domingo, 17 de fevereiro de 2019

Três lendas paulistas


Capa original

Oyaguara
Guará (Eudocimus ruber) Ave pelicaniforme da família Threskiornithidae (tresquiornitídea). Também conhecida como íbis-escarlate, guará-vermelho, guará-rubro e guará-pitanga. Guará se origina do termo tupi awa' rá, vermelho. https://pt.wikipedia.org/wiki/Guar%C3%A1
Esse bandeirante solitário e calado que noite e dia a tudo observava representa a figura singular do sertanista taubateano, o bandeirante Gaspar Vaz da Cunha, alcunhado de Oyaguara. Pralguns Ouyaguara. Proutros Jaguará ou Jaguaretê, que na língua da terra é o mesmo que cachorro-do-mato (!). Entre 1703 e 1704 esse desbravador, por ordem real, se aventurou pra abrir um caminho do vale do Sapucaí, atravessando a serra da Mantiqueira até Pindamonhangaba, em direção aos rios Sapucaí e Capivari, pra transportar o ouro das minas de Itajubá, em Minas Gerais. Mais tarde esse caminho foi fechado por ordem real. http://www.camposdojordaocultura.com.br/ver-cronicas.asp?Id_cronica=90
O sertanista Gaspar Vaz da Cunha foi o primeiro homem branco a pisar em Campos do Jordão. Cerca de 1703, ao pôr os pés na região, encontrou belas paisagens e tribos indígenas. Bruto e cruel, como a maioria dos bandeirantes, logo passou a ser chamado Oyaguara (algo como cão feroz ou lobo (!)) pelos índios. http://boulevardgeneve.com.br/blog/oyaguara/
Jaguaretê (onça mesmo, jaguar pra valer, jaguar demais).
Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) tem esse nome porque é avermelhado. Os dois canais presumiram irresponsavelmente, assumindo guará como termo relacionado a canídeo por causa do lobo-guará, quando significa simplesmente vermelho ou avermelhado. Assim como muitos chamam papaia ao mamão-papaia, quando papaia é uma fruta nem parecida com o mamão. Seria o mesmo que chamar banana-maçã de maçã.
Seria ruivo Oyaguara (oyaguará)?
Mas o problema ficaria em Oya, ouya. Corruptela de quê?
Como caapora, habitante do mato, se deformou a caipora e a caipira.
Se vê claramente que Oyaguara é uma corruptela. Pode ser de jaguar (onça-pintada), se bem que em castelhano é jaguar, não yaguar (lembrar que em castelhano Y seguido de vogal soa com DJ, e o J parece nosso RR), mas mas jaguar em castelhano pode ser corruptela de yaguar.
Lembrar que no século 18 português e castelhano estavam muito mais interligados no Brasil, e ambos muito mais influenciados por tupi e guarani.
A definição a jaguarão no dicionário online de português (Quando até no nome do dicionário tem barbarismo, é um sintoma muito ruim de decadência cultural) https://www.dicio.com.br/jaguarao/: Campo de boa qualidade onde o mato é muito viçoso.
Já no livro de Giovani Cherini, A origem do nome dos municípios, http://giovanicherini.com/site/publicacoes/aorigemdonomedosmunicipios.pdf:
Topônimo guarani: jaguar = onça + on = grande (aumentativo hibridismo castelhano) ou jaguar + rana = parecido com jaguar, falsa onça.
Pesquisando mais, mais incoerência.
Guarapiranga: Do tupi-guarani [Não existe língua tupi-guarani] guará, garça ou canídeo; piranga, vermelho [pitanga é que é vermelho]. Barreiro, lamaçal, atoleiro de barro vermelho. Fonte: Dicionário de palavras brasileiras de origem indígena, Clóvis Chiaradia
Pitanga é vermelho. Piranga é barrento. Ipiranga (y piranga, água barrenta). Guará pode ser avermelhado ou castanho avermelhado, a cor da ave guará (muitas também são vermelho vivo, como também o lobo-guará), do lobo-guará, do guaraná e da pele guarani.
Em Topônimos tupis de Niterói, de Luís Antônio Pimentel, Traço & photo editora, Niterói, 2001 a mesma identificação de pitanga a piranga. Caá, mato, aparece noutros verbetes como folha, cipó, fruto. No primeiro verbete, abacaxi, ibá é que aparece como significando fruto. Assim, um vocábulo significando muitas coisas e se montando as sílabas a bel prazer, se explica qualquer coisa, se ajusta o étimo ao gosto do estudioso, como nas constelações se vê o que se quer, conforme o traçado escolhido. Um escolhe oya guará, outro oy aguará, outro o jaguar… Isso não é método científico. É picaretagem. No mínimo incompetência.
Já no colégio aprendemos que o vocábulo amazona, plural amazonas, vem do grego.  As amazonas são personagens da mitologia grega. E que o rio e depois a floresta levaram esse nome por causa do famoso incidente de Francisco de Orellana contra supostas mulheres guerreiras. Segundo https://pt.wikipedia.org/wiki/Amazonas_(mitologia) as amazonas, em grego antigo Αμαζόνες, transliterado a Amazónes, na mitologia grega eram as integrantes duma antiga nação de mulheres guerreiras. Heródoto as colocou numa região situada nas fronteiras da Cítia, na Sarmácia.
Pois pasmai! Em Topônimos tupis de Niterói o vocábulo amazonas:
O vocábulo amazonas, segundo o tupinólogo Adaucto Fernandes, vem de amã, chuva; çôo, caça; õna, caçar. Andar atrás da caça. É oportuno lembrar que as amazonas tupiniquins eram chamadas icamiabas, como se vê no livro Terra de Icamiaba, de Abguar Bastos, rua Barão do Amazonas, centro.
Creio supérfluo dar mais exemplo. Fica ressaltada a frivolidade, irresponsabilidade e incompetência com que se estuda tupi e guarani na internete e nos livros.
E enfim, Oyaguara pode ser corruptela de Anhangüera (Anhá cuera, O que tem parte com o Diabo, O da turma do Diabo).
A última morte envolvendo alguém da equipe do filme A profecia (The omen) e de longe a mais esquisita aconteceu quando John Richardson, diretor de efeito especial, viajava numa estrada na Holanda logo após o lançamento do filme. Liz Moore, que trabalhava junto com John na equipe, perdeu o controle e bateu o automóvel. Liz morreu decapitada, cena muito parecida com a feita no filme. John, quem pouco sofreu no acidente, saiu do carro muito atordoado e afirmou ter visto uma placa Cidade de Ommen 66,6km. http://www.mundofreak.com.br/2014/10/25/a-maldicao-de-a-profecia/
Intimamente ligadas à crendice nos omen, palavra latina com a qual os folcloristas costumam designar os presságios ou agouros, estão as crendices e superstições relacionadas a certos números. Algumas são muito velhas. O aparecimento do número 9 nas tradições folclóricas é, núltima análise, uma conseqüência de ser número sagrado. Mas é sabido que o número 9 deve importante função ao fato de ser o quadrado de 3. Essa asserção é corroborada pelo fato significativo de desfrutar o número 27 certa popularidade, principalmente na Irlanda, por ser o resultado de 9 vezes 3, o cubo de 3.
Nicanor Miranda, Três lendas paulistas
Dois canais que também postam o excelente programa radiofônica espanhol Milenio 3
Milenio 3 - El enigma del neolítico
Milenio 3 - El cráneo de Akenatón y la secta de los comedores de cerebro
É de dar esperança, de que nem tudo está perdido. Salutar a atitude dos militares brasileiros ao impedir as primeiras grandes burradas do novo presidente: Ceder aos ianques direito a instalar uma base militar no Brasil, e transferir a embaixada de Telavive a Jerusalém. Quanto à sandice de atacar a Venezuela, o Brasil não o pode fazer, por dois motivos: 1 O tratado de solidariedade continental o obriga a defender o país vizinho em caso de agressão. 2 A constituição federal proíbe a guerra de conquista.
Nos anos 1980 era moda a expressão Cenas de sexo explícito. Mas a frase está errada. Imagines o casal explicando que só faz sexo implícito, pra não engravidar. Sexo é apenas sexo. Não existe sexo explícito nem implícito. O explícito é referência a como as cenas são mostradas. Portanto o correto é Cenas de sexo explícitas.
Muito bom o escâner-impressora Laser-jet pro MFP M426dw, da hp. O escaneio é muito rápido e a impressão tem opção frente-e-verso. A única coisa besta é a telinha que não sei pra quê puseram num canto. Fica apresentando menu o tempo todo, e quando movimento o plástico que serve de capa, imprime por conta própria uma folha de teste de impressão. Mas basta tapar cum cartão de papelão, e não incomoda mais.

Esquina da Pedro Celestino com Barão do Rio Branco
A lei de trânsito diz que o carro não pode parar a menos de 3m da esquina, por questão de visibilidade do cruzamento. Mas a área azul de Campo Grande está respeitando essa regra?

À coleção Adeene neles!
Baba Vanga
Noite Ilustrada - Pelé
Fred West - Nélson Rubens

Coleção cartão-postal de Joanco




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