1996, a
Madeline Tolentino Maldonado e a seu esposo, José Miguel Agosto, que alegam ter
tido encontro visual com o famoso Chupa-cabra. Miguel disse que o viu mas não
era caminhando, era como flutuando no ar, que as aletas não se moviam, como
desafiando a gravidade e que emitia um zumbido como ssssssssss. Noutros relatos também se destaca essa criatura com
asas vibrantes e zumbido vocal, características de inseto. É incrível como os
relatos de Poe e Lovecraft não parecem ser inventados.
A obra
desses autores é uma engenhosa combinação de ciência oficial com ocultismo
autêntico e teses avançadas. É notável o fato que Poe e Lovecraft estão entre
os raríssimos autores que abordaram a figura do vampiro fugindo do estereótipo.
Outros autores da categoria são, por exemplo, Algernon Blackwood, autor do
soberbo Os salgueiros, e Arthur
Machen, autor de O grande deus Pã,
que pode ser baixado aqui.
Também
é muito interessante comparar O caso de
senhor Valdemar, de Poe, com Ar frio,
de Lovecraft. Ar frio parece ser uma
reelaboração do conto de Poe.
Não sou
muito leitor de romance ou novela. Meu gênero predileto é o conto mas minha
estória predileta do Loveca é a novela Nas
montanhas da loucura. Ler essa novela dá um prazer similar de se ler a
prosa poética de Gustavo Adolfo Bécquer em seu Lendas
(Leyendas), onde o sublime
maravilhoso se descortina como a quem vai morar num novo planeta, cheio de
mistério a desvendar, onde outra gravidade e diferentes luz solar e magnetismo
levam a um estado de consciência alterado, acavalado entre a vigília banal e o
estado onírico, misto de horror e maravilha, como em O
Golem , de Gustavo Meyrink, um sucedâneo de Frankenstein, tão interessante quanto.
Estes
são exemplos de textos quanto aos quais é cabível dizer
Quem não leu não
viveu
Nenhum comentário:
Postar um comentário