A pedido do leitor Víctor, pra matar a saudade
Mediano o primeiro conto, O sumiço de Papai Noel. Pateta, em O ajudante de Papai Noel, mantém a qualidade e o clima da idade
áurea dos gibis dísnei, escapando da pieguice dos outros enredos do presente
volume, fazendo valer a pena adquirir o número. Míquei, como Capitão Ratinho, péssimo, pois de
fraquíssimo enredo e péssimo desenho. Tá mais pra novela das 8h: Chato e
comprido. Míquei, em O boneco-de-neve,
com boas idéias, boas sacadas, mas soluções forçadas, trama mal urdida e
surrealismo que não é próprio dos dísnei. Encerrando o volume, A luz da felicidade, idem, mas também
muito carregado na pieguice e pressa em desenlaçar, estragando um conto promissor,
pois já alto da década de 1990, quando a praga do politicamente-correto começou
a grassar brabo.
●
A praga da cota
É incrível o número dos que defendem a política de cota. Os mesmos
ingênuos que defendem a privatização. Qualquer pessoa medianamente instruída,
sem preguiça mental, pode ver o quão esdrúxula, surrealista, estapafúrdia,
estúpida é essa idéia demagógica, populista no mais pejorativo do termo e
irresponsável.
O mais trágico é que partidos esquerdistas, mal chamados
progressistas, a defendem.
Toda pessoa sensata sabe que forçar situação gera custo alto
e muito risco, que eliminar o efeito sem tratar a causa leva ao colapso. Como as
cirurgias espirituais, que eliminam a
dor sem eliminar a doença. Imagines um corpo imune à dor. Só perceberia que
tocou uma chapa quente depois da mão estar carbonizada.
Os míopes estão marginalizados no concurso pra selecionar salva-vida?
O que se deve fazer é criar mecanismo pra corrigir isso, pra que os míopes
tenham a mesma oportunidade dos outros. Se um míope optou assim, deve enfrentar
o osso-do-ofício de competir com os que vêem bem a longe. Não dar cota pra
forçar o ingresso dos míopes.
A regra num concurso é selecionar os melhores pra desempenhar
o cargo. A política cotista marginaliza a competência. Como corrigir a
injustiça contra o competente que foi barrado por causa de cota? Criando uma
cota pra competência?
Imagines se na seleção brasileira de 1970 o técnico não
pudesse colocar Pelé e Garrincha juntos porque já tem dois negros (ou que se
supõe que o sejam) e tem de colocar um índio porque há cota pra índio? E se os
japoneses protestaram, porque o Brasil tem a maior população japonesa fora do Japão,
e se criou uma cota pra japonês? Onde o técnico achará um jogador de
ascendência nipônica em 1970 em cima da hora? E se estiver num mercado comum Ásia-Pacífico
e se exigir cota pra jogador polinésio?
Como o ecologismo fundamentalista e o direito humano, a política-de-cota
é também arma pra manter os países vassalos estagnados e dependentes. Abriu a
porteira, passa a boiada. Mais e mais setores pleitearão o direito, até os
corintianos, evangélicos, diabéticos, cancerosos. No fim cada um terá um
infinitésimo de porcentagem na cota, e tudo estará como antes mas atravancado.
O curso X tem cota pra japonês e pra mulher, mas só tem
homem japonês, dirão as feministas nipônicas. Então tem de se virar pra dar
vaga a uma japonesa…
A empresa X fecha porque não consegue aliciar os melhores
profissionais porque está atada às cotas. Não consegue competir com as
estrangeiras.
E se no concurso X há dez setores, cada um com 10% de cota,
o concursante que faz parte de nenhuma dessas minorias não tem chance de
ingressar, mesmo que vença em primeiro-lugar.
É o tema do seguinte conto satírico
Coleção Adeene
neles!
Cara Delevingne - Peninha
Metralha V-002 - Ramão
- Kelly Family
Coleção Cartão-postal
de Joanco
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