Enviado
por Márcio Rodrigues
● Não é verdade
o que afirmam alguns iutubeiros de geopolítica, de que Eua estaria protegido contra
mísseis russos, chineses e norte-coreanos pela imensidão do Pacífico. Pra
atacar Eua e vice-versa, por exemplo a Rússia não precisaria lançar mísseis
atravessando oceano e sim via pólo norte. Ali ambos países estão bem perto.
É incrível
como o pessoal comentando ou redator que supostamente entende de geopolítica
aventa que a Coréia do Norte guerrearia sozinha contra os amariconas. Então na
hipótese do poderio ianque se fortalecer na região, Rússia e China pagariam pra
ver? Nem eu, leigo, pensaria isso. Tem de pôr um chapéu cônico nesses
comentadores, ou melhor, palpiteiros, e escrever Burro.
● As acusações
dos amariconas, de o governo sírio executar ataque químico lançado por avião é
óbvia mentira. Armas químicas se lançam através de obus, nunca de avião.
● Outro
equívoco recorrente é a idéia de usar bomba atômica pra destruir planetóide em
rota de colisão contra a Terra. Já vi comentário comparando o poder explosivo
de bomba nuclear, o que não é muito apropriado. Claro que ela tem poder
explosivo mas se caracteriza mais por emissão de calor do que por poder
explosivo. Tanto é que as lançadas sobre o Japão explodiram a 500m de altura,
pro raio de ação ser maior.
● Na moda de
apontar as bobagens cinematográficas, como lenço com formol pra fazer a vítima
desmaiar num instante, silenciador de arma-de-fogo cujo ruído é só soluço, corpo
explodindo de astronauta solto no espaço, etc, sempre me espantou ver como as
personagens afundam tão fácil em areia movediça, um dos monstros prediletos das
aventuras de Tarzã. Não podemos voar porque somos mais densos que o ar mas
flutuamos na água, então é claro que não afundamos na areia movediça, que é
mais densa que a água.
Outro monstro
recorrente em Tarzã e outros tantos é a piranha. Só há risco se sangrar na
água. Em 1981 meu pai era delegado em Rio Negro, Mato Grosso do Sul, no
Pantanal de Mato Grosso. Caçávamos capivara, que é um roedor que se multiplica
como rato. Num fim de tarde ele de longe atirou em dois patos pretos selvagens,
enormes. Caíram na água rente à margem oposta dum riacho. Calcei um tênis, por
causa das arraias, e fui buscar. Um já tinha uma mordidela de piranha, na
verdade pirambeba. Não fui comido, restando só meu esqueleto, como nos filmes.
● Ramão e
Emiliana foram a Foz do Iguaçu. Continuam reclamando da carne malpassada e mal
temperada, mesmo no lado de cá. Mas reconhece que a carne aqui é apenas malpassada.
Que na Argentina não. Que lá é cru mesmo. Disse que no lado argentino o pessoal
é bem mais afável que em Buenos Aires. Que o pessoal do lado paraguaio é muito
mais legal que o do lado brasileiro. Exceto a alfândega de lá. De lá a cá é
tudo livre. De cá a lá é a síndrome de estados-unidos. A maior cidade na
tríplice fronteira é a brasileira Foz do Iguaçu, seguida da paraguaia Cidade
Leste, e da argentina Porto Iguaçu. Que o responsável pela estrutura turística
na catarata foi Santos Dumont, quem lutou por isso. Que o concreto na
construção de Itaipu foi de qualidade máxima. Os grandes blocos eram levados
prontos, em molde. Se formasse bolha era reprovado pelo controle de qualidade.
Vale lembrar
que foi a época do governo militar. Hoje, em nossa desmazelada capital dos
buracos, um convênio com o Exército, pra recuperar as ruas. Diz que o Exército
reprovou a qualidade do material fornecido pela empresa tapa-buraco, se é que
existe tal empresa.
É bom acabar
logo com o mito de que privatizar é bom e que o estado é sempre incompetente,
plantado pela imprensa, internacionalista e anti-patriótica, contrária aos
interesses da nação.
O pessoal que
usar palavra em inglês e imita os amariconas, por quê não imita o Niágara,
descendo a catarata do Iguaçu em barril?
Um mentiroso
contando ao outro:
— Fui passear
na tríplice fronteira: Brasil, Paraguai e Argentina.
— E eu na
quádrupla: Brasil, Paraguai, Argentina e Uruguai.
● Já pensaste
o quão fácil é uma mentira ou texto de ficção adquirir ar de grande mistério da
história? Tão fácil quanto um evento real incômodo ser relegado ao reino da
fantasia. É muito mais freqüente do que se imagina.
Eis um artigo
sobre o mistério do Orang Medan, homem de Medã, em malaio, como orangotango,
orang hutan, significa homem da floresta:
O mito do navio-fantasma Orang Medan, 1940
A história do navio-fantasma o Orang medan nunca foi tão famosa quanto a do Maria celeste, apesar dos detalhes serem mais horríveis. Toda a
tripulação, inclusive o cão do navio, foi encontrada morta com a boca aberta e os
olhos arregalados, sem vestígio da causa, apenas algumas mensagens desesperadas
de esseoesse enviadas durante a tragédia. É um mistério multifacetado. Muito
tempo foi gasto tentando desvendar o quê acontecera a bordo através das muitas e
cada vez mais fantasiosas teorias, mas há uma grande escola de pensamento que
diz que a história é pura ficção.
Nada foi provado conclusivamente, exceto…
Acho que encontrei algumas evidências que mudarão essa
história definitivamente e que minha nova informação prova que é apenas invenção
moderna, lenda urbana ou seu equivalente náutico.
Há muitos blogues interessantes detalhando o que se sabe sobre
o caso. Ou melhor, o que não se sabe, como Seeks
ghosts, MB
Forde’s e outros. Há muitos detalhes diferentes e especulação. Então
contarei o caso como consta na Wikipédia.
A estória apareceu em primeira vez no jornal holandês-indonésio
De locomotief: Samarangsch handels- en advertentie-blad (A locomotiva: Folha de comércio e notícia
samaranguense) em capítulos entre 3 e 28 de fevereiro de 1948. Resumindo:
Nalguma data cerca de junho de 1947 uma mensagem de SOS em
código-morse foi enviada pelo navio cargueiro holandês Orang Medan em perigo numa posição 400 milhas náuticas (732,8km) a
sudeste das ilhas Marxal, no oceano Pacífico. A mensagem era enigmática e
arrepiante. Recebida pelos navios ianques Cidade
de Baltimor e Estrela de prata, a
primeira mensagem SOS do Orang Medan * * * flutuamos. Todos os
oficiais, inclusive o capitão, mortos na sala-de-rádio e na ponte.
Provavelmente toda a tripulação morta * * * seguida de rabiscos em morse. E então a segunda e
última mensagem, enviada por um operador de rádio condenado: Morri.
O Estrela de prata
localizou o Orang Medan e tripulação
a bordo do navio, que parecia não ter sofrido dano. Encontraram a tripulação morta
cum tripulante e todos os cadáveres de passageiros nas partes traseiras da
maneira acima mencionada: Olhos arregalados e boca aberta como gritando, fitando
como horríveis caricaturas de si. A
tripulação do Estrela de prata nada encontrou
pra explicar a situação e pretendia conectar o navio pra o rebocar ao porto
mais próximo. Mas antes disso se incendiou um porão de carga e os pretensos salvadores
foram evacuados de volta. Pouco tempo depois viram o Orang Medan explodir e afundar. Nunca mais foi visto.
Posteriores versões da estória concluem que o encontro foi na
verdade de fevereiro de 1948 e que a posição do navio-fantasma em vez disso foi
no estreito de Malaca, em água indonésia. O relato aparentemente se originou dum
grupo alemão sobrevivente do Orang Medan,
que nadou ao atol de Toangi, nas ilhas Marxal e lá contou a estória a um
missionário, que contou a Sílvio Scherli de Trieste, Itália, quem foi a fonte
da estória ao jornal holandês. A razão pela qual o membro da tripulação fez
mistério foi que o navio levava uma carga ilegal de ácido sulfúrico. Gases escapando
dos recipientes quebrados intoxicaram a tripulação. Há muitas outras teorias
sobre a natureza da outra carga secreta, em vez disso não sendo muito tempo
após o fim da segunda guerra mundial, uma carga de gás tóxico foi sugerida.
Mas existem alguns problemas com a estória: Não há registro
oficial dum navio chamado Orang Medan
e, apesar de que o Estrela de prata existia,
em 1948 foi renomeado SS Santa Cecília
e mais freqüentemente era visto ao longo do Brasil em vez de no estreito de
Malaca.
Após os artigos holandeses de 1948 apareceu a mais antiga
referência em inglês conhecida sobre a estória, publicada pela guarda costeira ianque,
na edição de maio de 1952, da pesquisa do conselho da marinha mercante. O
narrador original, Silvio Scherli, também aparentemente escreveu um relato
sobre o assunto pro Trieste export trade,
publicado em 28 de setembro de 1959:
A mais antiga referência
conhecida em inglês sobre o navio e o incidente está na edição de maio de 1952 do
processo do conselho de marinha mercante, publicado pela guarda costeira ianque.
A palavra orang (também grafada ourang) é malaia, homem ou pessoa, sendo
Medã a maior cidade da ilha indonésia de Sumatra, dando uma tradução aproximada
a Homem de Medã. Relatos sobre o
acidente do navio apareceram em vários livros e revistas, principalmente em Forteana. Mas a exatidão factual e a
existência do navio não foram confirmadas, e detalhes arquitetônicos e
históricos do navio permanecem desconhecidos. A busca a registro oficial ou registro
de investigação sobre o acidente foram mal sucedidos.
A primeira aparição da estória
foi numa série de três artigos no jornal holandês-indonésio De locomotief: Samarangsch handels-pt
advertentie-blad, 3 de fevereiro, 28 de fevereiro e 13 de março de 1948. A estória
é basicamente a mesma das versões posteriores mas com diferenças
significativas. O nome do navio que encontrou o Orang Medan nunca é mencionado mas o local do encontro é descrito
como 400 milhas náuticas (740km, 460 milhas) a sudeste das ilhas Marxal. O
segundo e o terceiro artigos descrevem a experiência do único sobrevivente da
tripulação do Orang Medan, que foi
encontrado por um missionário e nativos no atol de Toangi (sic!) nas ilhas Marxal. Antes de morrer o homem disse ao
missionário que o navio levava uma carga mal ajeitada de ácido sulfúrico e que
a maioria da tripulação morreu por causa do gás venenoso escapando dos
recipientes quebrados. De acordo com a história, o Orang Medan foi velejando dum pequeno porto chinês anônimo à Costa
Rica, deliberadamente evitando as autoridades. O sobrevivente, um alemão anônimo,
morreu depois de contar a estória ao missionário, que contou a história ao
autor, Silvio Scherli, de Trieste, Itália. O jornal holandês concluiu cum aviso
de isenção:
Esta
é a última parte de nosso relato sobre o mistério do Orang Medan. Devemos repetir que não temos outros dados sobre esse
mistério marítimo nem podemos responder às muitas perguntas do relato. Pode
parecer óbvio ser um emocionante romance marítimo mas o autor, Silvio Scherli, garantiu
a autenticidade.
Wikipedia, 12.2015
1952 foi a mais antiga menção
conhecida sobre o caso em inglês. Ou seja: Até agora.
Se o incidente ocorreu entre 1947 e 1948, o primeiro relato foi em 1948 e a primeira
menção em inglês foi em Eua em 1952, por quê encontrei artigos sobre o assunto
em jornais britânicos de 1940? Escrito ao menos sete anos antes, a tragédia seria
supostamente real. Peculiar, hem?
Encontrei menções em dois jornais do Reino Unido: The Yorkshire post e The Daily mirror, datando dos dias
subseqüentes, em novembro de 1940. Eis:
De Yorkshire evening post,
21.11.1940:
De The daily mirror,
22.11.1940:
As páginas inteiras, pra mostrar que são de 1940:
Yorkshire evening post, 21.11.1940
Yorkshire Evening Post, 21.11.1940
The daily mirror, 22.11.1940
The daily mirror, 22.11.1940
Esses artigos estão disponíveis no infinitamente fascinante
arquivo do jornal britânico (British newspaper archive).
Os detalhes em ambos relatos são os mesmos, embora mais extenso
em The Yorkshire post. A razão é que
são da mesma fonte, a Associated press,
a maior e mais antiga organização noticiosa do mundo. Se se originou lá, eu
diria que deve haver muito mais jornais no mundo que a relataram em novembro de
1940.
Muitos detalhes são os mesmos da versão de 1948, com notáveis
exceções. Nada há dos detalhes escabrosos do aspecto dos tripulantes falecidos,
o navio é a vapor e não cargueiro, e o local foi alterado novamente. Nesse
primeiro relato o navio foi encontrado a sudeste das ilhas Salomão.
Eis um mapa da área do Pacífico. Marquei as ilhas Marxal, ilhas
Salomão e o estreito de Malaca:
Vês como estão muito longe entre si, embora a região seja reconhecida
como escassamente povoada? Em 1940 foi nas ilhas Salomão, em 1948, de repente
1300 milhas (2.100km) a norte das ilhas Marxal, e finalmente a 4000 milhas (6.400km)
mais a oeste no estreito de Malaca. Acho que seria difícil se enganar assim quanto
a onde a nave foi encontrada.
Significativamente, as mensagens de esseoesse são
marcadamente diferentes. Isso é muito interessante.
O primeiro disse SOS
de navio a vapor Orang Medan. Favor
navios com rádio de onda curta chamar um médico. Urgente. O segundo Provável segundo oficial morto. Outros
membros também mortos. Desconsiderar a consulta médica. SOS assistência urgente
a navio guerreiro. O artigo disse que o navio então informou sua posição
e terminou com a incompleta mensagem final A
tripulação tem…
Suponho supérfluo mencionar navios guerreiros na seguinte expansão
da estória, no pós-guerra, 1948.
Outra diferença notável é que a história disse vir
diretamente dum oficial de marinha mercante da nave resgatante. Não é um fracassado
sobrevivente do navio afundado relatando a um missionário. A nave resgante não
foi nomeada aqui nem na versão de 1948. O detalhe do Estrela prata depois foi jogado a baixo do tapete em sua passagem
de relato jornalístico a lenda.
Mas, e acho que é o cerne da estória, temos o mesmo detalhe
que as informações vindas de Trieste e também datadas naquela manhã de quinta-feira.
Com outras palavras: No mesmo dia apareceu no jornal da tarde.
Trieste é o elo fundamental. Portanto podemos assumir que Silvio
Scherli, de Trieste é a mesma pessoa envolvida nessa estória e na versão
posterior. Se foi a fonte da estória de 1940 não há como sinceramente relatar o
caso em 1948 o descrevendo como novo incidente. Haveria outra fonte da estória
em Trieste em 1940? Talvez alguém que contou a Silvio? Se a estória nasceu na
Indonésia as fontes seriam numerosas. Mas Trieste parece muito específica e
distante demais pra ter muitas testemunhas ou outras pessoas que conheciam a longínqua
estória. Arquivos da Associated press
ou outros artigos de jornal que floresceram de seus relatos podem ser a chave.
O Locomotiva
afirmou claramente que a totalidade de sua informação veio de Scherli, que
terminou sua série cum muito cético É
a última parte de nosso relato sobre o mistério do Orang Medan. Repetimos: Não temos outros dados sobre esse mistério marítimo
nem podemos responder às muitas perguntas sobre o caso. Pode parecer óbvio ser um
emocionante romance marítimo mas o autor, Silvio Scherli, garantiu a
autenticidade do relato.
Cheira a quê? Um caixão quebrado de ácido sulfúrico ou
alguém com fogo na roupa?
Parece uma teoria provável que esse romance marítimo começou e terminou com Silvio Scherli. Mas se lhe
aprazia embelezar a estória, com o passar dos anos adicionou olhos esbugalhados
e bocas escancaradas, e mudou a localização. Orang Medan é traduzido a Homem
de Medã em malaio, talvez da cidade de Medã, Indonésia, adjacente ao
estreito de Malaca, tardiamente considerado local mais adequado prum navio que leva
seu nome.
É uma área onde obviamente o mistério prosperaria. Na verdade
as ilhas Marxal também foram propostas como o local onde Amelia Earhart fizera
pouso forçado.
Minha teoria final é que Silvio não conseguiu notoriedade o bastante
porque na primeira vez a notícia foi abafada pelos eventos da guerra mundial em
curso. Talvez a deixou engatilhada até a guerra terminar, esperou as notícias
do mundo se acalmarem e tentou novamente. Mas talvez haja ainda mais a descobrir
sobre como a estória saiu do papel.
De qualquer forma, não acredites em tudo o que lês nos
jornais.
Tradução de Che Guavira, de
À coleção Adeene
neles!
Aurélio Buarque de
Holanda - Vinicius de Moraes
Datena - Poroshenko
Guilherme Karam -
Edward Yankie
Coleção
de cartão-postal de Joanco
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