segunda-feira, 7 de julho de 2014

É vermelhão
● O conceito de cor é uma barafunda. Vi velas que diziam roxas mas pra mim umas eram violeta e outras mais perto de tons de vermelho. Muitas vezes chamavam de rosa o que é carmim ou lilás. Tenho fixado da infância os nomes das cores daqueles estojos de lápis-de-cor que tinha os nomes de cada cor: Verde-da-prússia, verde-musgo, verde-limão, terracota,  ocre, azul-marinho, azul-cobalto, azul-turquesa...
Precisa ser daltônico pra ver laranja naquela camisa vermelhão do time da Holanda.
● Datena, narrando um jogo da copa: Cabo Verde, país de língua portuguesa que fica no meio do Atlântico.
● Quem nunca jogou bola, nem quando criança, não imagina o fatigante de correr uma quadra, imagines um campo! Já se pensou que um árbitro corre muito mais que um jogador? Não pode perder lance e tem de ter raciocínio rápido ante os 22 atores, adeptos da lei de Gérson. O jogador pode se poupar, passar a bola a diante e ficar na defesa. O juiz não. Tem de ficar pertinho de todas as jogadas. Se sai um contra-ataque fulminante o juiz tem de acompanhar. Se muitas vezes nem o defensor, que está muito a diante, não consegue, como o juiz tem de conseguir? Por isso o certo seria ter uma equipe de árbitros se revezando a cada, digamos, 15 minutos.
Vede o complexo que é discernir uma falta. Se nós, vendo e revendo a imagem televisiva em todos os ângulos e câmera lenta temos dificuldade em discernir o que é mesmo uma falta, imagines o árbitro.
● Os comentaristas: Claro que a Holanda vencerá. A Costa Rica já esgotou sua caixinha de mágica. A Costa Rica já surpreendeu. Não acredito que avançará mais. Pois a Holanda não venceu. Só no pênalti, que não passa duma decisão forçada.
É mesmo. É muito mais fácil partir um átomo que quebrar um preconceito.
Tanta campanha contra o preconceito, e são eles os preconceituosos.
Sempre o esnobismo. Até nós, latino-americanos, esnobamos pros europeus, esses esnobes falidos, contra nossos irmãos latinos-americanos e lusitanos, que têm muito mais identidade conosco. Não devemos nos esquecer que não somos os melhores, apenas em muitas ocasiões estamos os melhores, e que todas as vezes que entramos de salto alto quebramos a cara. Em guerras também acontece muito isso.
Exceto os latinos esnobes. Na guerra do Paraguai se fala em tríplice aliança mas o apoio uruguaio e argentino era meramente logístico, fornecer gado, por exemplo. Poder de fogo mesmo, praticamente nulo.
Quem tem baixa população não consegue competir economicamente com os de alta população. Em compensação é muito mais fácil providenciar alto padrão de vida. Basta comparar Canadá, Austrália, Dinamarca... com Eua, por exemplo.
O que vemos, de torcida argentina comemorar lesão de Neymar lembra o terremoto na Armênia, quando do rival Azerbaijão enviaram cartões felicitando pelo terremoto. Isso é bestialidade, o nível mais baixo de intelecto. Mas devemos lembrar que somos bilhões. Até que não estamos tão mal assim. Em bilhões não é significativo haver milhões de imbecis. Sempre haverá multidão de imbecis. O problema está quando estão no poder. Isso, sim, é dramático.
Essa minoria de argentinos imbecis é da mesma laia dos que foram barrados por notória violência. É bom rever isso e barrar também esse tipo de torcedor.


2 comentários:

  1. Parabéns, é tudo o que penso mas não tenho talento para escrever. Muito bem dito!

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  2. Sobre ignorantes no poder... é pior quando são espertinhos no poder, com poder para tornar a rede de ensino pública uma armadilha para eternizar a falta de cultura do povo e com poder para manter o nível aquisitivo da classe mais pobre bem baixo, para q as crianças recebam nutrientes fracos e insuficientes para o desenvolvimento da inteligência.

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