quinta-feira, 24 de outubro de 2019

Papai Noel 57


Hino nacional macarrônico
Olvidaram-nos pirando imagens lássidas
dum povo parvo de erótico dobrado e titubeante
e o escol dos libertinos em sombras fugidias
embrenhou o seu na puta atrás da estante

Se o penhor nessa maldade
Consentimos nos conquistar com traço torpe
Como te anseio, ó libertinagem!
desfia nosso apreço à própria sorte

Da pátria armada
ainda atolada
salve-nos, salve-nos!

Braçal, um ranho imenso, dum povo mórbido
de vergonha e de tristeza a face à terra desce
se teu maldoso governo medonho e cínico
à linhagem do dólar obedece

Arrogante pela própria esperteza
és pé-de-chinelo, torpe, pálido e caloso
e tua fatura espelha essa avareza

Terra danada
entre outras, viu?
és tu a mais vil
ó patuscada

Dos filhos deste solo és madrasta vil
platinada e patinada
Boçal

Deitado preguiçosamente com beiço espremido
ao servil domado e vagabundo te confundo
figuras, ó país, escravão da guei América
eliminado do rol do primeiro-mundo

Do que a terra de maus humores
teus bisonhos lerdos escambos têm havido
nestes bosques, eu duvido
que ainda restem entre seis ou mais flores

ó patranhada
ainda prostrada
sorve, sorve!

Brandiu, como tratas o povo, eterno seja símbolo
o pau ereto que se ostenta empernado
mendiga morrendo louco todo trêmulo
quem a vida no trabalho tem passado

Mas se pagas à justiça puta-velha
verás que um filho teu não cumpre pena
nem tem quem, agora, te olhe de esguelha

Terra doada
entre outras mil, impostos mil
és tu a mais vil
ó puta má!

Dos filhos-da-puta deste solo, só lo és mãe gentil
pátria a nado e pátria-e-nada
Boçal

Coleção Cartão-postal de Joanco







 



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