terça-feira, 8 de outubro de 2024

Os mais belos contos burlescos, irônicos e sarcásticos – 1947

 Um brinde ao maravilhoso ataque iraniano contra o estado nazista do médio oriente

Tintim!

Delenda Israel!

Delenda youtube!

O conceito de povo eleito não é religioso. É nazismo.

Logo veremos os orelhas-de-dumbo pendurados em Nurembergue

 

Os mais belos contos burlescos, irônicos e sarcásticos – 1947.pdf

Os mais belos contos burlescos, irônicos e sarcásticos – 1947.docx

Eis um clássico raro revisado, anotado, corrigido, inserindo os títulos originais que achei

Não achei sobrecapa na internete. Não a tenho em meu exemplar em papel.

Na página 54 da edição em papel um erro diagramático

 



Destaque a O televisor, de Pierre Marriel, conto imaginando a invenção do sistema de televisão, e conseqüentemente do aparelho televisor

Comparar os contos A morte da verdade (La muerte de la verdad), de Silverio Lanza, e Lenda de haxixe (La leyenda de hachisch), de Clemente  Palma,

https://cheguavira.blogspot.com/search?q=clemente+palma

 

No conto A santa mulher:

— No bosque. Jornal que se ganha, jornal que se come

em vez de

— No bosque: Jornada ganha, jornada consumida

 

Me sabe como um punhal que me penetra o coração

em vez de

que sinto como um punhal penetrando meu coração

 No conto Troca-de-cenário:

cabelos grisalhos divididos ao meio por uma risca, bem estirados e reunidos sobre a nuca num pucho sem a menor sombra de pretensão

cabelo grisalho dividido ao meio por uma risca, bem estirado e reunido na nuca num simples coque

 No conto Matacão, o probo funcionário:

atitude passiva das presumidas vítimas

em vez de

atitude passiva das irreverentes vítimas [ou arrogantes vítimas]

Segundo o dicionário RAE, presumido:  Vão, jactancioso, orgulhoso, com alto autoconceito

São tantos os castelhanismos, que ouso afirmar que os contos não-castelhanos foram traduzidos da tradução ao castelhano em vez do original

Minha correção deve muito à internete. Devemos valorizar e admirar o esforço dos tradutores numa época sem internete nem computador.

 

Eis a instrução, em Manual de professor Pardal, pra fazer um periscópio de cartolina

Se o sujeito que insistiu em olhar o terreno vizinho após ouvir tiros, e levou um tiro na cara, usasse esse periscópio a tragédia não aconteceria

https://www.youtube.com/watch?v=gvg-BPPE76g

Estou pensando num projeto dum periscópio em madeira ou metal, pra instalar na frente da casa

 

● Num açougue aqui do bairro, ao qual chamo açougue 99, todos os preços em cartaz terminam em 99 centavos. E não tem moeda de 1 centavo pra dar como troco. Então quando quero 2kg de carne moída peço 1,999kg.

● Numa lata de cerveja 0 (sem álcool): Consumas com moderação. Deve ser porque tem açúcar.

● No México denúncia sobre marcas de papel-higiênico tóxicas. https://www.youtube.com/watch?v=iUSHWzAkOHA Em junho meus dedos dos pés começaram a escurecer, rachar e comichar. Desconfiei do chinelo grosso e laranja que molhado ficava mui fedido. Pesquisei chinelo tóxico. https://www.youtube.com/watch?v=hZ2eqHx1zwM Um blogue fala sobre isso. Há marcas tóxicas. Com vaselina e pomada cicatrizante foi sarando. Usando um chinelo Olympikus a micose voltou. O largando foi sarando de novo.

 Uma visão pessimista sobre a condição humana

Yemen... demostró que puede golpear a Israel en su propio territorio

Iêmen... demonstrou que pode atacar Israel em seu próprio território

Seu já é próprio: Redundância

Levar consigo, arrastar consigo: Redundância

Na frase, Iêmen é a terceira pessoa. Portanto seu território é o território de Iêmen.

Prevenir não é evitar. Alcanzar (alcançar) não é atingir. Se encontrar não é estar. Poderia não é pode nem podia (Se poderia, não pode). Escutar não é ouvir. Utilizar não é usar. Visualizar não é ver

Escravocrata?! Workaholic!? Alcoólatra não é alcoôlmano. Antropófago só é canibal quando se trata de humanos (Em inglês essa confusão é mais freqüente)

Confundir espina (espinha, espinha dorsal) com espino (espinho)

Vendo o espetáculo de horror que é a redação na internete, seja no idioma que for, sinto constrangimento, vergonha-alheia

Vendo como em matemática, física, filosofia, etc, se raciocina com tanto sofisma, como esperar que estudem com competência uma ciência tão difícil e mutante como a parapsicologia?

Num mundo cheio de bestice, hipocrisia, arrogância, esnobismo, onde até os cientistas são idiotas, como crer que chegaremos às estrelas?

Com tanta conspiração, falsos gênios, falsos valores, como crer no futuro humano?

O ataque iraniano causou congestionamento na prestação a serviço psicoterápico em Israel. É a humanidade tão infantil assim?

Um canal explicando que a humanidade se espalhou porque Adão e Eva tiveram outros filhos. Mas isso gera consangüinidade! Mas, pensando bem, num mundo onde tantos são tão infantis a ponto de conceber de forma literal contos alegóricos de época oral (ante-histórico) com técnica de memorização, como Adão e Eva, A arca de Noé, A torre de Babel, O cavalo de Tróia, etc, não é de se espantar.

El espejo costuma se referir a armamento obsoleto como armamento antediluviano, quando devia dizer apenas ante-histórico. Não pré-histórico, porque o prefixo pré não quer dizer anterior e sim imediatamente antes, numa fase cujo processo desemboca em. Por isso o certo é antecolombino, não pré-colombiano, porque pré-colombiano é a fase imediatamente antes da existência do país chamado Colômbia.

Vos recordais da chateação da Otã com os famosos F-16? Pensavam que com eles já ganharam a guerra [Rússia × Ucrânia]. Onde estão? Ninguém os quer após perderem os quatro ou cinco levados à Ucrânia. Inclusive em Eua os descartaram definitivamente. E nenhum país da união européia o quer porque são antediluvianos.

Ainda grafo assim por conveniência do corretor ortográfico, mas logo grafarei ante-diluviano, pois como já expliquei, isso de juntar palavras, como no castelhano, não é boa-idéia, pois causa futuro inconveniente. Temos de abandonar esse mau caminho. Mas como os gramáticos são ainda mais burros que os cientistas…

O vocábulo antediluviano é inadequado como metáfora a obsoleto, pois há evidência duma civilização mundial antediluviana. Ou seja: De há 12 mil anos.

Se consagrou e generalizou o vocábulo burro pré-histórico, errôneo, que devia ser ante-histórico. Originalmente se referindo a um período de tradição oral, anterior à invenção da escrita. Mas acontece que a visão da ciência oficial, mafiosa e sectária, patrocinada pelos Rotschild, é mui simplória, ingênua. Só vale pra um período a partir do dilúvio, quando quase toda a humanidade se extinguiu num cataclismo cósmico, o choque do planetóide da Carolina, só restando populações isoladas e incultas nas altas montanhas, uma população total, equivalente à da Dinamarca atual. A idade da pedra foi, portanto uma fase de recuperação dessa decadência, não um estágio seguinte a um imaginário estado simiesco. Portanto só está propriamente dito ante-histórico o período a partir desse cataclismo até a invenção da escrita.

Por isso os autores que supõem civilizações mais adiantadas e até mais inteligentes que a nossa cunharam o vocábulo primi-histórico pra se referir a períodos mui recuados no tempo com essas civilizações tecnológicas

Mas como a estupidez humana é infinita, com o dogma de que quanto mais recuado no tempo mais primitivo e simiesco, em espantoso estereótipo vemos até períodos de centenas de milhões de anos, com dinossauros ou antes deles, ser denominados pré-históricos! E até um filme de aventura ficção-científica Planeta pré-histórico!

E não pensai que os tantos estereótipos populares são causados pela ignorância popular em determinado assunto, e por imaginação. Na verdade são irresponsáveis divulgadores científicos, principalmente em vídeos de curiosidade, os piores, quem criam e reforçam conceitos errôneos no público leigo porque repetem estereótipos e passam teoria como fato provado.

Mas é na linguagem que se evidencia mais gritantemente a estupidez. Não digo eles estúpidos, eu inteligente. Não é essa a idéia. Me refiro a nossa estupidez como espécie: O aumento da gravidade, a carência de proteína animal durante e após o dilúvio, a política da conspiração globalista pra idiotizar e infantilizar a população, etc.

A idiotia como termo psiquiátrico e médico se refere a uma específica debilidade mental relacionada ao uso da linguagem. Claro que o que chamo idiotas tem mais de insulto e de metáfora, mas é quase lá. Idiotas porque não raciocinam sobre o que dizem. Dizem por interação. Falam como os outros falam, num eterno linguajar instinto-de-manada, uma rede de bovinos internéticos. Não sabem usar pronome, preposição, tempo verbal, conjugação, nada! Não sabem, não querem saber e têm raiva de quem sabe! Se isso não é estupidez, é o quê então?

Quantos citam a sigla BRICS como plural só por ter um S final. Mas tal S é de Sudáfrica, não de plural. De tal leviandade nasceu a barafunda de arbitrariamente conceder gênero a topônimo, contra-senso, tendo como precário parâmetro o gênero de nome já existente ou a sugestiva semelhança. Assim temos o que era cidade de Espanha, neutro, vivou cidade da Espanha, feminino. O Rio de Janeiro, masculino. Guarulhos, neutro. Uma barafunda de malucos. Decerto na era primeva do galaico-português os gramáticos de então acharam que seria charmoso atribuir gênero masculino, feminino ou neutro aos vocábulos. Não foi boa-idéia. Concordo com o que disse Glauder sobre isso:

— É tolice atribuir gênero a algo que não tem pinto nem xoxota

O canal de Miguel Calvo comentou a estupidez do Resbolá usar aparelho busca-pessoa fabricado pelo inimigo. Então havia muito o inimigo planejara inserir explosivo junto à bateria nos aparelhos fabricados em Formosa, pra em momento oportuno acionar, via raqueagem, o explosivo em-lote. Mas não somos da mesma estupidez ao resmungar eternamente contra a censura político-ideológico-puritana do youtube e persistir o usando? Por quê não abandonamos de vez essa plataforma fascista? Em seu canal o pseudo-esquerdista [Não há esquerdista verdadeiro na América latina] Thiago dos Reis [Digo Tiago dos Reis e das Rainhas porque o dissidência-controlada usa linguagem inclusiva!] disse que não abandona o youtube porque quem o faz, ao voltar não consegue recuperar os milhões de seguidores! Pois a pusilanimidade é uma das manifestações da estupidez. Como aquelas mulheres que apanham do marido bêbado mas quando chegam à delegacia dizem que ele não mais agirá assim, e continuam apanhando. Mas não é de espantar, visto o quanto o povo apanha e continua votando e acreditando na utopia chamada democracia, pois povo é igual mulher-de-bêbado.

Me cansei de ver canais-de-entrevista onde quem expõe idéias e conhecimentos contestadores mostram grande cultura e sobriedade, mas que mais a diante deslizam a misticismo pueril e delirante ou sofismas científicos. Por isso corro, igual quem corre de lobisomem, de quem apresenta um dilúvio de teses, ainda mais com muitos e volumosos livros, palestras, entrevistas, vendas de todo tipo de promoção, etc, pois as grandes descobertas são difíceis, sofríveis, árduas, muitas vezes a labuta duma vida inteira.

Não é de hoje propaganda pueril e fantasiosa destinada ao público leigo:

Em História desconhecida dos homens (Histoire inconnue des hommes), de Robert Charroux, Difel, Rio de Janeiro, 1976, capítulo 17, Colonizar a Lua:

Oficialmente a primeira conquista espacial será a Lua

O congresso ianque vota a favor desse projeto créditos na ordem de 100 mil milhões de francos. Como a temperatura de nosso satélite é da ordem de 100 na noite, os técnicos preparam bases subterrâneas. Forem previstas brocas gigantes pra cavar túnel onde a temperatura ambiente seria ~30.

Sincronizados com as brocas, vagões telecomandados, montados sobre cadeias-de-transmissão, evacuarão a terra, preparando cavernas onde serão introduzidas habitações estanques climatizadas

Um estudo mais aprofundado sobre o solo lunar modificou sensivelmente o projeto inicial

A General electric submeteu a aprovação do governo ianque um plano que permitiria o estabelecimento na Lua, em 1968, duma colônia auto-suficiente

Segundo tal plano seria possível, sem sensacional melhoramento científico ou técnico, pousar 200 engenhos saturno transportando 10 colonos e 225.000kg de utensílio! Os engenhos seriam do tipo modular elementos-caixas, adaptáveis pra formar conjuntos diversos. Após um pouso serviriam de habitação um modelo tão eficiente quanto resistente e compacto.

Tais alojamentos conteriam sala-de-estar, uma messe, loja, laboratório e central elétrica. Previam igualmente cobrir cum zimbório translúcido o complexo habitacional e reservar um espaço pra jardim-de-recreio ou outro fim.

Segundo os promotores do plano tal projeto é técnica e economicamente realizável em 1968

[…]

Musk, o milionário idiota, cujos carros elétricos se incendeiam, é um farsante. Nunca fomos à Lua. Marte e Lua? Talvez num futuro mui remoto, pois são muitos os obstáculos.

Como exposto em Casas que matam, de Roger de Lafforest, o material que forma a casa, a forma dos objetos e a composição do subsolo afetam o morador. Há casas nas quais se é feliz. Mas há as cancerígenas, as que não te deixam dormir, etc.

Noutro mundo temos de levar em conta a diferença de gravidade, a camada de ozônio, o campo magnético, as veias-do-dragão (os condutos telúricos geológicos, pois áreas vulcânicas são psicotônicas, enquanto regiões estáveis, como o Brasil, são psicoátonas, gerando passividade e comodismo), a exposição a meteoro, os microorganismos (São 7000 anos em órbita pra adaptar a imunologia a um novo planeta)… Viver numa redoma artificial não é boa-idéia. Vos lembrai do fracasso da experiência Biosfera 2 irresponsavelmente usando oxigênio puro e a idéia ingênua de reciclar tudo indefinidamente.

Talvez o humano seja essencialmente uma espécie-lixo, já que híbrido de primata agressivo com eloim, gigante, deuses que nunca foram lá boa-coisa

Sendo sincero e realista: A humanidade do aqui-agora é lixo, gado, mente bovina, se não na totalidade, em 99%. Tem de ser substituída ou modificada. Não tem raça ou segmento melhor que outro. Se não é gado, se comporta como tal.

Nunca chegaremos às estrelas

Já cabisbaixo e com o inconsciente deprimido por sucessivas e ininterruptas levas de formigas-do-intelecto, como o dum canal ensinando a amolar faca, quem riu quando eu disse pra usar uma pirâmide de papelão, pois fiz e verifiquei que funciona, tão dogmático do atomismo grosseiro, materialista, que não quis saber de experimentar, eis que antes das 7h da manhã, na fila da hedionda obrigação de votar, explicando, à senhora da dianteira, que tais noticiários com crimes sem parar, a síndrome-de-datena, são encenações pra nos deprimir e deixar temerosos, portanto manipuláveis, a senhora da traseira interrompeu:

— Ele está certo! Vi que no noticiário cada um encarou a notícia de forma diferente. Quando passou ao repórter, ele parecia que não sabia como apresentar, quê tom dar.

Foi uma grata surpresa ver uma senhora de aparência bem popular, que morou em chácara, que liga um fato com outro e raciocina tão limpidamente, algo que não se vê em muito erudito.

O conceito sobre inteligência é complexo. Talvez mais complexo do que imaginamos. Uns gatos sabem empurrar a porta do quarto quando está encostada, pra entrar, e puxar pra sair. Outros só sabem empurrar. A Gata Christie e Gata Borralheira abriam o guarda-roupa. Tive de chavear. Manda-Chuva é um lindo gato amarelo que apareceu e se amansou. Não aprende a puxar a porta, nem mostrando segurando na pata. Mas é o único que aprendeu a pular à maçaneta pra abrir a porta do quarto. Mas é por isso que não aprende a puxar, porque pula à maçaneta pra sair. Então se soa um ruído oco de batida de porta encostada se fechando, já sei que é Manda-Chuva tentando sair.

Me fez recordar um vídeo onde um gato pulou assim e libertou dezenas numa jaula

Por via das dúvida, melhor arrancar o carro só quando não estiver olhando

 

https://www.youtube.com/watch?v=-Z70h7Xkg1Y

2024 – Um avião militar russo de 40 anos sobrevoou o Japão, quem ficou olhando impotente

 

https://www.youtube.com/watch?v=lJjZgGYyUek

O homem de 6 milhões de dólares

Ciborgue × robô

 

https://www.youtube.com/watch?v=lsvk6Fwlg14

O homem de 6 milhões de dólares

×

O homem de 7 milhões de dólares

 

Coleção Adeene neles!


 Jan Neruda - Albert Einstein

 

Afrânio Peixoto - Edgar Allan Poe


 Shirley MacLaine - Rita Lee

 

Isaque Nílton - Nina & Mike

 

Marc Elder - Clemente Palma


 Reizinho 1 - Reizinho 2

 

Camela Boba-alegre - Susana Doidivana

 

Coleção Cartão-postal de Joanco

 




domingo, 22 de setembro de 2024

A Lua é uma loura nua

Gibi enviado por Daniel Silva

 

Coleção Cartão-postal de Joanco

 








As mulheres do futuro

Conto de Mário Jorge Lailla Vargas

Extraído de A Lua é uma loura nua e outros contos etéreos, diáfanos e feéricos

R

epentinamente me vi no futuro. Um mundo todo tecnológico. Felizmente não precisei correr atrás de emprego pra ir me virando. No futuro a gente tem tudo com muita facilidade. Pode pagar as coisas até anos depois. Assim foi só requisitar uma casa e todas as coisas que eu precisava. Gostei do futuro.

Estou assistindo Chopitaime, aquele mais-que-chato programa de televenda. Todos eles são um porre de tão célere o tele-vendedor apregoar a mercadoria. Chega a ser irritante de tão rápido ele fala, pra dizer o máximo em tempo mínimo. O quadro que vi era assim: O vendedor foi atrás da garota passando de míni-saia e assobiou fi-fiu! Ela olhou com desprezo e foi embora. Passou outra e ele chegou com cara de picarão:

— Eu não sabia que boneca andava!

Ela debochou, pondo a mão na cintura:

— E eu não sabia que macaco falava!

Em seguida abordou outra, que tinha uma revista na mão:

— Sabes que és mui linda?

— O quêe!? Me cantando! Aparece e me chama de linda!

— Não, não! És feia, então!

— Aiiii! Teve a coragem de me chamar de feia! Tomes, tomes, atrevido!

Ele apregoava o produto naquele ritmo acelerado, típico do Chopitaime

— Então? Tens de sofrer isso? Tudo isso é coisa do passado. Mulher é bicho complicado e oneroso: Reclama, dá chifre, engravida, tem ciúme, vem acoplada a sogra e cunhado. Além do mais, não adianta se descabelar com medo de chifre. Quem quer ter mulher de carne-e-osso tem de se conformar: O chifre taí mesmo, não adianta esquentar a cabeça. Temos de ser chifrudos assumidos. Afinal, chifrudo é sempre o outro, nunca a gente. Mulher não se usa mais. É coisa superada, obsoleta, ultrapassada, antiquada, arcaica, demodê. Mulher é coisa do tempo de nossos avós. A extrema eficiência da tecnologia atual não combina com produto tão falho. Pois acabaram teus problemas. Chegou a novíssima, revolucionária, magnífica, estupenda boneca inflável cibernética computadorizada (BICC), a popular bique. Tem inúmeras vantagens sobre a mulher de carne-e-osso. Ligues já!

Se aproxima a garota que é a boneca-de-demonstração

— Pra conseguir mulher tem de fingir que não está a-fim. Não pode mostrar desinteresse mas sem mostrar interesse. Tem de mostrar sinceridade mas não pode ser sincero nem aparentar ser fingido. Se for objetivo não serve. Não pode ser indeciso mas tem de ter sutileza. É mui complicado! A modernidade exige mais simplicidade e objetividade. Então! Fiques com uma bique! Vejas: Minha bique é igualzinha uma mulher de carne-e-osso. Só que com todas as qualidades e nenhum defeito. Faz tudo o que se queira sem reclamar, não traz sogra pra morar consigo, não te dá cunhado, não engravida, não tem dor-de-cabeça, não ameaça ir a casa de mamãe, não é volúvel nem tem tepeeme, não tem ciúme, não chifra, não fofoqueia, não assiste telenovela, não reclama do futebol na tevê nem da pelada e cervejada com os amigos. Dá até pra levar um papo intelectual consigo. Acabou o problema com a fase lunar. Nossa bique não requer maquiagem, tem humor constante e é mais inteligente que a mulher biológica. Não te olha só por causa de roupa chique e carro-de-luxo. Ninguém mais precisa lembrar do 8 de março nem outra data. Não é um sossego? E quando quiseres é só apertar na bochecha, e ela desliga. Então! O que estás esperando? Ligues já! 0900-11-11-11-11 e peças já tua bique nesta extraordinária promoção: De brinde uma caixa de disquete com sabores de tua preferência. Temos aqui sabor Luísa Brunet, Magda Cotrofe, Cláudia Raia, Luma de Oliveira, Ana Curnicova (ôpa, este é meu!) — E pôs no bolso o disquete — Temos sabor Naked news a escolher, qualquer estrela-de-cinema, telenovela, seriado, como Geni é um gênio. São centenas de sabores pra todo gosto. Basta passar assim o disquete na frente dela. Quando ela pisca, pronto, está carregado o sabor. É simples. Largues-mão de mulher. Mulher é coisa do tempo em que se caçava dodó com arcabuz. Hoje temos esta maravilha super-moderna. Então! Ligues já! A bique tem garantia de dez anos, nunca é feminista, e quando te cansares dela é só desligar. Podes gozar e em seguida virar de lado e dormir, e ela não reclama. E se não gostares e quiseres trocar é só ligar a nós, que trocaremos na hora e nem pagarás advogado e pensão alimentícia à que foi trocada, nem te estressarás nas picuinhas e escaramucinhas de separação. Ela não ficará tua inimiga. Não falará mal de ti a todo mundo. E então? Não é uma grande vantagem? E ligando agora alcançarás esta promoção especial: Trocamos duas de 30 por uma de 15 e levarás grátis este disquete sabor Sílvia Kristel. E ainda emprestamos uma enquanto consertamos a tua! Tua musa carnavalesca implantou silicone e ficou com peito inflado de travesti e usou tanto anabolizante que ficou com o corpo do Chuá-zenéguer e a voz do Estalone? Pois isso também é coisa do passado. Vos mostrarei minha bique e o quanto estou satisfeito consigo.

A bique de demonstração começa a ficar toda dengosa ao lado dele

— Calma, calma, querida. Não podemos fazer demonstração neste horário! Vamos! Ligues já! Podes até ter um harém. Imagines só: Um harém! Vás comprando tuas bonecas e virando um sultão otomano. Vamos lá! Não bobeies! Ligues já!

Chegou bem perto da bique, que se derretia toda dengosa

— Amor, queres meu cartão-de-crédito ou retirar um dinheiro no caixa-eletrônico?

— Á! Não! Dinheiro? Quero não!

— Pra ir ao chópim, à butique, à joalheria, sair com as amigas a ver tudo quanto é vitrina, comprar vestido bonito, jóia, penteado?

— Á! Não!, amor. Não gosto dessas coisas. Frivolidade, supérfluo, coisa besta. Gosto de roupa não! Gosto é de ficar pelada!

— Tá bom. Depois do programa podes voltar a ficar pelada. Colar-de-pérola, bracelete-de-ouro, diamante?

— Precisa não. É só enfeite. Não tem utilidade.

— Então! Vedes? Onde se conseguiria uma mulher assim? Não existe. Só aqui! Só mesmo uma bique! A bique ganha de dez a zero de qualquer mulher biológica. E ainda te interessas por mulher de carne-e-osso? Então és masoquista! Vamos! não percas tempo! Ligues já! Além do mais, tem tanta coisa falsificada. Até mulher está sendo um produto falsificado. Imagines só: O cara vai a um baile carnavalesco, e aquela grande conquista, bem... Não era bem o que imaginava. Foi conferir no tato e encheu a mão. Era um travesti! Descobres, da pior maneira, que o produto é falsificado. Com nossa bique, não. É garantida a autenticidade. Com ela não precisarás reclamar no Procon por levar mulher falsificada. E caso a empresa não cumpra o prometido, e a bique chegar com defeito, como ser feminista, por exemplo, podes reclamar ao Procon e trocar por outra novinha-em-folha, em 24 horas, sem muita conversa. Ligues já! e aproveites nossa promoção. Na montagem de teu harém levarás grátis uma Geni é um gênio!

— Ó! Amo! Teu desejo é uma ordem!

A mim, quem sou tímido, é a solução ideal. Iniciei minha coleção. Comecei cuma lourinha, depois uma moreninha, em seguida uma negrinha, depois adquiri uma japonesinha. A mais recente foi uma indiazinha tupinambarana brincante de boi-bumbá. Agora estou vendo o preço duma mulatinha com samba-no-pé e duma havaiana dançarina de hula-hula. Quem-sabe uma levanta-blusa do mardigrá! E já estão lançando até umas alienígenas com três mamas, que são do outro mundo!

Aparece uma bique caipirinha, vestida como pra dançar quadrilha junina, toda dengosa

— A gente sempre via aqueles programas humorísticos só com mulher dengosa, e pensava: Puxa! Que pena não existir mulher assim. As do mundo real estão sempre mal-humoradas. Não existia! Porque agora temos a bique humorístico, como esta, do programa Sem controle. Quem não sonhou com aquela caipirinha com corpo escultural? Comprando este imperdível pacote Bique humorístico vai, grátis, esta caipirinha, toda dengosinha e uma ajuda-de-custo no processo de separação de tua mulher biológica. Promoção imperdível! O telefone tá tocando. Estoque limitado. Tás bobeando! Ligues já!

Nunca passei tão bem. Foi muito melhor que a mordomia com dom Quixote. Como era bom ficar sentado em minha poltrona acolchoada com elas em volta de mim. Num dia estava eu assim, tendo a lourinha massageando meu cocuruto, fazendo cafuné, enquanto a japonesinha e a negrinha caprichavam em minhas unhas das mãos, a morena e a ruiva davam uma geral nas dos pés e a pretinha vinha trazendo meu tereré,tocou a campainha. Eram os entregadores chegando com minha mais nova bique, a indiazinha. Fiquei empolgado pra abrir a enorme caixa-de-papelão. Ela já saiu da embalagem dançando e cantando toada-de-boi do Caprichoso!

Um dia cheguei a casa cansado.estavam me esperando. A loura, olhos verdes, chegou à porta primeiro, dengosa, miando e roçando o flanco a meu redor como gato.

— Ai! Tás cansadinho! Sentes aqui, no sofá, pois farei u carinho

A japonesa, de olhos rasgados e rosto de porcelana, veio toda feliz.

— Tomes teu suquinho predileto. Tá geladinho.

A negra, cabelo de bombril e curvas de fazer português errar o troco, foi tirando meu sapato, me conduzindo ao sofá e massageando meus pés.

— Aqui. Coloques os pés bem alto, pra baixar a circulação.

A morena, olhos azuis, pele alva como a loura, cabelo tão escuro quanto o da japonesa, veio cuma bolsa dágua com gelo e pôs sobre minha cabeça. Foi logo dizendo:

— Vamos à banheira

— Á! Não! Eu é quem vou.

— Quem vai sou eu!

— Não! Eu!

— Chega! Não brigai! Quero estripetise.

A japonesinha se aprontou:

— Então hoje é comigo

— Peraí! Primeiro escolherei quem passará a noite comigo hoje!

Dei umas voltas olhando, olhando. Peguei a mão da morena.

— Hoje não. Hoje tô com dor-de-cabeça.

— Dor-de-cabeça?!

— Pois é. Parece que pra ti mulher é apenas objeto! Saibas que nós, mulheres, temos direitos iguais! Teu comportamento conosco é mui machista chovinista!

— Íiiiiiii! Essa não! Tá com defeito de novo! Pane braba! Virou feminista! Se não consertarem processarei a fábrica! Ligai à assistência técnica.

A loura veio correndo do quintal

— Amor! Corras pra ver! A vizinha bonitona tá de topilés na varanda!

Corri pra ver

— Amor! Tirei umas fotos com meus olhos-câmera

A loura ligou à assistência técnica e explicou o problema

Chegou o técnico

— Qual é o problema?

— Me chamou de machista! A gente compra um produto de avançada tecnologia que se comporta como algo feito a tranco-e-barranco pela natureza!

— É mesmo? Então temos de consertar!

— Mas vejam se desta vez consertam pra valer

— Não estás satisfeito com nossas bonecas?

Enquanto isso a japonesinha beijou o sapato do amo

— Ai! Amor! Beijar sapato, não. Os engenheiros estão exagerando. Olhes. Com estas até que estou satisfeito. São uma maravilha! Mas essa outra vive com defeito. Na vez passada queria comprar brinco, vestido. Já pensou? Passear com ela no chópim tava um saco. Parava em tudo quanto era vitrine e experimentava um sem-fim de roupa, reclamava quando eu ia tomar cerveja com os amigos e vivia assistindo telenovela. Parecia mulher de carne-e-osso! Quê horror!

— Ora! Mas isso não pode acontecer!

— E agora deu pra ficar feminista!

— O quê?! Trocaremos, então, se não der conserto. Se a diretoria descobrir que anda saindo boneca feminista, demitirá todos os engenheiros. Se os consumidores souberem que anda tendo bique com um defeito grave assim, a fábrica pode falir. Por favor, senhor, faremos tudo pra te contentar rapidamente. Apenas pedimos que não divulgues esse fato. Te daremos um generoso desconto pra não comentar!

— Cadê o lema da empresa Emprestamos uma enquanto consertamos a tua?

Apresentou uma garota

— Estamos sem estoque. Só temos mulher de carne-e-osso.

— Á! Não! De carne-e-osso não! Ninguém merece! Não desejo, nem pros inimigos!

— Estamos oferecendo baratinho, só pra torrar o estoque, estas últimas unidades de mulher natural. Ninguém mais quer mulher biológica. Tá difícil empurrar. Por um troquinho poderás ficar com ela. E damos uns créditos no disque-quenga. Vamos lá, quebra essa! Nos ajudes a limpar o estoque de carne-e-osso.

Ela olhou a ele e disse:

— Í! Esse aí parece que não é muito chegado!

— Tás vendo?! É por isso que ninguém quer mulher de carne-e-osso! Ofereças mulher de carne-e-osso a outro trouxa! Agora ficam empurrando pra nós produto ultrapassado. Quero não! Com essas bique a gente pode até passear no xópim. Com essas leis de hoje basta dar uma carona que já vira união estável. É fria!

Então se lembrou de que havia uma no estoque, recém devolvida. Truque velho esse, de anunciar o emprestamos e fingir que está em falta, pra economizar o empréstimo. É propaganda tão mentirosa quanto sorteio televisivo, pesquisa-de-opinião e aquele truque esperto tipo As cem primeiras ligações (pra comprar tal produto) ganharão uma mochila. Nunca serás um dos cem primeiros a ligar!

A morena feminista não teve conserto, pois feminista não tem conserto mesmo. Então tive uma idéia: Quando criança vi a telenovela, adolescente a reprise.

Redigi a descrição completa do produto e fiz o pedido. Quem não quer levar vida de turco Nacibe?  Na certa os técnicos pesquisaram no arquivo da telenovela soniabraguesca jorjamadesca pra montar a criatura. Então tive o amor de Gabriela, cravo e canela.

(extrato de As aventuras, venturas,

desventuras, peripécias e escaramuças

dantescas, burlescas, picarescas,

rocambolescas, rabelasianas, pantagruélicas,

homéricas, quixotescas, estrambóticas,

petalógicas, inverossímeis e estapafúrdias

do barão de Nheereí)

 

 

segunda-feira, 24 de junho de 2024

Martins d'Álvarez - A história trágica da anestesia.pdf

Martins d'Álvarez - A história trágica da anestesia.docx

Amostra da ortografia da época

Inventar a anestesia se atrasou em cem anos por causa de idéias obscurantistas. Diziam que se Deus criou a dor o homem não pode a suprimir. O inventor foi perseguido. Tudo isso pela Igreja? Pelos colegas de academia científica.

É generalizada a crença de que os reis antediluvianos tinham fantástica longevidade

Vejamos o que disse Desmond Varley em 7, o número da criação (7, the number of creation), 1976, coleção Esfinge, edições 70, Barcelos, Portugal, 03.1988

No livro o autor confunde o vocábulo algarismo com o vocábulo número

Os reis antediluvianos não viviam tanto

A lista dos reis antediluvianos

Os babilônicos e os hebreus tinham tradição relativa aos reis ou patriarcas que reinaram antes do dilúvio. Conhecemos várias listas babilônicas nas quais variam os nomes dos reis, mas seu número é sempre 10. Em Gênesis o número de patriarcas desde Adão até Noé é também 10. A lista bíblica refere a idade de cada patriarca quando gerou o sucessor, em seguida o número de anos que viveu e, finalmente, a idade na ocasião da morte. A lista completa é dada no seguinte quadro:

figura 29

Uma rápida olhada nos números mostrará que não representam idade real. Os números devem ser entendidos como fornecendo outras indicações. A primeira coisa que vemos é que há sempre um fator-comum nos números da 1ª e da 2ª colunas de cada patriarca, o que demonstra que são simbólicos.

O texto da passagem que contém a lista repete exatamente as mesmas palavras ao descrever a idade de cada patriarca, exceto o 7º, Enoque. De todos os outros se diz que morreram tendo seguido com Deus. Enoque não mais foi visto porque Deus o levara. Também é estranho que enquanto a idade dos outros patriarcas na data da morte oscilava entre 750 e 1000 anos, a idade de Enoque quando foi levado por Deus era 365, o número de dias do ano.

A idade do 1º, 2º, 5º e 7º patriarcas quando nasceu o sucessor era de 130, 105, 65 e 65 anos, respectivamente. Tais números somam 365. Se tomarmos os números da 2ª coluna correspondentes aos mesmos 4 patriarcas encontramos 800, 807, 830 e 300, cujo total é 2737. Os números da 3ª coluna relativos aos três primeiros patriarcas são 930, 912 e 895, cujo total é 2737. Tal número é resultado de 365 × 7 + 182. O número da 1ª coluna referente ao nome do patriarca é 26 × 7, metade dos dias do ano. O 9º patriarca tem, como não podia deixar de ser, o número 777 da 3ª coluna, que lembra o número da besta no livro da Revelação (Apocalipse), 666. No simbolismo dos números, 6 é deficiente. O fato de aparecer triplicado acentua essa característica. Por isso 666 significa o pior dos males. Noutro lado, 777 reforça a idéia criativa de complementaridade própria do número 7, o que conduz à idéia de que a primeira dádiva (Por exemplo: O mundo antediluviano) se completou com o  9º patriarca, começando uma nova dádiva com o 10º, Noé. Se tomarmos os números em sentido histórico veremos que a morte de Lameque se situa 5 anos antes do dilúvio. Em contrapartida, o 8º patriarca, Matusalém, se julga que morreu no dilúvio. É por isso que os números da 1ª coluna referentes aos 3 patriarcas totalizam 969, a idade de Matusalém quando morreu.

O suposto tempo-de-vida dos 10 patriarcas está representado no quadro da figura 29, onde veremos que, se acaso os números representassem as verdadeiras idades históricas Adão ainda estaria vivo quando nasceu o 9º patriarca!

É certo que os números apresentados na lista devem ter significado próprio. Parece mui provável que o significado se refira a cronologia

Já vimos que os números 365 (os dias do ano), 7 (os dias da semana) e 26 (metade das semanas do ano) figuram na lista. Seria de esperar aparecer igualmente representado o número 12 (meses do ano). O único emprego evidente de tal número aparece na linha de números referentes a Cainã. O número 70, na 1ª coluna, é a duração normal, em anos, da vida dum homem, a contagem bíblica de 3 × 20 + 10. É multiplicado por 12 pra dar o número da 2ª coluna, 840, o que dá o tempo-de-vida normal dum homem em meses.

figura 30

O total da idade de todos os patriarcas contém 3 vezes o número 7 (8575 = 7³ × 5²), ao passo que o número se reduz a 7 pelo processo bem conhecido pelos numerologistas: Somar os números em separado até obter 1 algarismo

8+5+7+5 = 25

2+5 = 7

Voltemos à lista babilônica dos reis antediluvianos, que provavelmente constitui o modelo da lista bíblica, pra ver se esclarece o assunto. Eis a lista segundo Beroso:

figura 31

Como vemos, em relação à lista de anos expressa no sistema de contagem usado pelos babilônios pra fim científico, cuja base é 60, não 10, todos os números apresentados por Beroso têm um fator comum de 60² = 3600, sendo este seu mais alto fator comum. Os babilônios tinham um ano de 360 dias ao qual se intercalavam os dias necessários pra manter o ano civil a par do ano solar, o que sugere a idéia de dividir os números de Beroso por 360, processo não estranho aos babilônios, pra quem 1 ano divino = 360 anos vulgares. Se assim fizermos teremos uma lista semelhante à 1ª coluna da lista bíblica.

figura 32

A lista de Beroso não é a mais antiga dos reis antediluvianos. Ao menos 1 milênio antes os sumérios gravaram uma lista do gênero numa tábua. É natural que os nomes atribuídos aos reis fossem diferentes mas o número deles já nessa altura era 10. Os anos da lista seguinte foram atribuídos em algarismos de base 60. Ver lista seguinte.

 figura 33

É fácil verificar que o primeiro número da lista é o único que não é inteiro, o que a torna altamente suspeita. Em caracteres cuneiformes, tal número se escrevia simplesmente 18,40, pois mesmo numa era mais adiantada os que se encarregavam de fazer as tábuas cuneiformes não usavam sinal pra representar o 0 no fim do número. Também não se fazia distinção entre fração de 60 e potência, de maneira que a 40ª parte dele podia ser facilmente representada por 40/60 = ⅔. Suponhamos então que o escriba percebia que cometera um erro depois de já ter escrito 18 e queria corrigir de modo a se ler 12. Uma das soluções era escrever ⅔ após o número, mostrando assim que se lhe devia subtrair ⅔. Se o interpretarmos como 12,0,0 em lugar de 18,40,0, veremos que o total está exatamente de acordo com o total da lista de Beroso, 2,0,0,0 anos ou 1200 anos divinos.

   Sendo este total o intervalo de tempo que se supõe abranger o período da criação ao dilúvio, se julga que tenha significado. No Maabarata indiano, datado de -400, 1 iuga, idade-do-mundo, consiste em 1200 anos divinos, o que nos leva a pensar em sua origem comum com as listas babilônicas dos reis. Há relação com o total da lista bíblica? Se aventou a hipótese (The Masks of God (As máscaras de Deus), volume 2, Oriental mythology, de Joseph Campbell) duma conexão através da idéia do ano grande (ou platônico).

Os antigos acreditavam que o fenômeno ao qual nos referimos fosse uma precessão dos equinócios, o movimento lento mas contínuo do ponto existente no céu ao qual estão dirigidos os pólos do eixo da Terra. Tal ponto se move num círculo, sendo a oscilação anual de 50,26 segundos do arco. A medição era feita de maneira mui precisa pelos astrônomos. O tempo que os pólos levavam pra completar 1 círculo no céu é o ano-grande. Se calculava que o movimento de 1 grau demorava 72 anos, portanto um ano-grande era 360 × 72 anos. Os antigos mesopotâmios ficariam decerto impressionados pelo fato dos dois números serem iguais aos dias de seu ano e ao número de suas semanas de 5 dias do mesmo período. Como já vimos, não era raro usar os valores numéricos relacionados a uma unidade-de-tempo junto com outra unidade, pra obter, por exemplo, uma semana de anos, processo que muitas vezes está na Bíblia. Se dividirmos os 1656 anos da lista bíblica pelos 72 anos exigidos prà precessão de 1 grau, o resultado é 23. Chamemos 23 anos-grau. Mas tais 23 anos consistem em 8400 dias, incluindo os 5 anos bissextos do período. Se dividirmos o número por 7, pra obter o número das semanas hebraicas de 7 dias, chegaremos ao número 1200, o total das listas babilônicas. Tal cálculo pode parecer forçado pra nossa mentalidade mas era com mistérios semelhantes que os antigos padres-astrônomos envolviam seus cálculos, talvez pra os tornar menos acessíveis ao homem comum e assim aumentar sua autoridade. Os hebreus nômades não tinham os mesmos conhecimentos astronômicos dos babilônios. Tinham uma classe de padres a quem eram confiados muitos segredos. Não há dúvida de que os sacerdotes hebreus conseguiam cópias dos números babilônicos e que com seu amor ao simbolismo numérico os adaptavam a sua cultura. Os babilônios eram versados na ciência de calcular e tinham profundo conhecimento de astronomia e computação.

Os hebreus, ao contrário, usavam sobretudo os números pra fim comercial. Já verificámos que a idéia duma era composta de tantos anos divinos era comum aos babilônios e aos hindus. O número obtido por eles era de 1200 anos divinos, o que equivale a 432.000 anos vulgares. Caso estranho, tal número surge com significado idêntico noutras culturas. Na Eda poética islandesa, por exemplo, os seguintes versos:

Nas muralhas de Valrala, imagino, Existem 540 portas Em cada uma saem 800 guerreiros Quando partem à guerra contra o lobo.

Como a guerra contra o lobo se refere à batalha que marca o fim duma era cósmica, o número total dos guerreiros (anos?) representado no verso (540 × 800 = 432.000) é altamente significativo.

 

https://www.youtube.com/watch?v=3GudGLyX6Ng

Uma médica fala a verdade sobre a sodomia, com ciência, não com propaganda

Aula essencial alertando sobre o perigo dessa horrível perversão

 

https://www.youtube.com/watch?v=WxeATGfuAxk

A mágica irreplicável dos Wright Brothers. Os falsos vôos de 1903. Referências abaixo na descrição

 

https://www.youtube.com/watch?v=RzsUcuS-XOw

Intentan sobrevivir sin hombre. Mires lo que pasó.

Tentam sobreviver sem homem. Vejas o que aconteceu.

 

Petróleo não é fóssil

 

  O petróleo não é fóssil. É inorgânico. Fóssil é quando um osso se dissolve e minerais ocupam o lugar. Fóssil é inorgânico. É impossível fazer gasolina de fóssil.

— Como geólogo e climatologista te dou toda a razão

 

Velha novidade

 

Descobriram que as pirâmides de Gizé estão alinhadas com Órion

— Isso já estava nos livros dos anos 1970

— Obrigado. Me economizaste tempo. Pensei que tinham novidade. Até mais.

 

Coleção Adeene neles!


 Doutor Jekyll - Senhor Hyde

Madame Bruce Willis - Micha Boçalnaro

 

Onde anda Marta

 

O primeiro protótipo do Concorde - Avião conceitual

 

Coleção Cartão-postal de Joanco