sábado, 15 de abril de 2017

Enviado por Márcio Rodrigues

Coleção de cartão-postal de Joanco
 
 


Drew Pearson & Jack Anderson - USA, potência de segunda-classe?
Bestséler, São Paulo, 1959
Ao leitor incauto parecerá que é assunto do momento. Mas a natureza farofeira da superprepotência de Polichinelo é realidade antiga.
E aproveito pra dar mais um exemplo da dúbia expressão era moderna, sobre o qual já falei, no texto abaixo.
Introdução
É inevitável que este livro suscite numerosas críticas.
Nos apressamos a afirmar que não o escrevemos com tal propósito em mente. Preferir o elogio ao reproche é algo muito humano. Os autores, a despeito de certas afirmações em contrário, não são desumanos. Mas estão convencidos de que o maior milagre da era moderna foi a transformação da Rússia de país subdesenvolvido ainda na fase do carro-de-boi à atual potência atômica. E embora o ianque que reconheça tal fato publicamente esteja sujeito a ser classificado de comunista pela comissão investigadora de atividade antiamericana, Eua tem de reconhecer tal fato, sob pena de ser varrido da face da Terra.
Vamos além. Temos a opinião que o ianque que se aventurar a declarar que o reconhecimento da Rússia como potência de primeira-classe pode constituir um saudável estímulo pra Eua corre o risco de ser considerado um traidor do sistema de vida ianque e admirador do sistema soviético. Pode até ser investigado pelo FBI. Mas e não quisermos nos iludir temos de admitir que há muito tempo confiamos demais, dormimos demais, negligenciamos demais. Há muito tempo pomos o interesse individual na frente do interesse nacional, o prazer na frente do dever, o conforto na frente do sacrifício, o golfe na frente das decisões, Thunderbirds na frente de foguetes, a publicidade das agências da avenida Madison na frente da verdade.
Às vezes é difícil encarar a verdade. É muito mais fácil acusar os que apontam nossas deficiências, dizendo que mentem, que faltam à verdade, que são ávidos caçadores de títulos espalhafatosos ou até que são simpatizantes comunistas, se revelam fatos desagradáveis sobre a perda de poderio e de prestígio de Eua. Mas incidimos há algum tempo precisamente nesse erro. E não só nele incidimos, tivemos medo de admitir. As vergonhosas deserções e rendições de ianques na Coréia constituíram apenas o primeiro sinal de que algo ia mal. Foram também os primeiros sintomas de que tínhamos medo de nos defrontar com o fato de havermos colocado o materialismo tão acima do patriotismo. O público ianque ainda não sabe que as chocantes confissões feitas por nossos soldados aprisionados na Coréia não foram obtidas por meio de tortura. Não sabe que os turcos, britânicos, canadenses e outros soldados que compunham as forças da ONU na Coréia não voltaram as costas a seu país como o fizeram os ianques. O público ianque não sabe que general William F Dean, comandante da 7ª divisão de infantaria, fez doze declarações diversas ao inimigo. Nunca na história de Eua tantos ianques, inclusive oficiais de alta patente, desonraram a tal ponto o uniforme da nação que representavam, que os protegera, que lhes dera as liberdades sobre as quais deveriam ser tão ufanos mas que tinham por fato consumado.
Depois da guerra da Coréia se registrou um dilúvio de derrotas diplomáticas e outras, culminando com os acontecimentos de 1957-58, quando o mundo acordou pra descobrir a Rússia ocupando o espaço sideral, enquanto Eua ocupava a Central High school em Arcansas.
O mundo reconhece nossas derrotas mas, de maneira geral, o povo ianque não as reconhece. Consideramos vitória a derrota na Coréia. Hesitamos tanto na Indochina, que a maior parte do país é ocupada pelos comunistas. Agimos com tamanha falta de tino no oriente médio, que as vastas reservas de petróleo daquela região estão escapando entre nossos dedos. Afrontamos, hostilizamos e isolamos nossos aliados na Europa ocidental, até transformar a organização pra defesa do atlântico norte numa oca carapaça militar. O mundo sabe disso tudo mas nós não.
Criticar Eua não é tarefa agradável. Quem o faz é acusado de perder a fé em seu país. Mas o povo ianque não pode se dispor a enfrentar o desafio do governo poderoso e incansável que o ameaça se continuar a aceitar as meias-verdades açucaradas e o xarope calmante que lhe são ministrados. Deve conhecer os fatos.
Não podemos permanecer inativos, esperando que a luta interna ao poder no Crêmilim atire a Rússia a nossas mãos. As muralhas do Crêmilim não são as muralhas de Jericó. Não ruirão abaladas por sete declarações de Foster Dulles nem cederão a uma civilização onde Elvis Presley ganha mais que o presidente de Eua, camioneiros em Chicago ganham mais que a maioria dos professores, um terço das receitas apresentadas aos farmacêuticos pra aviamento é constituído de pílulas tranqüilizadoras. A estrada de Miltown não é a estrada da vitória sobre o governo vigoroso e inescrupuloso que dirige a Rússia. Não podemos vencer a batalha da liberdade nem alcançar o grande objetivo da paz se mantivermos a cabeça enfiada na areia da ignorância.
Mas o germe da grandeza não foi perdido. Ainda está nos ossos do povo ianque. O povo estará à altura do grande desafio, desde que conheça os fatos. E foi com o objetivo de levar tais fatos a seu conhecimento que este livro foi escrito.
O material distribuído pelos diversos capítulos foi obtido de informantes do exército, marinha e força aérea, oficiais, especialistas da defesa civil, cientistas e diplomatas que colocam acima de tudo o interesse da nação. O material é também baseado no trabalho desenvolvido há muitos anos em Uóxintão, na cobertura do noticiário diplomático e militar. Também contém o resultado de observações de seis viagens ao exterior, feitas no decorrer dos últimos dois anos.
Somos gratos a muitos de nossos amigos pelos conselhos e orientação que nos deram, durante a fase de preparação deste livro, ao ex-secretário da força aérea, agora senador de Missure, Stuart Symington. Seu assistente, Edward Welch, aos senadores Estes Kefauver, do Tenessi, e Henry Jackson, de Uóxintão, membros da comissão das forças Armadas; ao senador William Fulbright, do Arcansas, da comissão de relação externa; a Trevor Cardner, ex-subsecretário da defesa; a Werner von Braun, da divisão de projétil balístico do exército; a tenente-general James Gavin; a almirante Hyman Rickover; a doutor Harold Urey, da universidade de Chicago; ao ex-senador William Benton, de Coneticute; a John Kennedy, diretor do Argus leader, de Sioux Falls, Dacota do Sul, que forneceu a nós uma série de conclusões sobre suas recentes viagens à União Soviética; a Eric Berghaust, diretor da revista Missiles & rockets; a Clair Blair, autor de O submarino atômico; a Louis Johnson, ex-secretário de defesa; a Tom Wilcox, que pertenceu ao laboratório de pesquisa científica da força aérea; a Don Ludlow, correspondente em Uóxintão do London mirror; a Herschel Schooley, que pertenceu ao departamento de defesa; a capitão William Chambliss, da marinha de Eua; e a coronel John R Nickerson, cujo explosivo memorando revelou aos observadores algumas das falhas básicas de nosso programa de foguete e projétil.
Finalmente, muito devemos a cerca duma centena de oficiais das forças armadas, que não estão autorizados a o afirmar publicamente mas que acreditam que sem imitar os métodos adotados na União Soviética poderemos fazer frente a seu desafio, que acreditam que Eua não terá de se converter numa potência de segunda-classe.
Com esse objetivo em mente, escrevemos este livro.
  

Já escrevi sobre o topônimo colombiano Itagüí, demonstrando que tem origem tupi. Mi alma se la dejo al Diablo, de Germán Castro Caycedo, editora Planeta, Bogotá, 1990, que acabei de receber de Carlos Molina, cita uma localidade no sul da Colômbia, floresta amazônica, perto da embocadura dos rios Jari e Caquetá, Araracuara, cujo topônimo está corretamente apontado na uiquipédia espanhola, https://es.wikipedia.org/wiki/Araracuara_(desambiguaci%C3%B3n), concordante com o definido pra Araraquara, topônimo tupi, em https://falabonito.wordpress.com/2007/07/05/cidades-brasileiras-cujos-nomes-tem-origem-no-tupi-guarani/.
● Porto Rico nunca foi país. Tomado da Espanha na guerra hispano-ianque, virou colônia ianque, dizendo estado associado, mas um porto-riquenho que mora em Eua vota mas se mora em Porto Rico, não. Os amariconas destruíram a economia porto-riquenha. Agora, se sentindo desamparados, querem voltar à Espanha. Mas isso não seria trocar 6 por meia-dúzia? Parecem não ver a antipatia geral dos hispano-americanos contra os espanhóis. Além do mais o governo espanhol ajudou Eua a financiar o Daesh, estado pseudoislâmico na Síria e Iraque: https://www.youtube.com/watch?v=QieDDzweGfE:
— […] As coisas não surgem por acaso, não é um grupo terrorista por acaso e não é um estado islâmico. É preciso exigir que teu governo e partido político digam qual foi a relação de Espanha ajudando Eua a financiar organizações com a Al-Nursa, derivada de Al-Caeda, porque Al-Nursa foi, entre outras coisas, um grupo terrorista financiado por Eua. [#@!ↆ℥†Ɂ~¡] Espanha colaborou com venda de arma e comprando, supostamente, e nossa bancada pede explicação ao governo, por quê o ministro Moronesi reconhece ter vendido arma, entre elas bombas de racimo, proibidas. Que expliquem se essas armas foram dadas a governos como Arábia Saudita. Quê responsabilidade tem o governo espanhol financiando e facilitando armamento que foi parar nas mãos do Ísis (Daesh) e de governos, que noutro dia Putim declarou e não quereis vos referir a isso. Houve colaboração de governos europeus com armamento a esses grupos terroristas. Que o governo espanhol explique a rota do petróleo comprado por Espanha, porque tudo aponta que está comprando e negociando petróleo vindo do Daesh [#@!ↆ℥†Ɂ~¡] […]

Há muitos livros com o tema do imperialismo cultural. A tese de que os gibis, seriados e filmes ianques são uma invasão cultural não é insensata mas o caso é que apesar da intensão ser maldosa a coisa não funciona.
Vendo um daqueles antigos filmes de colonos contra índios, me dediquei a torcer aos índios mas não durou muito. Não adianta o cérebro racional estabelecer que na verdade os índios são as vítimas. No microuniverso emocional as personagens principais, alfa, são os colonos invasores brancos. No desenrolar do enredo aquele microuniverso nada tem a ver com o universo real. No decorrer do enredo a se acaba torcendo pelas personagens principais. Isso é inevitável no estado psicológico normal.
Imagines um documentário onde uma raposa persegue um coelho na neve. Se o documentário é sobre o coelho, já começando mostrando a dura vida do bicho, a dificuldade em encontrar vegetal comestível e escapar dos predadores, tua simpatia vai toda ao coelho. Então torces pro coelho escapar. Mas se o documentário é sobre a raposa, já viste os filhotes na toca a ponto de morrer de fome, tendo uma rara oportunidade de achar um coelho naquele deserto gelado e sabendo que a próxima presa poderá aparecer tarde demais, torcerás prà raposa pegar o coelho.
É por isso que é tão difícil assistir um jogo de futebol, por exemplo, de modo imparcial, sem pendor a um ou outro. Inconscientemente simpatizarás mais cum deles, seja pela cor do uniforme, beleza nome, local donde procede, agressividade que exibe, por ter alguém ali que admiras, por um amigo ou familiar ser torcedor daquele, etc. E é por isso também que não se consegue jogar dama ou xadrez, por exemplo, sozinho, de modo imparcial. Experimentes.
Então uma superprepotência, que alega fazer bombardeios cirúrgicos, seria capaz de detetar via satélite trânsito de material radiativo, que se gaba de espionar todo cidadão até nos menores bilhetes que escrever ou no que disser via telefone e tem bases militares espalhadas no mundo inteiro não é capaz de controlar 3141km de fronteira seca e necessita dum muro pra isso?

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