domingo, 27 de agosto de 2017

Ellery Queen mistério magazine 006, 10.1949

Mais um número da fascinante revista de conto policial
Na revisão deixo a linguagem mais culta, mais condizente com obra literária, arrumando mau uso de pronome e preposição, barbarismo, etc, além de vícios de linguagem Como como é que ficou sabendo?Como soube?, Por que é que estava lá? → Por quê estava lá? Aportuguesando nomes mas não sobrenomes, pra tornar a leitura mais familiar. Corrigindo formas múltiplas de se referir às personagens, pra que quebra-cabeça seja só a procura ao culpado. Vícios como deixar East Street, como se fosse nome dum lugar, em vez de rua Leste. Uma deficiência da tradução é não converter as medidas arcaicas como pé, jarda, milha, polegada, etc ao sistema métrico. Todos se espantaram quando entrou o sujeito com 6 pés de altura. Muito alto ou muito baixo? Mas se colocar 1,9m o leitor não terá dúvida. E notas de rodapé pra esclarecer curiosidade.
Às vezes acontece algum trecho com suspeita de problema de tradução. Neste número, no conto Pastoral alguns trechos inconsistentes, com expressões esquisitas, como se em tradução apressada. Achei o texto original em inglês, e assim retifiquei as estranhas passagens.
Achei o texto completo na segunda tentativa, pois o livros do Google faz a gracinha de omitir umas e outras páginas. Acho isso o fim-da-picada. Infelizmente tem muita página que posta livro, revista, gibi, tudo cheio de quatro pesos, omitindo páginas, dificultando ou exigindo inscrição ou pagamento, quando não é descarada arapuca. Isso é palhaçada. É postar ou não postar, e ponto final!
Eis o texto original como figura:
Neste número um caso muito curioso de escritor dando um fora com as leis da física. Eis um trecho da apresentação:
Quando Rotatória (Cul de sac), de James Yaffe, apareceu na edição ianque deste magazine, fez verdadeiro furor. E por boa razão. O jovem escritor cometera uma colossal gafe, um clássico do gênero, um erro próprio pra figurar nos livros, a gafe do ano na literatura policial. E o diretor do magazine fez, clara e indesculpavelmente, o papel de cúmplice, deixando passar o erro.
Nenhum de nós dois, autor e editor, conhecia um princípio simples e fundamental da física. E semelhante ignorância sobre uma lei básica conhecida pela maioria dos estudantes de ginásio invalidava toda a solução. Sinclair-Cummings, o vilão do conto, estava engarrafado num beco-sem-saída no escurecer. Dois policiais que bloqueavam a entrada se preparavam pra o pegar. O beco era rodeado, nos três lados, por armazéns de cinco andares, cujas paredes eram de tijolo maciço e sem janela. Sinclair-Cummings portava um importante pedaço de papel que, se encontrado pela polícia, o faria passar na cadeia os melhores anos de sua vida.
O problema de Sinclair-Cummings era fazer desaparecer aquele papel. Não podia deixar que o encontrassem nalgum lugar do beco, na roupa ou no corpo. Se aquela prova caísse em poder dos policiais, perderia o direito à vida, à liberdade e a procurar sua espécie particular de felicidade. Ora! Sinclair-Cummings portava também um balão de látex, comprado naquele dia pra sua filhinha. Rapidamente, antes que os policiais o agarrassem, encheu o balão, amarrou nele o comprometedor documento cum pedaço de barbante e o soltou. Segundo relatou o jovem Yaffe, a pressão atmosférica fez o resto, o balão subiu acima dos cinco andares da parede vizinha e sumiu até sempre.
Então aconteceu a verdadeira tragédia. Um balão cheio de ar soprado por um ser humano não se eleva acima do solo. Uma lição de aeronáutica primária que Yaffe e o diretor deste magazine não esquecerão. Pra se elevar, o balão teria de ser enchido com gás mais leve que o ar, e, como muitos leitores advertiram, Sinclair-Cummings não tinha recipiente de hélio escondido na roupa.
Quando o balão do conto desapareceu no ar, o jovem senhor Yaffe, com a colaboração negativa do diretor deste magazine, violou as leis da física: Em único e traiçoeiro vôo da fantasia toda a trama da história se desconjuntou, explodiu e se desintegrou sem deixar traço de verossimilhança perceptível ao olhar humano.
As cartas que chamavam a atenção do diretor do magazine a essa afronta à ciência começaram como fina garoa, se encorparam a cada visita do carteiro, até que, finalmente, um dilúvio. A maior parte dos leitores que pegaram a pena com esse fim mostrou muita consideração pela juventude de Yaffe e pela ignorância do diretor. Alguns não revelaram tanta consideração, protestaram, tripudiaram, empregaram linguagem rude, e infringiram doutros modos a regra de ouro. Pois, sem dúvida, todos cometemos engano numa ou noutra ocasião, e só quem nunca errou deve atirar a primeira pedra. Mas a grande maioria dos leitores foi bondosa e tolerante. E apresentamos sincero agradecimento à lealdade e moderação. Os outros poucos, segundo esperamos, já devem ter arrefecido, compreendendo que pode acontecer engano até no melhor dos magazines. E é de caso pensado que dizemos: O melhor dos magazines.


  Vô Pedro                      Vô Kiko                      Vó Dica
E olhes o volume, nada cheio, bem brasileiro
A cada dia mais e mais falsificação. Talher que se diz inoxidável mas que enferruja, cabo de escumadeira que quebra logo, cabo de vassoura que se quebra na primeira varrida, mause que não dura 1 semana, pitsa de queijo que é gordura, pão integral que de integral só tem o nome, iogurte com pedaço de fruta que é goma, caixa-de-som que não presta…
Mangueira se acha de qualidade, mas torneira, cano, pode ser Tigre ou o diabo.
Tem gente que acredita que o xampu mel é de mel mesmo…
E como acreditar que tal produto é mesmo orgânico como diz a embalagem?


Induartesanal?
Achas que não faz mal
É o artes-a-mal do industrial
mau, mal-e-que-mal
Haja cara-de-pau!
Glauder contou que estava no Mercadão. Uma mulher ao lado pediu um doce-de-leite artesanal. O vendedor garantiu que era. Quando ela saiu, como tinha acabado o estoque na prateleira, o vendedor foi ao fundo e abriu um balde de doce-de-leite industrial.
Noutra vez contou sobre o mel Vovô Pedro.
Disse que o Vovô Pedro não é mel. Não cristaliza. Que provavelmente dão xarope de açúcar às abelhas. Os vendedores de mel de qualidade tem entressafra, enquanto Vovô Pedro sempre tem.

Amônia refrigerante (duplo sentido)
Parecia que era pra gelar Coca-cola, Taí, Fanta…

Teu passado é uma bandeira
Teu presente uma lição
Figuras entre os primeiros
de nosso esporte bretão
O compositor do hino do Corinthians (Eta!, nome feio) cometeu o mesmo erro do roteirista de Logicomix. Bretão? Então o futebol não nasceu na Inglaterra e sim na França? Além do quê não é esporte mas desporto.
Esporte é quando se vai jogar pingue-pongue na varanda de casa, vôlei-de-praia em fim-de-semana com os amigos. Um time profissional não joga por esporte. É desporto.
No livro A bola é uma história (Crônicas de futebol), de Cacalo Fernandes, com excelentes crônicas com relatos e curiosidades do mundo futebolístico, o recorrente erro dos jornalistas desportivos: Chamar o campeonato fluminense de campeonato carioca.


Coleção de cartão-postal de Joanco



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