sexta-feira, 15 de janeiro de 2021

Almanaque do Globo juvenil 1944 - até página 116 de 168


Almanaque do Globo juvenil 1944 - até página 116 de 168

[Tentei centralizar o título, mas não vai. Nem o espaçamento posso controlar. A cada atualização fica pior. Não se faz mais programador como antigamente.]

Cogito passar a postar escaneio sem restaurar, porque come muito tempo, só montando, balanceando cor, desinclinando e cortando

Qual tua opinião?, leitor

Os gibis daquela época são prato-cheio pra quem estuda história das mentalidades

Eis mais um lance (segmento formando caderno de 16 páginas) deste gibi edição especial, apesar de muita puerilidade, muito carregado ideologicamente.

Um magistral conto de Malba Tahan expondo um conceito de valor militar. Malba era produto de seu tempo ou não podia peitar a ideologia vigente. O valor militar expresso no conto é muito bonito e essencial prà instituição militar mas é valor anti-humano e nos remete a urgentes reflexões sobre obedecer cegamente a ordens incorretas e mesmo criminosas, praga que assola a humanidade desde a origem.

Tem um texto metendo pau no regime monárquico brasileiro, e outros, sempre louvando Estados-Unidos e todo aquele blablablá sofista de democracia e liberdade. Já vem dali o vício de chamar Estados-Unidos de América e os ianques de americanos, justamente os que são os menos americanos de todos, e a lavagem cerebral pra louvar Estados-Unidos como guardião da democracia e da liberdade, afinal tudo faz parte duma máfia que controla a imprensa, sendo assim fácil lavar a cabeça da população. Como nos enredos de Zorro, onde a ordem é caricaturar os espanhóis como um bando de panacas trapalhões, enquanto Zorro encarna o imbatível heroísmo ianque.

Um pueril e muito ruim enredo de Super-homem contra os nazistas, com todo o estereótipo e incorreção do gênero, até Mussolini saudando camaradas!. Vos lembrai daquela de O guri, onde os chineses saudaram os viajantes com Saionara!?

Nesse quadrinho as personagens principais passam o enredo todo xingando os adversários e louvando seu lado. Ter as crianças como público-alvo não serve de pretexto pra negligenciar a qualidade, como o faz a grande massa de escritores de literatura pretensamente infantil. Infelizmente autores sem talento se refugiam no segmento infantil, onde se é bem pouco exigente. Felizmente essa doutrinação através de ficção não funciona, como já expliquei noutro texto.

O discurso de Papai Noel também parece muito bonito mas nada tem de ingênuo nem inocente. Está defendendo a ideologia globalista hostil a todo nacionalismo. É por isso que se difama o período monárquico, se deforma a história caracterizando a guerra do Paraguai como genocídio, por exemplo. No Paraguai pós-guerra Solano López foi execrado como um irresponsável quem levou o país à derrota total, mas hoje é considerado herói nacional, obra da Maçonaria.

Também vemos na frase de Míriam Não é possível ter natal sem Papai Noel, mais uma mensagem consumista e anti-cristã.

No final outro discurso de Papai Noel, dizendo que são inúteis os esforços pagãos pra suprimir o Natal. Ali vemos o antigo e abusivo estereótipo do vocábulo pagão. Mas é justamente esse absurdo papai-noel do consumismo, vestido de vermelho, com trenó e renas voadoras, invasor a chaminé, a quem se pede realizar desejo, portanto êmulo o próprio gênio de Aladim, o melhor exemplo daquilo que impropriamente chamam paganismo?

https://www.youtube.com/watch?v=5oIkpAR1-Lk

La verdad sobre la segunda guerra mundial (19411945) parte 1

https://www.youtube.com/watch?v=yUfTrUtTBBQ&feature=youtu.be

La verdad sobre la segunda guerra mundial (19411945) parte 2

Nestes dois pequenos vídeos uma russa colhe o depoimento de sua avó com três anos de idade durante a invasão alemã. Contou que os alemães que se instalaram em sua casa (Os homens estavam na resistência partisã) as tratavam bem. Até ofereciam doce às crianças. No vaivém, quando os alemães se retiravam e russos ocupavam o local, muitas vezes acontecia o chefe russo ocupar o aposento mais cômodo e aquecido, sem se importar como ficariam os moradores. Vos lembrai do PR (príncipe regente), que o povo apelidou Ponha-se-na-rua? Ou seja: Há gente digna e indigna nos dois lados. Tudo muito diferente do maniqueísmo infantilizante dos enredos roliudianos. Pois vejas que no quadrinho Papai Noel foi seqüestrado pelos nazistas e o povo faz chacota de si e do que representa. Nada mais falso. O povo alemão era alheio aos delírios místicos dos dirigentes nazistas.

Coleção cartão-postal de Joanco

 





Um comentário:

  1. Olá amigo!
    Em relação à sua pergunta, minha humilde opinião é a de que, se o scan estiver dando muito trabalho para restaurar, talvez seja mais produtivo disponibilizá-lo sem tratamento mais pesado. Claro que ler um scan tratado, com cores ou arte P&B nítida é muito melhor, mas quando o serviço se torna por demais cansativo, a opção original talvez seja mais interessante. Especialmente para você, para que a atividade deixe de ser cansativa e se mantenha prazerosa, como um lazer.
    Em tempo, vendo os cartões postais italianos, percebi que já se vão 5 anos do passamento do Joanco. Descanse em paz.

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