quarta-feira, 18 de abril de 2012

Comentário de Nabil Helal:
Gostei da trama do personagem Minute-Man (aqui traduzido como Hércules) e do sabotador barão Hora, que enfrenta. Dei uma pesquisada e descobri que a história foi publicada originalmente em Master Comics 39, de 1943.  
● comentário de Joanco:
A tradução do nome do personagem no Brasil nunca é 100%. Por exemplo: Spy-smasher (esmaga-espião) foi lançado como Hércules. Nada a ver com o herói mitológico grego. Doll-Man (Homem-boneco) foi lançado como Pequeno Polegar, nada a ver com o personagem do conto de fada. Lone Ranger (Cavaleiro Solitário) foi lançado como Zorro. Captain Marvel (Capitão Maravilha) foi lançado com o nome original (Capitão Marvel). Henry foi lançado como Pinduca. No inicio do Superman (super-homem) Clark Kent chegou a ser chamado de EDU! E assim vai...
● No Chaves seu Madruga é originalmente don Ramón (seu Ramão). Chapeuzinho Vermelho. Por que Chapeuzinho? Não tem chapéu na história. É um capuz. Tanto que em castelhano é Caperucita Roja, e em Portugal é Capuchinho Vermelho. Chapeuzinho? Tenha a santa paciência! Quanto ao Super-homem, meu conceito é que se deve idiomatizar os nomes, em nosso caso aportuguesar (Traduzir ou adaptar, conforme melhor consonância ou significado). No caso do Homem-boneco, culturalmente ficaria estranho. Geraria gozação Homem-boneco, etc. Talvez seja essa a razão. Acho ruim essa arbitrariedade duns nomes adaptados outros não. Pateta sim, Mickey não. Por que não Míquei? Muito melhor. Hoje, na decadência desse ramo cultural, com enxurrada de seriados ruins, há uma preguiça de se adaptar. Até as siglas estão em inglês! (Si-é-sai, fibiai, é de doer!). Prefiro que tivesse ficado Edu Cardoso, Edu Carvalho, sei-lá. Mas sem ficar mudando. Encontrei uma curiosa coleção primitiva de Super-homem, chamada Ciclón, el Superhombre. Clark Kent é Carlos Sanz, jornalista do diário La Jornada, dirigido por Jorge Martín, onde conheceu a repórter Luisa Lane.
Pesquisando assim: Superman “Carlos Sanz” aparece o interessante capítulo Problemas traductológicos del cómic: Superman, de Sonsoles Cañamero Vaquero, do livro (em castelhano), onde se disseca a questão. Por problema político, peculiaridade cultural da época, variados tradutores, vários significados, etc, o motivo dessa personímia tão variada. O texto é demonstrativo, não completo.
Eis, como curiosidade, um número de
● Parece que ainda não puseram nas regras de etiqueta o quanto é falta de educação corrigir quem erra o cumprimento temporal. Chamarei assim bom-dia, boa-tarde e boa-noite. Um olá já serve mas os medíocres gostam de mais formalismo. Por uma grande burrice não se criou um termo só, abrangente: Bom-tempo, boas, o que seja. Se tem algo que odeio é quando chego e digo Bom dia, fulano. Como já deu meio-dia, a besta responde Boa tarde. Não sei por quê-diabos as pessoas meteram na cabeça que têm de acertar o cumprimento com a hora. Eu lá tenho de olhar o relógio antes de dar bom-dia? As pessoas não são certinhas, em nada. Falam errado, usam pronome errado, preposição errada, são sofistas em tudo. Só nisso é que cismaram de ir ao pé da letra. É mesmo coisa de gente muito burra e mal-educada, falta de sensibilidade. Quando me acontece isso tenho vontade de agarrar a besta pelo colarinho e socar a cabeça na parede mas tenho de me contentar em dizer O importante é que seja bom! Mas qualquer dia soltarei os cachorros.
● Tremendo mau-gosto isso de ficar usando palavras estrangeiras. Decidas que diabo de idioma falarás. Ainda mais quando existe o vocábulo em nosso idioma. Não é chique, bem ao contrário. É muito brega, evidencia falta de cultura e denuncia falta de hábito de ler. Não se trata de patriotismo mas de coerência. Se estou escrevendo em castelhano não ficarei pondo palavras portuguesas. Pra quê escrever expert se existe a palavra experto? Slogan em vez de lema, tsunami em vez de vagalhão, bacon em vez de toucinho, canyon em vez de desfiladeiro, hall em vez de saguão, site em vez de sítio, show em vez de espetáculo, performance em vez de desempenho, tour em vez de passeio... Não tem o esquadrão da moda pra quem se veste mal? Então por que não tem o esquadrão da língua? Imagines um cavalheiro de terno e gravata com óculos de Elton John, luvas de Michael Jackson e na lapela a margarida do cantor Falcão. Pois é assim que fica quem fala português recheado de estrangeirismo. É isso aí: Se eu for comprar toucinho no açougue, me recuso a dizer bêicõ. Pobre língua esculhambada!
● Uma vez li sobre um diplomata japonês que visitou o Brasil. Pra que se sentisse em casa a embaixada providenciou tudo. Queria conhecer as coisas daqui, comida típica, enfim, mas não deixavam. Em tudo se empenhavam em se sentir em casa. Até que perdeu a paciência e teve de bancar o bravo pra comer um acarajé ou ver uma escola de samba.
É o que alguns doidos projetistas internéticos querem fazer. Por exemplo: No ambiente Gugol ninguém se verá no mesmo ambiente. Baseado na estatística de passeio cada um se verá em seu ambiente. O adolescente onanista se verá numa internete toda de mulheres peladas, o metaleiro terá a impressão de que a internete é toda só baseada em roque pesado. Não mais teremos o prazer de descobrir coisa diferente, desconhecida. Como quando se sintonizava um canal televisivo estrangeiro se conhecia as propagandas do país, se ouvia o idioma, se sentia a mentalidade, a linguagem diferente. Na internete não. O horror orueliano já está nas propagandas. Se entro numa página estrangeira não vejo as propagandas de lá e sim as daqui, porque conforme a origem do visitante. A mim aparecem as propagandas daqui. Se quero ver as de lá não tem como. Portanto se sou um estudioso de publicidade estou na era pré-televisão. É a síndrome do diplomata japonês em seu horror mais refinado.
Como todo remédio, a internete tem seu efeito colateral. Tudo o que é refinado em demasia faz mal, se descaracteriza.

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