Enviado
por Márcio Rodrigues
As 17 reproduções em bronze das esculturas rupestres
da serra dos Martírios do rio Araguaia
São Paulo, 1974
(Grato ao livreiro Otávio Marcelino)
O rio Paraupava é o
rio Araguaia
Já demonstrei que anhangüera não é diabo velho. Sobre a informação seguinte, pode ser que os dois
vocábulos se fundiram na lenda, predominando anhangüera. O Anhangüera da lenda é Bartolomeu, o histórico é
Francisco. A etimologia Anhangüera, o da turma do diabo, continua valendo.
Mais
um esclarecimento sobre a etimologia anhangüera,
página 6:
Martírios fica
no baixo Araguaia, cerca de 50km a jusante de Xambioá, cidade fundada em 1953
por garimpeiros de cristal-de-rocha, abundante na região. Xambioá era nome duma
tribo de índios carajá que ainda no século 19 viviam nessa margem do rio, e é
alcançada por rodovia que parte da rodovia Belém-Brasília, em Vanderlândia. O
local das esculturas rupestres de Martírios fica numa ilhota, 1km distante do
arraial Santa Cruz dos Martírios, na margem esquerda, no estado do Pará. Esse
arraial consta de cerca de 100 moradores, sertanejos paupérrimos. Acima de
Martírios fica a cachoeira de São Miguel, e, a baixo, a de Santa Isabel, ambas
perigosas, dificultando sobremaneira a navegação, aliás rara nesse vasto
sertão.
Essa região de
Martírios, incluindo a confluência dos rios Araguaia e Tocantins, foi
importante em toda a história das bandeiras paulistas. Durante o ciclo
Paraupava o rio Paraupava recebia esse nome desde a atual ilha do Bananal até a
foz do Amazonas. O rio Tocantins era denominado Iabeberi e finalizava na
confluência com o rio Paraupava. Segundo os roteiros de Martírios e as crônicas
antigas, não havia ouro nesse local mas sim no vasto sertão que se localizava à
esquerda (no mapa ao lado), uma região de serras e morros. Dali a denominação
serra dos Martírios. Nessa região, segundo os documentos, os roteiros e as
crônicas originados no ciclo Paraupava, se localizavam os índios goiás, araé,
bilreiro, poquiguara, turiguara, taquanhuno e inheiguara. Os bilreiro eram os
atuais caiapó (gê). Provavelmente também desse grupo eram os inheiguara. Nessa
região de Martírios esteve, na fase posterior ao ciclo Paraupava, a grande
bandeira de Sebastião Pais de Barros, em 1673. Nessa bandeira deve ter estado
Bartolomeu Bueno da Silva (pai), que talvez fora a algum ataque aos índios
inheiguara, gente de grande resolução e
valor e impacientes de sujeição (padre Antônio Vieira). Talvez numa refrega
contra esses índios, Bartolomeu Bueno da Silva (pai) perdeu um olho, então o
apelidaram Inheiguara, cuja
corruptela deu Anhangüera. Pois o fato de atear fogo à aguardente pra
atemorizar os índios não se deu consigo mas com o sertanista Francisco Pires
Ribeiro, sobrinho de Fernão Dias Pais, conforme relatou o historiador Pedro
Taques.
A lenda da serra dos
Martírios
Coleção
de cartão-postal de Joanco
cara,coleçao maravilhosa. poderia postar mais ?
ResponderExcluirQuando achar mais, postarei
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