Imperador
Omar Melão é ruivo e obeso na página 32, e moreno e gordo na 61
Figura tirada de https://www.caes-e-cia.com.br/materias/ler-materia/589/o-olhar-do-cao-reforca-empatia-e-apego-do-dono
— Não esqueças que sou o senhor homem, quem comanda aqui, pois tenho o dom do raciocínio
— Ter, tem. Mas não usa. Né?
O
supermercado polonês é diferente do brasileiro
Nesse vídeo uma brasileira morando na Polônia fala sobre o
supermercado de lá. No vídeo não se vê funcionário. Pra pegar o carrinho tem de
pôr uma moeda e retirar no mesmo lugar ao o devolver. Assim se garante que o
carrinho não será largado no estacionamento. E é tudo auto-atendimento. O cliente
pega e escolhe qual é o item. E a apresentadora dizendo que tem ninguém
vigiando, que não passa na cabeça deles que alguém passe um produto como outro
mais barato. Ao passar um objeto à parte mais baixa, que é uma balança, o
sistema só deixa continuar ao se detetar o peso, que é pra não pagar duas
vezes. A apresentadora elogiou a preocupação em não deixar o cliente pagar duas
vezes um produto.
Nos comentários o pessoal falando de como é bom viver num
lugar de gente honesta, blablablá patati-patatá.
Em todo vídeo falando sobre outro país se nota nos
comentários um crônico e recalcado complexo de vira-lata. O complexo é algo terrível,
já virando depressivo. Só porque a coleta ao lixo é eficiente, são eficientes
em tudo, são deuses.
É sobre esse raciocínio simplista que quero falar. É isso
que leva a idéias racistas e outras tantas barbaridades tão persistentes. As pessoas
não analisam o contexto e generalizam a partir dum ponto específico. Vemos isso
em muitos iutubeiros de mistérios e conspirações. Ou seja: Falta o raciocínio
científico.
Calma aí!, pessoal. Se os poloneses são tão estupendamente
honestos assim, emprestes dinheiro a todo mundo, pra ver se é verdade. Topas? Se
são, por quê tiveram de investir num sistema eletrônico pra garantir que não
largarão o carrinho no estacionamento? Se não mostrasse como funciona, algum
brasuca-lata diria que lá o povo é tão educado que não larga o carrinho no
estacionamento! E, como mostrou noutro vídeo, não precisaria ter policial na
rua pra multar, ou levar à delegacia se não tiver como pagar a multa na hora,
quem andar na rua tomando bebida alcoólica. E, como mostrou noutro, não teriam
o disseminado costume de estacionar o carro encima da calçada, pois, como disse
a apresentadora, tem lei pra isso mas é uma daquelas leis que não pegam.
A ingenuidade da apresentadora achando que ninguém vigia. É lógico
que vigiam cum sistema muito eficiente.
A balança que impede pagar duas vezes é preocupação contra
processo, pois o europeu é cioso de seus direitos. É tudo questão de estatística,
como explicou um especialista em direito do consumidor. No Brasil as empresas são
picaretas porque quase ninguém reclama. Então o que tiver de pagar a alguém que
reclamar compensa em comparação com a multidão que não reclama. Se a maioria
reclamasse as empresas não se atreveriam tanto, porque não compensaria.
Mas outro entrave é o legislativo e o judiciário. Uma vez
Glauder foi à justiça pra reclamar contra
40 centavos a mais na conta telefônica-internética. O juiz não deixou, dizendo
que é uma bagatela, pondo no chinelo todas as campanhas publicitárias pra que o
povo reclame, mesmo que seja bagatela.
Como na embalagem de bacalhau português Consumir depois de abrir, gerando muita piada. É apenas pra se
precaver contra os processos.
Mas um turista que tem de bloquear o cartão-de-crédito aqui
o faz e pega outro na hora. Na França leva um mês. https://www.youtube.com/watch?v=5gQDazpjqic
As pessoas presumem e logo já têm certeza. Essa preguiça
mental não leva só a complexo de vira-lata e a conspiranóia. Leva também a
tragédia.
Na década de 2000 estava na moda a queda-livre com elástico,
inspirado no ritual de rito-de-passagem pós-adolescência dos nagol de Vanuato, https://pt.wikipedia.org/wiki/Naghol.
A moda parou depois duns casos da corda arrebentar. É que não existe fábrica
dessa corda. Era feita artesanalmente. Nunca houve estudo sobre fadiga do
material, ressecamento, etc. Se presumia que a corda serviria indefinidamente.
Um alerta pra quem ainda não pensou que a reciclagem não é ad infinitum.
Até as russas já perceberam que a moda é se casar cuma
russa. Já apareceram algumas explicando que não é tão idílico assim.
Essa síndrome de presumir só é admissível em gente muito
jovem, pois a pessoa adulta e boa da cabeça sabe que não existe troca só com
vantagem ou só com desvantagem. Que tudo consiste em analisar se compensa.
É justamente nisso, nessa preguiça mental, nessa tendência
de raciocinar apressado e prematuro, onde está a chave pra manipular a
sociedade. Toda nossa tragédia intelectual-espiritual vem disso.
Desse pensamento sonambúlico brotam ideologias esdrúxulas
fazendo as pessoas aceitar ser normal usar o órgão excretor como órgão sexual
improvisado, um sexo na imundície mais abjeta ser visto como apenas uma
variação criativa da normalidade. Nada pode ser mais surreal que isso.
As lendas urbanas. Estão usando os rumores coletivos pra
propagar marcas, porque já perceberam que as propagandas tradicionais,
principalmente aquelas com celebridades idiotas anunciando tal produto, não
convencem mais.
É como a antiga sede de correr mundo e viver aventura. É isso
que Dom Quixote satiriza. As narrativas,
os gibis não transmitem cansaço, dor, odor. O herói não pega resfriado, não
torce o pé, não tem dor-de-barriga nem a coluna puxando. Herman Melville e
tantos outros não pensaram em escorbuto ao se lançar ao mar e percorrer o
mundo.
Coleção cartão-postal de Joanco
Parabéns e obrigado pelas raridades (diversões Juvenis 27 e uma revista de 1922 em ótimo estado).
ResponderExcluirE o Postal do Marne lembra o local da sangrenta batalha da Grande Guerra.
Ótimas raridades nostalgia à mil :)
ResponderExcluirPor favor divulgue o meu blog aqui no seu site.
ResponderExcluirAceito doações de BOLSILIVROS (digitalizados ou fisícos) para o meu blog "Oeste Em Bolsilivros" quem puder me ajudar ficarei muito agradecido.
Visitem o meu blog: https://oesteembolsilivros.blogspot.com/
Um abraço amigo a todos.