domingo, 30 de junho de 2013

A língua esculhambada
Por que Estados Unidos não pode ser plural
Este é um artigo contestador
Não deve ser usado pra concurso, vestibular, etc.
Tenho como lei que uma regra gramatical não pode violar a lógica. Até pode ter suas frescuras mas nunca violar a lógica.
Por exemplo, se temos um município chamado Furnas do Dionísio e ali haverá um plebiscito, diremos Furnas do Dionísio fará um plebiscito, e não As Furnas do Dionísio farão um plebiscito.
Se há uma empresa chamada Lojas Americanas, que fechará pra balanço, direi Lojas Americanas fechará pra balanço, e não As lojas Americanas fecharão pra balanço.
As segundas opções estariam corretas se nos referíssemos às furnas e às lojas do continente americano: As furnas do Dionísio farão um plebiscito, As lojas americanas fecharão pra balanço. Se há mais duma loja que se chama Americana, então se diria As lojas Americana fecharão pra balanço.
Então por que os gramáticos insistem no absurdo de afirmar que no que se refere a Estados Unidos o correto é o plural? Porque não raciocinam e suas regras são obsequiosas e arbitrárias. Estados Unidos não é uma confederação. Foi.
A frase Os Estados Unidos decidiram atacar o Iraque é um erro. (O mesmo se aplica a Filipinas, a Nações Unidas, por exemplo). Essa frase estaria correta até o fim da guerra de Secessão. Seria certo se, por exemplo, os estados se reuniram em votação: Alabama, Mississipe, Michigão e Orraio votaram a favor. Havaí se absteve. O restante votou a contra.
Mas não é assim. É um país com governo central, não uma confederação. Não deveria mais se chamar Estados Unidos. Mas já que é assim apelidado, então tem de ser no singular.
A América decidiu atacar o Iraque, diríamos, não decidiram. Então agora utilizaríamos singular? Singular ou plural tem de se basear na realidade, não na frase formal.
Se um homem se chama Carlo e outro Carlos, diremos: Carlo está bem, Carlos está bem, nunca Carlos estão bem ou Os Carlos estão bem. Se Carlos é uma só pessoa é errado usar o plural.
É um país sem nome. De tão imperialista não tem nome, só tem sigla. Se formou num ajuntamento de estados, situação muito bem satirizada por Edgar Allan Poe em Pequena conversa com uma múmia. No início se referiam à região como América mas esse é o nome do continente. Do Ártico à Terra do Fogo é América, portanto canadenses, peruanos e chilenos são americanos. Norte-americanos? Os canadenses são norte-americanos, como também os mexicanos do norte. Estados Unidos? Esse não é nome de país e sim título. República Federal da Alemanha, Estados Unidos do México, República Federativa do Brasil (antes Estados Unidos do Brasil), República Popular da China. República Federal não é o nome da Alemanha. Nos referimos a Estados Unidos porque temos de usar um termo pra nos referir a ele. Quando alguém não tem nome ganha apelido.
As regiões foram sendo anexadas com a promessa de que poderiam se separar se o desejassem. Mas era mentira. Tanto que quando os estados sulistas tentaram foram atacados. Foi o primeiro golpe de estado ali. Disseram que era pra acabar com a escravidão mas os estados no norte também eram escravagistas e continuaram sendo mesmo depois do fim da guerra. A derrota do sul foi o maior desastre do século 19. Ali morreram os verdadeiros Estados Unidos e nasceu essa excrescência, esse câncer: O estado imperialista extremamente belicoso, que continuou, impropriamente, se chamando Estados Unidos, que se auto-proclama democracia mas é, na verdade, uma ditadura do capitalismo.
Portanto Os Estados Unidos não existem mais.
Melhor grafar Estados-Unidos, ou Eua.
 Do mesmo modo Filipinas no plural quando se refere ao nome do arquipélago, e no singular o nome do país.
As Filipinas foram colônia espanhola no extremo oriente.
Filipinas é um país do extremo oriente com língua castelhana.
O mesmo se tratando da ONU: Nações Unidas abriu uma pauta de discussão... Porque é o nome duma organização e não de várias.


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