sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

● Tem futebol o ano todo, quase todo dia. 360 dias de futebol e só 5 de Carnaval! O que demonstra cabalmente a indigência cultural e intelectual do povo. Até no sábado de Carnaval tem jogo. Deixai os atletas curtir a folia, seus maníacos!
● E essa música ai, se te pego? O que dizer desse rebolation 2012? Não deu pra compor uma letra bonita, uma canção que preste, mesmo que seja fraquinha? Ao menos com bom ritmo. Isso aí ganhar o mundo? Que pobreza!
● Na reportagem sobre os mal-educados do trânsito, que andam e estacionam na contra-mão, se disse que estacionar na contra-mão é menos grave que trafegar na contra-mão. Mas se o carro está ali, estacionado na contra-mão não teve de trafegar, um instante que seja, na contra-mão? Apenas saiu da garagem e estacionou virado ao lado errado?  Caiu da carroceria dum camião, arrebentou o cabo do guincho ou foi posto ali por guindaste ou helicóptero?
● Lindemberg (apesar da corruptela), dando impressão de ser um nome predestinado, faz lembrar o escandaloso caso do suposto seqüestro do bebê Lindbergh, filho do aviador celebrizado ao ser o primeiro piloto a atravessar o Atlântico em vôo sem escala num teco-teco. No livro Crimes que passaram à história, de Alan Hynd, se pode ler o relato detalhado do caso. Leitura importantíssima pelo fato de mostrar tudo o que não se deve fazer e situação que nunca se desejaria passar. Leitura fundamental pra se aprender como não cair na tentação de participar dum crime-espetáculo, como no caso de seu quase xará Lindemberg, onde, fugindo da pieguice habitual, se percebe que se um atirador de elite tivesse abatido o monstro logo no início talvez hoje a ex-namorada estivesse chorando a morte e a família entrando com ação indenizatória porque o sujeito não tinha antecedente criminal. Talvez.
No início do livro Alan Hynd resume assim o caso Lindbergh:
[...] Por diversas razões, sendo as principais a proeminência, ingenuidade e teimosia do pai da vítima e a estima que lhe era então dedicada, o seqüestro do bebê Lindbergh serviu pra reunir sob o mesmo toldo o mais extraordinário conjunto de palhaços, vilões, excêntricos, exibicionistas e outras personagens do mundo do espetáculo que até então se apresentara em qualquer picadeiro, exceto o dos irmãos Ringling. Como Jimmy Durante diria, todos queriam participar do ato.
O caso foi extraordinariamente deturpado, desviado, abafado. Detetives na pista eram tirados de cena. Comportamento estranho da polícia, etc. Tal como no caso Kennedy. Se aventou todo tipo de teoria, menos a mais óbvia, que nem o autor se atreveu a apresentar: A de que a criança fora vítima de abuso ou acidente, sendo o seqüestro uma cortina de fumaça. Além de gigantesca celebridade e ser considerado herói nacional, Lindbergh era mação. Pra bom entendedor...
● Outra história deturpada é a de Hedy Lamarr. Esposa de alto oficial nazista, conseguiu iludir a vigilância duma criada e fugir via janela pra em seguida ser estrela de Roliúde. Fez tudo sozinha? Fugindo ao nada? Tem tanta sorte assim? Se conta que quando tocava piano cum amigo teve a idéia de que se mudando a freqüência o diálogo se manteria se o outro mudasse igualmente. Assim teria inventado o princípio da telefonia celular. Como ato patriótico doou a patente ao governo ianque. E por que nada mais inventou se era assim tão genial? Porque é tudo uma farsa. Na verdade roubou a idéia e fugiu ajudada pelo serviço secreto ianque. Assim se tornou estrela cinematográfica tão abruptamente.
● Outra história mal-contada é o pps que correu na rede, sobre um piloto cubano que fugiu do país e através da diplomacia ianque não conseguia retirar a família. Então se disse que com ajuda duma amiga mexicana teria conseguido se comunicar com a família e marcar um ponto de espera, uma praia onde a família o esperaria chegar em avião. Então o governo cubano ficou grunhindo igual o ciclope da Odisséia de Homero. Tudo muito heróico... e fantasioso. Claro que não houve amiga mexicana. Se fugiu foi com plano bem elaborado da CIA. O conto de super-herói é conveniente pra ridicularizar o governo inimigo. Não é pra menos que a música de fundo cantava Era la isla más bella descubierta por Colón. Pero vino un maricón y hizo una mierda de ella…

Um comentário:

  1. Chesco... tu estás bem humorado hoje, hein...rsss

    Obrigado pela história do bebê do Lindbergh, vou pesquisar mais... me lembrei do filme agora.

    No caso daqui do Brasil fico realmente sentido por tanta maldade e até pelo condenado, que desperdiçou sua vida por um orgulho, um ego... não ganhou nada, só perdeu.

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